A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Um dos mais recentes títulos da Colecção NOVA ÁGUIA
PREFÁCIO
É na linhagem de pensadores e filósofos essencialmente marcada pelo “livre pensamento” que se tem feito em Portugal grande parte da história da filosofia. Desde bem cedo, isto é, mesmo antes da constituição de Portugal como Estado independente, que no espaço geográfico onde nasce a nação portuguesa, esta marca se tem feito presente. Da poesia trovadoresca, sobretudo as Cantigas de Amigo, e antes mesmo, da simpatia que alguma doutrinas como o priscilianismo e o origenismo encontraram um pouco por toda a Península Ibérica, até às dificuldades que, não raro, foram surgindo na instituição de ortodoxias – como a católica –, passando pela importância e grande aceitação dos franciscanos, conhecidos que eram os seus ideais pouco “ortodoxos”, e onde vamos encontrar a grande figura da Idade Média portuguesa e europeia que foi Santo António – bem longa seria a série de figuras que se poderiam referir para denotar esta marca da nossa tradição cultural e filosófica, que mais claramente será desenvolvida nos séculos XIX e XX.
É ainda dentro desta insigne linhagem que se inscreve o nome de Lúcio Pinheiro dos Santos, a par de outros, como, para ficarmos no século XX, Sampaio Bruno, Leonardo Coimbra, Guerra Junqueiro, Teixeira de Pascoaes e Leonardo Coimbra, grande mestre de toda uma geração na Faculdade de Letras do Porto, onde pontificaram nomes como: José Marinho, Álvaro Ribeiro, Agostinho da Silva e o próprio Lúcio Pinheiro dos Santos. Este terá sido aquele que, por vicissitudes várias, teve um percurso menos conhecido – mas nem por isso menos importante, como se depreende pelas investigações que têm vindo a ser realizadas mais recentemente.
Já no seu tempo, aliás, o seu valor havia sido reconhecido pelos seus pares – Álvaro Ribeiro, por exemplo, numa carta a José Marinho, de 1937, chegou a escrever que Lúcio Pinheiro dos Santos “deveria talvez ocupar hoje o lugar de primeiro filósofo português”. Para além disso, o valor da obra de Lúcio Pinheiro dos Santos foi ainda reconhecido internacionalmente – muito em particular, por Gaston Bachelard, o filósofo francês que, tendo tido acesso à obra do filósofo português – nomeadamente, ao livro “A Ritmanálise” –, se lhe referiu, em termos muito elogiosos, no seu livro “La dialectique da la durée”, onde chegou a escrever ser a intuição de Pinheiro dos Santos “uma intuição inteiramente nova fundada sobre os princípios da física ondulatória”, ao mesmo tempo que considerou haver “lugar em psicologia para uma Ritmanálise no mesmo estilo em que se fala de psicanálise”.
Porque ainda hoje não ter sido encontrado nenhum exemplar dessa obra de Lúcio Pinheiro dos Santos, as referências de Bachelard constituem mesmo a nossa mais significativa fonte. Daí, também, o acrescido mérito dos investigadores que se têm aventurado na reconstituição do pensamento desta ilustre figura da filosofia luso-brasileira do século XX (pois que viveu no Brasil durante muitos anos) – falamos, em particular, de Joaquim Domingues, de Rodrigo Sobral Cunha e de Pedro Baptista, autor do estudo que aqui se apresenta, onde revela, uma vez mais, uma notável capacidade de trabalho e argúcia filosófica, já bem patenteada na sua dissertação de doutoramento, sobre o pensamento filosófico de Newton de Macedo.
Enquanto coordenadora do Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal, apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito das actividades do Gabinete de Filosofia Moderna e Contemporânea do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, é pois com muita satisfação que apresentamos esta obra, resultante também de um ciclo de conferências realizado na nossa Faculdade, pelo seu autor, que é também investigador, muito produtivo, do referido Grupo de Investigação.
Celeste Natário