A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Excerto do texto do Miguel Real para o próximo número da NOVA ÁGUIA...


O PORTUGAL PERMANENTE

Na origem de Portugal, por circunstâncias não esclarecidas, deu-se um singular cruzamento histórico e concreto de um punhado de valores clássicos (lealdade, amizade, honestidade, generosidade…) alimentados por um sentido transcendente da História e do Homem e sintetizados num sentimento superior – a saudade. Antes de mais, saudade de si, isto é, de, como qualquer outro organismo vivo, se completar e realizar. Nasceu, assim, Portugal desejoso de se superar, completando-se no outro.

Como causa e consequência simultâneas, a atmosfera espiritual e religiosa em que Portugal se gerou deu origem, por sua vez, a um conjunto de constrangimentos histórico-sociais muito singulares, que, como um bilhete de identidade, marcou os portugueses indelevelmente: mais generosos que avaros, mais comunitários que individualistas, mais emotivos que racionais, mais espiritualistas que materialistas, mais supersticiosos (Fátima) que devotos, mais líricos que prosaico, mais soltos que disciplinados, mais improvisadores que metódicos. Desprezados pelos poderes públicos, os portugueses constituem um povo desejoso de abastança e solidariedade, um povo que defende ser a razão menos importante que a paixão, o calculismo menos importante que a fruição lúdica da vida, um povo que, face aos interesses económicos, tem pugnado pelos valores do sentimento e da comoção, os valores do gregarismo e da generosidade, os valores da partilha e do companheirismo, unidos e vinculados a um sentido transcendente orientador na busca da justiça, que desespera por nunca chegar. Volta-se então para Nossa Senhora, esperando do Céu o que a terra lhe nega.

A fibra de lutador dos portugueses advém da sua história e da sua cultura – uma história, primeiro, de guerra contra os mouros; depois, de guerra contra a natureza e os povos “pagãos” que descobria em África, no Oriente e no Brasil; finalmente, arredado da fruição do Ouro do Brasil, restrito às elites políticas, mostrava-se denodado e manhoso na luta pela sobrevivência numa vida em permanente miséria económica até à actualidade. Todas estas causas fizeram dos portugueses um povo menos votado a uma vida certa e rotineira e mais votado a uma vida improvisada, na qual cada um deveria “desenrascar-se” por si próprio ou no interior de um pequeno grupo de companheiros.

(...)