![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3HeMBl4tkW7A31rDuQBoxv7APgVYewIPWngNF2UxDqNak_nzarVioyh1UsNIyRHXxbMN66D1n-i9uBu4XkOftEd6t1dRn6m5cwqfoI151aMmTZ-awbVwCmraIyoNSg_9jz34i1GEtPbw/s400/sem+t%C3%ADtulo.bmp)
A 28 de Janeiro de 1924, em Lisboa, faleceu o escritor e político Joaquim TEÓFILO BRAGA, que nasceu na ilha açoriana de Ponta Delgada, em 24 de Fevereiro de 1843.
Profissionalmente, começou por ser tipógrafo, tendo ele próprio composto o seu primeiro livro de poesia, intitulado Folhas Verdes (1860).
No ano seguinte, 1861, começou a estudar Direito na Universidade de Coimbra, participando na célebre polémica literária que opôs os românticos aos realistas, ficando conhecida por «Questão Coimbrã» e que opôs o grupo de António Feliciano de Castilho ao de Antero de Quental.
Finalmente, em 1868, doutorou-se em Direito.
De 1872 até 1910, ano da implantação da República, Teófilo Braga regeu a «cadeira» de Literaturas Modernas no Curso Superior de Letras, em Lisboa.
Militante no Partido Republicano, de tendência socializante e anticlerical, presidiu ao governo provisório, surgido após a revolução republicana do 5 de Outubro de 1910, e foi Presidente da República durante algum tempo em 1915.
Dissemos acima que, Teófilo Braga se estreou no mundo das Letras, com um livro de poesia, estilo literário que cultivou até ao fim da sua vida, embora se tenha distinguido, sobretudo, no campo da história literária.
Teófilo Braga foi um dos principais apóstolos do sistema filosófico do positivismo em Portugal, que se reflecte na enciclopédia da história cultural portuguesa que nos legou.
* * *
DIÁRIO DO ESCRITOR
Serra da Estrela, 28 de Janeiro de 1973
NEVE
O banquete é de fria solidão.
Mas vale a pena ser,
Num intervalo limpo de viver,
Conviva na toalha desta mesa
Lavada e posta
No chão da natureza,
E, deslumbrado, ter
O gosto da mais pura
Brancura
Que a fome das pupilas pode ver.
Miguel Torga, Diário XI, Coimbra, 1995, p. 1136.