A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"a grande coisa seria conceber Portugal como uma série de navios em terra"

"Eu bem sei que Portugal, a sua grande empresa, os descobrimentos, foi uma empresa do Estado e entende-se aí que fosse uma empresa do Estado. Porque era preciso fazer alguma coisa e era preciso comandar, era preciso reger a orquestra, se se fosse fazer uma assembleia-geral para saber se queriam dobrar o Cabo Bojador ou não queriam dobrar o Cabo Bojador, nunca ninguém os entendia. E além de tudo, e é preciso não perder essa ideia, porque foi uma empresa naval, na sua melhor coisa ela foi uma empresa naval, e toda gente sabe que não há possibilidade de pôr um navio no mar e o fazer nave­gar reunindo todos os dias uma assembleia geral do pessoal de bordo para ver o que é que se quer, tem que haver mesmo um comandante. Mas, de facto, o que Portugal tinha não era um navio no mar, porque esse, um navio, tratava de si. Não, o que Portugal tinha era uma esquadra no mar e dependências em terra para apoiar a esquadra, de maneira que a empresa era ter um almirantado para reger o mar e para reger os navios no mar. É uma empresa estatal, de marinha e que portanto se tem que reger pelos aspectos da marinha. E eu continuo a achar que Portugal ainda tem uma mentalidade naval. Quer dizer que a grande coisa seria conceber Portugal como uma série de navios em terra, espalhados por lá, com seus comandantes comandando, mas haver, como também há na marinha, um conselho de guerra, pronto a julgar todos os comandantes que se excedessem. Suponho que se Portugal se modelasse sobre o navio é que haveria um bom sistema político e restante, o resto também para Portugal, um dia falamos nessa coisa.

Mas na realidade é possível que muitos dos países que tomaram uma economia estatal e que estão nessa economia, há de facto uma cúpula que o reina e os outros que obedecem, quer queiram quer não. Também ainda se pode entender, que eles estão numa espécie de coisa de guerra, que se trata de guerrilhar a pobreza ou subdesenvolvimento, etc., todas estas coisas. Mas nos países que já atingiram um certo nível de desenvolvimento, é evi­dente que as empresas estatais talvez pudessem ser completamente suprimidas. António Sérgio insistiu muito nesse ponto que é a economia da cooperativa. Ele achava que o modelo inglês ou o modelo sueco é que seriam os ideais. Eu suponho que António Sérgio nisso estava tão errado como aqueles que tratam de sistemas políticos ou de literaturas ou de filosofias para Portugal, copiar as da França ou da Alemanha ou da Inglaterra ou da América. Não, o que se teria que se procurar em Portugal, seriam quais as raízes cooperativistas do povo por­tuguês e lançar sobre isso uma estrutura moderna, adequada às condições modernas, e não copiar o que faz a Inglaterra, que é excelente para os ingleses, ou o que faz a Suécia, que é excelente para o sueco."

Agostinho da Silva, inédito

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