O senhor lagarto olha para mim e é como se nunca tivesse saído da sua presença.
Levo algum tempo a aperceber-me de algo além daquilo que conclui na primeira frase. Estou descalça. O chão está húmido, não há luz, estamos numa espécie de gruta. O lagarto brilha por si próprio, um brilho simples mas fascinante. Eu também pareço ter alguma espécie de luz… azulada. Pareço um fantasma, a minha roupa são uns farrapos esbranquiçados, sujos com cores, azuis e vermelhos. Estou encharcada.
Menina.
Ah… sim, Rei Lagarto.
A menina tem conceitos errados acerca da Religião.
Hã!?... – tossi – desculpe?
A menina acredita que tudo é o que parece e não é capaz de pensar como o Rei Lagarto.
(não sei de onde veio a pergunta que fiz então, parecia outra voz que não a minha, como uma pergunta que tinha de ser feita.)
E como pensa o Rei Lagarto?
Criando.
Criando o quê?
Neste caso a ti, minha filha. O rei lagarto cria com o pensamento, quando aprenderes a ver o meu pensamento através das coisas criadas, poderás pensar como eu.
Fiquei intrigada com a explicação, e fiquei intrigada por ter ficado intrigada com a explicação. Havia algo de infantil em estar a escutar tão seriamente a minha imaginação do que um lagarto encantado diria. Peguei numa pedra e perguntei:
Esta pedra é a tua criação, então podes fazê-la desaparecer!
Se quiser.
Então faz, por favor, senhor lagarto.
Farei desaparecer uma pedra – A sua voz cresceu em força e profundidade, encheu toda a caverna com o seu timbre profundo. – mas não essa, minha querida.
Excerto do
Segundo Livro Sem Nome, Babalith
Levo algum tempo a aperceber-me de algo além daquilo que conclui na primeira frase. Estou descalça. O chão está húmido, não há luz, estamos numa espécie de gruta. O lagarto brilha por si próprio, um brilho simples mas fascinante. Eu também pareço ter alguma espécie de luz… azulada. Pareço um fantasma, a minha roupa são uns farrapos esbranquiçados, sujos com cores, azuis e vermelhos. Estou encharcada.
Menina.
Ah… sim, Rei Lagarto.
A menina tem conceitos errados acerca da Religião.
Hã!?... – tossi – desculpe?
A menina acredita que tudo é o que parece e não é capaz de pensar como o Rei Lagarto.
(não sei de onde veio a pergunta que fiz então, parecia outra voz que não a minha, como uma pergunta que tinha de ser feita.)
E como pensa o Rei Lagarto?
Criando.
Criando o quê?
Neste caso a ti, minha filha. O rei lagarto cria com o pensamento, quando aprenderes a ver o meu pensamento através das coisas criadas, poderás pensar como eu.
Fiquei intrigada com a explicação, e fiquei intrigada por ter ficado intrigada com a explicação. Havia algo de infantil em estar a escutar tão seriamente a minha imaginação do que um lagarto encantado diria. Peguei numa pedra e perguntei:
Esta pedra é a tua criação, então podes fazê-la desaparecer!
Se quiser.
Então faz, por favor, senhor lagarto.
Farei desaparecer uma pedra – A sua voz cresceu em força e profundidade, encheu toda a caverna com o seu timbre profundo. – mas não essa, minha querida.
Excerto do
Segundo Livro Sem Nome, Babalith
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