A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eclipsados


Fitando a negritude noturna, um menino enamorou-se da Lua. Tornou certo para si que teria de ir ao encalço daquilo que emaranha a alma na mente em um misto de idéia e quimeras.
Quando se tornou um homem, libertou-se das amarras que o atavam ao chão. Por noites a fio a seguiu radiante sem se negar a doações. Mas, os constantes movimentos de transformação em todo o universo refletiram a rápida passagem do tempo no homem. Mesmo velho, ainda amava a Lua.
Deitado sobre a grama, sentindo o mundo inteiro embaixo de si, descobriu que era apenas mais um estranho em um mundo estranho de coisas estranhas. Fitou a Lua com uma expressão que jamais havia se esboçado em seu rosto. Uma expressão de amor explosivo e travou com ela, pela primeira vez em sua existência, um diálogo verbal inflamado. Seu amor foi além das possibilidades humanas.
Vendo o concreto diluir-se entre seus dedos, o ancião chegou ao seu ponto final. Flamejante de lágrimas pôde ver tudo em vão, porque o destino da vida é perpetuar o mistério de seu próprio fenômeno. A vida é o mistério de si mesma. Fechando os olhos, sereno, sussurrou: “vejo agora o lado oculto da Lua que ela mesma nunca foi capaz de desvendar”.
O ancião teve seus olhos e pensamentos eclipsados repentinamente. Um eclipse eterno de sombra eterna.

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