
Se na Galiza houve uma manifestação em defesa da autonomia linguística e cultural – a Galiza está viva e não se deixa morrer! –, no país vizinho – mais exactamente, em Madrid – houve mais uma manifestação contra a interrupção voluntária da gravidez. Como de costume, lá apareceram as palavras de ordem a falar de “Holocausto”. Lá como cá, há quem insista em banalizar certos termos…
Se não sou daqueles que absolutizam o que se passou na II Guerra, defendendo que nada lhe pode ser comparável – infelizmente, há muita coisa que lhe é comparável –, reprovo esta banalização da linguagem, que, de resto, se tem estendido até outros contextos, ainda mais ridículos…
Decerto, a questão do aborto é complexa e há argumentos pró e contra a ter em conta, nos mais diversos planos. Em nenhum momento, contudo, podemos comparar a prática do aborto com o Holocausto…
5 comentários:
Renato
Lê por exemplo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holocausto
e verifica que tem toda a lógica em chamar holocausto também à morte generalisada de bebês. O termo já se aplicava denotativamente e conotativamente muito antes ao Holocausto Judeu. Porque havia de uma palavra genêrica ter uma uma só aplicação.
As comparações não são feita em relação ao Holocausto Judeu, mas em relação ao conceito primário da palavra.
A vida é o verdadeiro e único Holocausto.
Será que seu rasputine é a Maitê? rsrsrsrsrs
Conceito primário de holocausto era cerimonial grego em que se queimava vivo bicho ou homem como oferenda aos deuses. Se não tiver churrasco, não é holocausto.
O ponto é que também as palavras estão carregadas de História. E, por isso, quando hoje se fala de "Holocausto", toda a gente sabe do que falamos...
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