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REFLEXÕES SOBRE A POLÍTICA E O FUTURO
Ruy fernando miguel da cruz
A política em Portugal parece ter chegado a uma encruzilhada. E a escolha do caminho a seguir é uma interrogação para a qual parece não haver resposta imediata. A actual situação da política, porque é servida por homens e mulheres - a diferença será a extensão aos dois sexos - os "políticos", não é nova entre nós já que, como num passado não muito distante, resulta única e exclusivamente do descrédito em que esses servidores da coisa pública caíram. Todo o leque partidário está desacreditado ou a caminho de ficar, irremediavelmente, aos olhos dos portugueses, do povo. A actual situação sucedeu a outra idêntica e dará lugar a uma nova situação igual às anteriores.
As ideologias têm vindo a revelar não ter raízes fortes; transformam-se e adaptam-se a cada momento às circunstâncias que se apresentem mais favoráveis, mesmo que radicalmente contrárias aos seus princípios fundamentais. A realidade é cada vez mais ostensiva: deixou de haver as tradicionais esquerdas e direitas, com os seus extremos, ideologicamente fiéis às suas tradições programáticas. Visando apenas o poder pelo poder, a todo o momento se descaracterizam senão mesmo se contradizem na prática, se isso puder representar mais um passo para a vitória final.
É naturalmente uma falta de honestidade que, uma vez aceite e tornada natural, abre caminho para comportamentos desmoralizantes, quer colectivos quer individuais. Assim se chegou à encruzilhjada e, esta, até talvez não tivesse importância de maior se não implicasse também o futuro da Nação.
Depois da grande aventura das Descobertas, que houve para Portugal grandeza e honra, como prémio da sua consciência de missão, lançámo-nos no século passado na aventura europeia mas, desta ainda não houve grandeza e honra, além de dinheiro fácil. E estamos, em boa verdade, acorrentados a compromissos, submissos a uma política que nos é ditada e imposta, sem margem para grandes discussões ou alterações de fundo.
É verdade que mantemos a Bandeira e o Hino Nacionais - embora já tenhamos que hastear a primeira lado a lado com a bandeira da União - mas perdemos a independência tradicional, deixámos de ser senhores absolutos da nossa vontade colectiva.
Desde sempre fizemos geograficamente parte do Continente Europeu e, desde que somos uma NBação independente, mantivemos boas relações com as restantes nações, tradição apenas quebrada durante as guerras com Castela - Espanha e a França e, ainda, no século passado, com a União Soviética, pela sua política, até à sua extinção.
Embora não seja contra a União Europeia, a verdade é que não acredito que o modelo adoptado consiga vencver multiplas realidades históricas, nomeadamente a dos nacionalismos, que estão na base evidente da maioria dos conflitos que ao longo dos séculos alteraram regimes e fronteiras.
Tem sido por demais evidente que o modelo da "construção" da União Europeia não tem sido pacífico, até porque não aceite espontaneamente como seria desejável.
Já não falando nas dificuldades que tem havido para conseguir-se uma política externa comum, dada a diversidade de interesses em campo, na política interna de cada Estado, tirando as decisões impostas por Bruxelas, não há uma identidade comum, quer pela diversidade República - Monarquia, quer pelas características divergentes dos partidos que detêm o poder em cada um deles.
Não esquecendo, também que, ao longo dos séculos, os tratados não deixaram de ser, na realidade, "papéis", de maior ou menor duração, temos que aceitar a realidade de que os tratados continuam a ser "papéis", com uma única inovação: a moeda comum. Mas mesmo isso não consegue a união perfeita, uma vez que a Grã-Bretanha continua a não dispensar a sua moeda própria. Falta de confiança no futuro?
Esta comunhão monetária - que exclui como já referimos a Grã-Bretanha - levanta uma interrogação deveras complicada, na eventualidade, sempre possível, de um desmembramento, maior ou menor, da União. Como vai cada Estado pagar, e a quem, o que deve? E qual é na realidade o montante da dívida? E quem são, realmente, os credores e os devedores?
Lamentavelmente, Portugal estaria no lugar dos segundos e, a pergunta que se põe é, naturalmente, como iria pagar?
Admitindo que todos os cenários são possíveis, que surpresas nos trará o futuro?
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...

Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
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3 comentários:
Sim, porque esta União Europeia não vai durar muito tempo...
Qual União Europeia?
Sou mesmo CONTRA ! Certos "senhores" hoje , gordos e anafados , que assinaram este "acordo" sem nenhum tipo de referendo , portanto contra a vontade de Portugal , deveriam ser responsabilisados ...
Bem dito , tanto um como o outro !
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