No passado dia 21, publiquei neste blogue um texto que incluía a redacção de uma estudante brasileira que foi premiado num concurso da UNESCO entre 50.000 concorrentes.
No dia seguinte, foi publicada, no mesmo blogue, uma carta de um leitor que insinuava que a redacção e a decisão da UNESCO eram parte de uma conspiração tendente a desprestigiar o Brasil.
Embora não o fizesse directamente, a carta sugeria que quem tinha publicado a redacção estaria a colaborar na conspiração.
Recordo que o meu texto começava do seguinte modo:
“O texto que se segue chegou-me às mãos e não resisti em publicá-lo, por várias razões que deixo ficar ao espírito critico dos leitores, sem, no entanto, poder deixar de salientar a forma como a autora joga com as palavras e o domínio que tem sobre elas, escolhendo termos simples mas de enorme riqueza de significado.O texto refere-se ao Brasil, mas sou de opinião que há toda a conveniência em o tornar conhecido em Portugal, principalmente em vésperas de eleições, onde estas assumem irresponsável e inconscientemente carácter clubista.”
e terminava com o seguinte
“P.S.- Vejam quantas afirmações destas se podem aplicar a Portugal e ficarão com uma ideia mais clara da situação em que nos encontramos.
O Senhor Peralta pode ser brasileiro mas não ama mais o Brasil do que eu. A diferença que deve haver entre nós, é que o Snr. Peralta quer ignorar o que de mau existe na sua terra, enquanto eu amo o Brasil com as suas qualidades e com os seus defeitos, mas não os ignoro.
Apesar do teor crítico da redacção não ter agradado ao Snr. Peralta, é inegável a sua qualidade e deveríamos felicitar-nos por ela ter prestigiado a Lusofonia.
O Senhor Peralta pode ser brasileiro mas não ama mais o Brasil do que eu. A diferença que deve haver entre nós, é que o Snr. Peralta quer ignorar o que de mau existe na sua terra, enquanto eu amo o Brasil com as suas qualidades e com os seus defeitos, mas não os ignoro.
Apesar do teor crítico da redacção não ter agradado ao Snr. Peralta, é inegável a sua qualidade e deveríamos felicitar-nos por ela ter prestigiado a Lusofonia.
11 comentários:
A "qualidade" da prosa está ao nível de vestibular em decubito ventral, e quem se interessa por isso, UNESCO incluída, ao baixo nível de programa de TV de escândalo, daqueles com megera a puxar cabelo ao vivo.
Se fica por amar seu país (e odiar se for o caso) e deixe todo o afecto sobrante (e transbordante) para quem é brasileiro.
p. s. escrito em "tuguês".
Lusofonia pra você é fruta? que nem melancia?
Que se pode responder a um ordinário destes ?
Você, decerto.
Clarissa !
O seu comentário é, de facto. eloquente.
Ainda bem que gostou, um sorriso é sempre melhor...
A redação da menina estudante, brasileira, é uma prova de que alguém tem olhos de ver.
Sou brasileira e reconheço que meu país, que poderia e deveria ser celeiro do mundo, está vendido há muito tempo.
Isso não mudou e não muda , já que há pessoas que se acomodam por conveniência ou interêsse e de tão acomodadas, esquecem de observar.
Observar dá trabalho...
Melhor esperar prá ser patriota na Copa do Mundo...
Não vejo mal algum no fato de ter sido publicada a tal redação em um blog portugues, até porque Portugal não é nenhum paraíso , assim como nenhum rincão do planeta é paraíso de justiça ou de bem comum.
Fato é que estamos no mesmo barco - furado.
Não estaremos sendo invadidos por caravelas através dessa publicação no Nova Águia.
Estaremos dividindo a angústia de não termos nem aquém nem além mar, uma Pátria justa para todos.
Não temos um mundo justo para todos e ponto final.
O que me incomoda e entristece é ver que estamos invadidos TODOS por algum motivo, dependendo do interesse dos mais ricos.
As pessoas estão sendo invadidas 24 horas por um sistema e não se apercebem - seja lá qual o sistema.
A redação premiada é fantástica e os brasileiros que não reconhecem isso são os que mais colaboram para a cegueira que nem é um ensaio, é um hábito republicano insano.
O Brasil já foi divertido e surreal.
Hoje é apenas um teste...a menina sentiu e escreveu isso.
Como brasileira, dou razão a ela até porque olhar o Brasil de frente é ato de um tal amor corajoso, que foi sentido e manifestado por grandes homens como Darcy Ribeiro, por ex.
Em memória deste grande brasileiro, repudio quem não tem o tal amor de coragem.
Sugiro nessa "discussão",que poderia ser evitada,toda vez,fosse lida a redação original premiada antes de qualquer manifestação de xenofobia.
Andre, professor brasileiro.
scorpionsscorpions.blogspot.com
Bárbara !
Nem é necesário dizer que concordo, plenamente, com o seu comentário.
Felizmente que este blogue ainda tem leitores inteligentes que não têm medo de insultos. Mas prepare-se, porque aquela que gostaria de ser chamada de ordinária não vai deixar de mostrar que o é.
Vá... à pesca... :)
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