A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A propósito de Guerra Junqueiro...

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Caros Amigos:

Sendo diariamente bombardeado pelas propagandas políticas ao caciquismo e a propósito de Guerra Junqueiro, assim como da sua actualidade, partilho Convosco uma parte da obra «Pátria». Perdoe-me a obra e o autor a selecção do texto, mas é minha intenção deixar ao Mestre a exteriorização de tudo o que me vai na Alma, pois, muito melhor que eu, poderá explicar o que sinto. Resta-me aguardar que todos entrem definitivamente na sala de jantar e a fechem a sete chaves, de forma a que não sejamos obrigados a ter de os ouvir a comer de boca aberta...

Um Abraço,
José Carlos Mendes

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“Um povo

imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso de alma nacional - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)

Uma burguesia

cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira e da falsificação, da violência e do roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)

Um poder legislativo

esfregão de cozinha do executivo; este, criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda de uma lotaria (...)

Dois partidos

sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar”

Guerra Junqueiro - in “Pátria”

6 comentários:

Renato Epifânio disse...

Continuamos na mesma...

pmsap disse...

Eu acho que melhoramos, mas não muito...

Paulo Borges disse...

A essência do mundo é continuar na mesma.

Paulo Borges disse...

Mas tomar consciência disso pode ser a grande Revolução...

Gil disse...

Se ao tomarmos consciência disso nos perguntarmos: "o que posso EU fazer para mudar o estado da nação?"...

Renato Epifânio disse...

Eis a questão...