Bandeiras/Cascais: ConjuradosXXI apelam aos cidadãos para "não terem medo" de ser monárquicos
Cascais, 21 Ago (Lusa) - Os jovens que colocaram bandeiras da Monarquia na Cidadela de Cascais defendem que um rei pode trazer a Portugal "estabilidade" e "orgulho de pertencer à pátria", apelando aos cidadãos para que "não tenham medo" de ser monárquicos.
Numa entrevista à Lusa, quatro dos cinco autores do blogue ConjuradosXXI que hastearam uma bandeira azul e branca na porta principal da fortaleza e outras quatro em postes junto da estátua de Dom Carlos, na madrugada de quinta-feira, mostraram-se orgulhosos pela acção e comprometeram-se a continuar a dar voz à sua causa.
"Muitas pessoas têm medo e não assumem que são monárquicos, porque acham que não é possível, que não é concretizável. Quisemos mostrar que é possível ter estas ideologias e fazer estas acções. Não estamos sozinhos, há muita gente em Portugal que que também é monárquico, as pessoas nem têm noção", afirmou um dos jovens.
"Há ideias erradas: se somos monárquicos, vamos andar todos de peruca, ter um grande anel no dedo, andar de coche, mas com certeza há monárquicos na Amadora, em Cascais e em Almada" ,acrescentou um colega, que também preferiu o anonimato.
Apesar de o grupo não se importar de ser filmado ou fotografado de costas, nenhum dos elementos quer dar a cara ou o nome, por acreditarem que podem vir a sofrer "represálias".
Para os ConjuradosXXI, o importante não é identificar os defensores da Monarquia, mas colocar a discussão sobre uma reimplantação do regime "na agenda do dia", até porque nas próprias escolas é ensinado que "o rei era o mau da fita".
"Como todos os regimes e ideologias, tem todos os lados da medalha, mas uma Monarquia traz acima de tudo uma estabilidade, uma serenidade, uma paz que uma República, que é por natureza rotativa e que está mais ligada a facções políticas, a interesses políticos e muitas vezes económicos", explicou um terceiro bloguista.
Segundo o jovem, que lembrou que a ditadura mais longa ocorreu em plena República, a formação de um futuro rei é direccionada desde cedo para "governar e representar a nação, uma pátria a que ele pertence: "O Presidente da República promove-se a uma elite, o rei entrega-se de alma e coração porque foi educado para isso".
A ideia foi corroborada pelo quarto elemento do grupo (o único que subiu à muralha da fortaleza de Cascais), para quem a aprendizagem de funções por um primeiro-ministro ou um presidente da República diminui as suas capacidades de governação se comparado a um rei, que consegue fazer alastrar um "orgulho de pertencer à pátria".
"Em Espanha há o orgulho de pertencer àquela nação, aqui não", lamenta.
A iniciativa de quinta-feira dos ConjuradosXXI requereu, segundo os próprios, uma pequena escada e algum "treino ninja".
Durante a acção, o grupo que aguardava pelo elemento que tinha subido ao forte viu passar dois carros da PSP e um da GNR, mas não chegou a ser abordado.
ROC.
Lusa/fim
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3 comentários:
2010 promete ser um ano interessante. Nós também dedicaremos um número da revista ao Centenário...
Independentemente da posição favorável ou não à monarquia, estas acções directas, de inspiração libertária, acabam por ser bastante interessantes. Pelo menos trazem alguma frescura e novidade ao actual marasmo da acção política.
Era preciso algo assim no plano cultural, mas acompanhado sempre de movimentos mais fundos.
O episódio da promoção das bandeiras da monarquia tem relevância limitada, mas serve para questionar de novo o papel da chefia política hereditária e vitalícia nas democracias ocidentais. Conhecemos alguns estados europeus que conservam os seus reis e não se queixam muito deles. Os monarcas desempenham funções representativas que diferem pouco das que são atribuídas aos presidentes de algumas repúblicas. Quem os tem, que os guarde, se quiser. Mas fará sentido, num País como o nosso, pretender restaurar um regime que discrimina positivamente uma minoria de cidadãos com base em critérios de genealogia e na precedência de nascimento? Eu penso que não. Afinal, estamos no século XXI e não no XI.
António Trabulo
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