A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

"Viajar pressupõe [...] recusar o horário laborioso da civilização em proveito do lazer inventivo e jovial"

"Viajar pressupõe, portanto, recusar o horário laborioso da civilização em proveito do lazer inventivo e jovial. A arte da viagem exorta a uma ética lúdica, a uma declaração de guerra ao controlo e à cronometragem da existência. A cidade obriga ao sedentarismo legível graças a uma abcissa espacial e a um ordenamento temporal: estar num determinado lugar num preciso momento. Deste modo, o indivíduo é controlado e facilmente localizado por uma autoridade. O nómada, por seu lado, recusa esta lógica que permite transformar o tempo em dinheiro e a energia singular, o único bem do qual dispomos, em moedas sonantes e trôpegas.

Partir, seguir as pisadas do pastor, é experimentar um género de panteísmo extremamente pagão e reencontrar os vestígios dos antigos deuses - deuses das encruzilhadas e da sorte, da fortuna e da embriaguez, da fecundidade e da alegria, deuses das estradas e da comunicação, da natureza e da fatalidade - e libertar-se das amarras das limitações e das servidões do mundo moderno. O seu périplo abarca todo o planeta e vale-lhe a condenação daquilo que delimita e escraviza: o Trabalho, a Família e a Pátria, pelo menos no que diz respeito às limitações mais visíveis e identificáveis"

- Michel Onfray, Teoria da Viagem. Uma Poética da Geografia, Lisboa, Quetzal, 2009, pp.15-16.

1 comentário:

Paulo Borges disse...

É o filósofo que mais vende em todo o mundo... Esteve recentemente em Portugal.

Continuo a preferir a "viagem onde nasce o viajante", de José Marinho. E deixo também, como provocação, Bernardo Soares: "Viajar é uma falta de imaginação". Mesmo que não o seja necessariamente.

Viajar turisticamente, com rota e estadia determinada, isso sim, é uma falta de imaginação. Que muito falta, pelo volume actual destas viagens.

Stanislas Breton, pensador católico de grande profundidade, diz que o grande problema do Ocidente foi ter-se convertido a odologia (teoria da viagem) numa ontologia, ter-se trocado o arrebatamento com que abre o "Poema" de Parménides por um discurso conceptual sobre o Ser.