A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Donde vimos, para onde vamos...

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Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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sábado, 25 de julho de 2009

o cão do sócrates

caros leitores poetas e amigos de todas as raças e nações, venho por este meio dizer-vos o quão triste estou.
ontem, pelas 22:30, hora de portugal continental, estando eu bem alapadinho no sofá vendo um talk-show no hot canal, de boca cheia de pipoca, quando, a emissão foi interrompida para uma notícia de útima hora: o desaparecimento do cão do sócrates.
há muito que não se ouvia uma tragédia assim. nem quando a queda das torres gemeas.
ao saber da tristérrima notícia, o parlamento reuniu-se numa sessão extraordinária e de imediato foi dado o alerta vermelho para que as buscas se realizassem, já que, o cão do sócrates, é para todos nós a coqueluxe da nação.
as autoridades pularam para o terreno com as suas sirenes em fúria. colocou-se ainda a hipótese de a Alquaeda estar metida no assunto, mas logo se pôs esta questão fora de hipótese uma vez que o cão do sócrates, segundo vários opinadores, nutre simpatias pelo camelo do Bin laden.

todos os portugueses especaram de frente ao televisor na esperança que as coisas voltassem à normalidade. os operadores de câmeras da SIC e TVI andaram à batatada pelas ruas lisboetas na ganância de ver qual deles o mais rato e o primeiro a encontrar o cão do sócrates. as ruas estavam escuras e não se via cavaco.
quarteirões mais adiante, lá para os lados do hemiciclo, o cavalo do francisco louçã mais o burro do ministro da defesa metiam os seus focinhos onde eram chamados, mais concretamente, patrulhando urinóis públicos e parques infantis.

o cão do sócrates é um bicho indefeso, sem categoria para fazer jus das suas garras, inclusive houve um sábado de manhã que o macaco do paulo portas fugiu da jaula e deu em cima do bichano do sócrates, que o deixou com uma ferida aberta e inconsciente uma boa meia hora. na altura não deram muita importância ao caso, nem tãopouco abriram inquérito para averiguar se no meio da luta existiram outros tipos de malícias, já que todos sabem que o macaco do portas tem queda para o vale tudo menos arrancar olhos.

dado o impasse das buscas, a comitiva socialista estava de trombas, pois sabem diante mão que se der como certo o desaparecimento do cão do sócrates pode pôr em risco as próximas eleições legislativas. as horas iam-se e não havia progressos. nem mesmo o morcego do oliveira e costa, que é especialista ver melhor do que os outros, até mesmo interior de bolsos, não via a ponta de um corno.

os portugueses uniram-se nesta nobre causa, e cada qual à sua maneira sairam à rua, tingidos de solidariedade, para achar o animal perdido. tudo era vasculhado, desde atrás dos pinheiros (jágora, vocês sabem onde fica a parte de trás de um pinheiro?, é no lado onde a gente caga!), passando a pente fino museus arquelógicos até mesmo em casa de putas em serviço. tudo era palmilhado à mínima. só assim é que o cão do sócrates haveria de ser encontrado, se possível vivo para não manchar a história de um partido.

a imprensa televisiva relatava todos os passos do caso com mestria, excepto quando o josé rodrigues dos santos largou os microfones e saiu a correr dos estudios com a cadela da sua prima, conhecida pelo seu sofisticado faro de longo alcance, que, salvo erro, faz parte do paquete da nossa querida gnr. com o nervosismo a aumentar, o governo decidiu atribuir uma recompensa a quem primeiro achasse o cão do sócrates que, segundo fontes próximas de não sei quem não sei que mais, foi visto na madragoa a dar duas dentadas na galinha da manuela ferreira leite que a deixou com uma grande contusão. coitada!

a interpol, a judiciária, o fbi, os boinas verdes, detectives particulares, bufos reformados, todos accionaram os seus sistemas de alerta. cortaram ruas, ninguém podia entrar ou sair da cidade, os consumidores de coca viram-se à nora, o josé cid perdeu o comboio para o apuramento do festival da canção e estava a fritar miolos, trânsito parado,
lojas arrombadas,
pretos brancos e amarelos aos murros,
ciganos com máquinas de flipperes às costas, homossexuais a arrombar vitrines de sex-shops, estava tudo em pantanas.
a lili caneças deu à sola de uma clínica de estética com as tripas na mão. um caos.

se o cão do sócrates fosse encontrado vivo seria certo dois dias de feriado nacional, com direito a entremeadas feitas a partir da porca da ministra da educação.

o túmulo da amália foi encontrado aberto, deduziu-se que também ela se juntou à causa. propagandistas pelas ruas, de megafone em punho com o slogan: ajudem a encontrar o cão do sócrates! as pessoas entristeciam a cada minuto, os operáros de uma fábrica de panelas foram mandados para casa, nestes moldes não havia condições para paneleirices.

transmissões em directo de suicídios, de peregrinos que prometiam à santa, repórteres na rua, nas gráficas já se imprimia a letras gordas os cabeçalhos do desaparecimento, tomara a deus que tinta não se acabe, há muito para dizer e contar. mais do que na morte do michael jackson.

os cronistas atiravam culpas ao partido da oposição, que tinham avisado que mais tarde ou mais cedo iria acontecer o pior. vários bruxos catedráticos reuniram-se numa mesa de búzios, e nada. o dia a fazer-se, e nada.

o cão do sócrates foi desta para melhor afirmavam os mais fanáticos religiosos.
era cerca das onze manhã quando pela escadaria do parlamento surgiu num andamento de vivaldi, o cão do sócrates. houve quem falasse em milagre. houve quem fosse a correr dar duas esmolas a um pobre ao saber que ele estava ali, vivinho da silva.
logo se fez aparato em volta do cão do sócrates, não contendo os populares em dar mimos e festejos ao animal, e este, sem perceber puto do que estava a acontecer.

mas, em dois minutos breves ficou a saber os porquês das gentes ali e suas peocupações.
o cão do sócrates que, apesar de ser perito em alta-finança, ignorou e continuou a subir a escadaria do palácio de belém até aos seus aposentos caninos, e pensou lá com o seu rabo: jágora um gajo não pode ir a vigo comprar rebuçados que fica tudo virado do avessso!

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