A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Espanha: somos cadáveres. Seremos sementes?

"Em Espanha a vida ainda não é eficaz, isto é, não é ainda mecanizada; para o Espanhol, a beleza é mais importante que a utilidade prática; o sentimento mais importante que o êxito; o amor e a amizade mais importantes que o trabalho. Em resumo, o que se sente é o atractivo de uma civilização próxima de nós, estreitamente ligada ao passado político da Europa, mas que recusou empenhar-se na via que é a nossa, a da mecânica, da religião da quantidade e do aspecto utilitário das coisas.

[...] o movimento popular espanhol não se dirige contra um capitalismo chegado ao termo do seu desenvolvimento... mas contra a própria existência desse capitalismo em Espanha... A concepção materialista da história, fundada na crença no progresso, jamais encontrou eco junto dele... O que fere a consciência do movimento operário e camponês espanhol não é a ideia de um capitalismo que se perpetuaria indefinidamente, mas a própria aparição desse capitalismo. Tal é para mim a chave da posição privilegiada do anarquismo em Espanha"

Creio que Espanha pode designar aqui Hispânia, Península Ibérica. Assistimos hoje ao enterro das últimas resistências a este processo. Somos esses semi-cadáveres. Serão os mortos sementes?

- F. Borkenau, Spanish Cockpit (1936-1937), Paris, Champ Libre, 1974, pp.28 e 29-30 (Michael Löwy / Robert Sayre, Révolte et mélancolie. Le romantisme à contre-courant de la modernité, Paris, Payot, 2007, p.113).

3 comentários:

Paulo Feitais disse...

Acho que ser semi-cadáver é pior do que estar morto.
E atendendo à herança de sangue que a nossa geração herdou, acho que, não querendo tocar nos mortos, temos o dever ético de não sermos "semi" nada.
Se conseguirmos fazer frutificar a fraternidade e a compaixão, de forma universal e plena, então, acho que estaremos a deixar que as sementes germinem, as sementes do bem e da liberdade.
:)

Paulo Borges disse...

Somos este mundo que em nós morre e, por isso, a sua possibilidade de ressurreição...

Paulo Feitais disse...

Não nos agarrarmos ao que julgamos ser...
Não julgar que nos podemos agarrar, a nós ou ao que possa vir a frutificar, os frutos em nada se parecem com as flores e estas em nada se parecem com as sementes...
:)