Distanciei-me de tudo correndo, mas não cheguei a lugar algum, porque me atrasasse perdido entre umas nuvens que haviam descido bem rentes à terra.
E não era nevoeiro que envolvia os vales nem a serra, mas nuvens espessas de fumo que se desprendiam da boca dos canhões que faziam guerra.
Guerra do fogo contra os paus, guerra do ferro e da pólvora, guerra de todas as formas e de todos os preços, que em salvas tremendas estouravam os nossos nervos e atingiam nossos corações.
Depois destas cenas terríveis acordei e vi outra guerra.
E da mesma forma, porque me atrasasse enquanto dormia sobressaltado com os pesadelos das feras, de repente “reacordei”.
Vi então a guerra lá fora, na rua, e vi que minha cabeça estava completamente aturdida e a minha alma absolutamente nua; apenas meu coração ferido estava vestido de corpo.
Mas batia muito forte de incerteza e de pavor. De modo que em guerra tanto quanto em vigília ou mesmo a sonhar é meu destino ver o mundo ir à guerra a guerrear.
É meu castigo ver os dois mundos guerrearem. E se nem durante a noite quando durmo cessa a luta no astral, o que dizer deste lado da moeda onde brigam pelo bem, mesmo quando é mal?
Por quimeras em nome do suposto meio bem, que é meio mal?
Outros contra o inteiro bem brigam pelo inteiro mal; mas de todos os quebrados fazem arte, e todos dizem oferecer de si a melhor parte.
E se pelo que mais farte se faz guerra no céu, na terra, na rua, no mar e em toda parte há guerra... eternamente há guerra.
Não poderia mesmo sonhar com outra coisa, em ambos os mundos?
Se os profundos seios tanto do céu quanto da terra estão sendo por feras bombas, bombardeados...
Mas nem por isso posso justificar o meu atraso, e este meu caminho incerto, desconhecido e confuso.
Pois ao meu caminho sempre pensei percorrer depressa; todavia com o que trago e vou me arrastando por aí sigo lento e sempre tardo.
Ah se não houvesse tantas nuvens e escombros!
E a fumaça tantas curvas não fizesse que me atrasassem!
Mas pior que guerras são as quimeras...Ainda que pelo tempo se desfaçam!
Não talvez pior que as guerras, mas igualmente ferozes são as pedras que em nosso telhado jogam em tempos de paz como ofertas em nome do bem que gritam ao preço do dia!
Tão eloqüentes vozes eletrônicas concorrem entre si para ver quem mais alto ronca nos dias de pagamento nesta tão infeliz guerra, permitida, que chamam tempo de "Paz"!
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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quarta-feira, 10 de junho de 2009
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8 comentários:
Como sempre, Amigo Júlio Teixeira, original e brilhante! O espaço... continua a ser das... águias!
Às vezes fico na dúvida se os dois regulam bem mas elogiem-se e autocomentem-se e ganhem penas. Não chateiem é os outros com a mania que são os sábios de serviço, estou farta de poesias e de textos contra o Lula da Silva e de tudo.
E tenho todo o direito a dizer o que penso!
"O espaço... continua a ser das... águias!"? Quais águias? Estou cá há mais tempo e não seria capaz de dizer uma coisa dessas.
Este espaço é de todos!
Se "é de todos", também é nosso, sejamos águias ou baratas! A única diferença é que uns "estão cá
há mais tempo" que os outros. Viva o direito de prioridade... temporal! Só que "às vezes" se imvertem as situações e, biblicamente falando, os últimos são os primeiros. Por outras palavras: as baratas passam à frente das águias!
O que tanto incomoda moça de armas em punho?
Chateie-se à vontade!
Mas que o que acha de viver e deixar que os outros vivam?
Já pensou se todos fossem iguais a vc ou qualquer um outro?
Dá um tempo pois ninguém seria grande modelo universal.
Bem disse meu caro amigo João de Castro.
"Se é de todos também é nosso"
Águias é também simbolo universal de uma hierarquia "Assurica" anterior a tudo que possa imaginar.
Acho que por outro lado quem poderia determinar coisas por aqui seria a tríade fundadora.
Sério: viva e deixe viver.
A censura aqui é tão interessante.
Há outra possibilidade mas não posso dizer. O fascismo é um regime interessante, deve durar pouco por não ter imaginação.
Assim disse... Zaratustra!
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