A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

A pedido do Pires...

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PASCOAES E A ALMA DA EUROPA (II)

Pinharanda Gomes


(...)
Os pequenos países, desde que possuam uma identidade cultural e uma autonomia de pensamento, podem subsistir e sobreviver através das pressões dos grandes, embora as ameaças económicas levem os povos ao receio e ao temor. Pascoaes e, com ele, os principais pensadores da «Renascença Portuguesa», seguidos depois em parte pelos da «Seara Nova» e, de modo algo diferente, mas no essencial convergente, pelos ideólogos do Integralismo Lusitano, deu relevo às culturas pátrias e, quanto aos perigos, Pascoaes repete por imagens poéticas, o que Garrett vira como risco previsível: ou Portugal ascende de modo a ter um justo lugar no contexto europeu, ou resta-lhe a opção espanhola – a Espanha do Quixote «cujas lanças podem voltar-se contra nós» . Há quem se atemorize com a sombra espanhola, mas talvez haja razões para se temerem as sombras da francofilia, da anglofilia, e da germanofilia, uma vez que, para muitos, a Europa é principalmente, como sempre foi, o patamar de convergências das grandes potências, sobretudo da França e da Alemanha, já que a Inglaterra, uma vez obtidas vantagens, tende a viver ciente da sua natural insularidade.
«Nós, os portugueses, somos pouca gente e vivemos num pequeno território […]. O imperialismo não é para as nações pequenas, e cantar o das outras seria sobretudo ridículo» . O sentido imperial dissolveu-se nas ondas do mar, sucedendo-lhe o materialismo moderno, de origem europeia, «que cortou as nossas antigas asas que eram velas brancas de navios» . O Atlântico fica-nos de frente, a Europa fica-nos nas costas. A nossa história expandiu-se quando saímos da Europa em busca do Novo Mundo. Interessante foi a posição da «Renascença Portuguesa» que fez propaganda a favor da intervenção de Portugal na Grande Guerra, não só por questões ideológicas, mas pelo imperativo das possessões ultramarinas.
Os centralismos absolutistas consideram ponto de honra a redução das diferenças a uma unicidade, chegando a envolver a erradicação das línguas ou dialectos regionais (outrora: nacionais) a favor da língua da região ou nação dominante. Temos o exemplo em França, num processo eficazmente levado a efeito no clima do evento que privilegiava a liberdade (mas também a unidade do Estado) a Revolução Francesa e, logo depois, no férreo absolutismo napoleónico. Almas de boa vontade, e algo desatentas, só prestam culto à trilogia «Liberdade, Igualdade, Fraternidade», escamoteando a premissa inicial e justificativa dessa trilogia, que é a unidade do Estado. De facto, o Manifesto da Revolução Francesa proclamou – «Unité et Indivisibilité de la République, Liberté, Egalité, Fraternité, ou la Mort». Quer dizer, sim aos benefícios desde que seja dado o Primado ao sacrário: a unidade do Estado, o que correspondia ao fim das autonomias recebidas da Idade Média, dos pequenos povos. As línguas das antigas nações que foram absorvidas pelo Estado, e muito particularmente a Provença, enfim, a língua d’oc, veio a submergir-se na língua d’oil, no parisiense de cortesãos e cortesanias. Apesar de tudo, pequenas bolsas resistiram na boca dos povos assujeitados, e ainda no nosso tempo, nos Pirenéus, se ouve um linguajar arcaico (já não referimos em delonga o basco) qual esse em que a vidente Bernadette de Soubirous de Lourdes, se expressou . Unificar diferentes povos numa única língua é quase todo o caminho andado para a hegemonia centralista, bastando depois, proceder aos arranjos administrativos…

(continua)

2 comentários:

José Pires F. disse...

Agradeço, devorei e, já agora, se me permites, peço mais.

É sempre um prazer imenso ler este ímpar Filósofo e bondoso Homem que é o Jesué Pinharanda Gomes. Um Mestre que conviveu com alguns dos mais ilustres pensadores portugueses como; José Marinho, Álvaro Ribeiro ou Agostinho da Silva e que considero de dimensão e profundidade impressionantes. A sua vasta obra é prova disso e todos nós esperamos que nos continue a surpreender e ensinar por muitos mais anos.

Embora a Nova Águia tenha vários colaboradores que a prestigiam, Josué Pinharanda Gomes é, na minha opinião, o mais prestigiante de todos eles.

Bem-hajam os Homens de tão alto calibre.

José Pires F. disse...

Errata: Jesué e não Josué como escrevi na última referência ao seu nome.