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Com base em 35 indicadores forem investigadas cinco dimensões da política social nos 27 países da União Europeia. A investigação baseia-se nas estatísticas actuais de Eurostar e OECD. As dimensões analisadas foram: chances de formação, justiça entre as gerações, situação na procura de emprego, igualdade entre homem e mulher e distribuição de rendimento.
Os cinco melhores lugares com melhor justiça social foram ocupados pela Suécia, Dinamarca, Holanda Finlândia e Eslovénia.
Relativamente a Portugal, os resultados são fulminantes. Ocupa com a Hungria o lugar 24 estando abaixo deles a Roménia e a Grécia. Em Portugal, a situação piora em relação ao passado aumentando as desigualdades em quase todos os sectores especialmente na distribuição dos rendimentos e na justiça entre as geracoes.
18 % dos portugueses são pobres. A percentagem de pessoas pobres a partir dos 65 anos atinge os 26%. E 5% das crianças portuguesas têm os pais desempregados.
No sector do emprego a situação é miserável. Muitos empregos são carentes e falta de emprego é crescente. Um Estado, habituado a exportar a pobreza e a explorar as remessas dos emigrantes, vê-se agora com o problema de países europeus estarem a reduzir a importação de trabalhadores. A dívida de Estado, um ensino precário descomprometido e descomprometidor e o desemprego prolongado são indicadores dum futuro ainda mais penhorado.
Uum pobre alemão não é igual a um pobre português. As estatísticas referem dados relativos.
Isto releva a ineficiência da política portuguesa. O povo português revela-se muito tolerante no que respeita à pobreza social e à falta de responsabilidade do Estado.
A classe que se serve do Estado não precisa de pensar no dia de amanhã porque o seu amanhã está na pensão assegurada por um Estado de que se serviram e servem. Se os dirigentes actuassem como se pertencessem à camada social económica e culturalmente desfavorecida, então teríamos uma nação inteira e não repartida.
A política não se preocupa com a compensação social, com um compromisso entre pobres e ricos, entre regiões pobres e ricas, assistindo-se ao desequilíbrio crónico. Os espertos encostam-se aos partidos, que, por sua vez, ocupam os sectores do Estado onde se ganha melhor.
E no meio de tudo isto os nossos políticos ainda têm coragem de sair para a rua e mostrar os seus dentes brilhantes. Pavoneiam-se nas televisões como se fossem benfeitores do povo português, quando administram mal o país. Trabalham para si e fazem bem aos do partido sem responsabilidade de estado. Cada vez se ostenta mais os galardões das ideologias e se vê mais vaidade encenada num país reduzido a estádio de futebol.
Estado Novo e Democracia na Liga dos mais fracos da Europa
Se antigamente estávamos “orgulhosamente sós”, hoje marcamos passo orgulhosamente sós!
O átrio do país passou a ser o partido. Não há povo, não há actores, apenas espectadores dum país a salto.
A imprensa portuguesa, que deveria confrontar continuamente os políticos com esta realidade, vive também ela no país da Bela Adormecida, espalhando o tapete vermelho a políticos que falam de tudo, menos do que importa a Portugal e deveria importar aos portugueses.
Como de costume, se o governo for questionado sobre tão miserável situação, os espertos do poder compararão a sua miséria com pior miséria de algum caso particular dum país de nome, para assim fugirem com o rabo à seringa e enganarem um povo sempre crente. Quem observa com olhos de ver as atitudes de políticos na TV até fica com calafrios perante os seus tiques e peculiaridades dandy. Vivem em grande parte da arte de enganar quem quer ser enganado. Somos inveteradamente vaidosos!
Vivem do factor Salazar, sempre na desculpa e no empolgamento, justificando uma política improdutiva na ideia de liberdade e democracia.
Os nossos políticos não têm noção de estado nem de povo, servem-se deles em vez de os servir. Partidarismo e servilismo oportunista enchem a Administração pública e rebentam o aparelho do estado pelas costuras. Depois desculpam-se que é a vida e que o povo tem os políticos que merecem. O povo porém precisa de exemplos e de personalidades que se tornem a consciência da nação para impedirem que mercenários continuem a abusar do povo, a violar Portugal. Aqui, as revoluções, a partir do século XVIII, têm um denominador comum, satisfazer uma classe descontente que ao assumir o poder se satisfaz à custa do Estado e em gozar o povo.
Na democracia, o povo português continua a desobrigar-se com a ida às urnas como antigamente se desobrigava da abstinência com a bula.
Portugal joga cronicamente na Liga dos derrotados, antigamente com honra, hoje com orgulho. Países que no Estado Novo estavam atrás de Portugal encontram-se hoje à sua frente quando; apesar do 25 de Abril não saímos do grupo dos países em que nos encontrávamos no tempo de Salazar. Portugal a continuar assim daria razão aos que defende que em vez de mudar os sistemas é preciso mudar o povo! Estes gostariam de nos ver espanhóis. O que precisamos todos é de mudar o nosso ideário de povo, mudar a nossa mentalidade e não suportar os que usam e abusam do Estado e desencorajam a iniciativa privada em nome do monopólio partidário. O espírito da terra, da ecologia, do bem comum expresso nos “Homens Bons” dos tempos da fundação da monarquia deveria tornar-se o padrão a seguir no governo de Portugal e não o da ideologia. Por um Portugal dos biótopos naturais com menos coutadas ideológicas.
António da Cunha Duarte Justo
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