A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pátria, o Céu

«Na era gloriosa que se abre a Portugal com a dinastia de Avis, idade da nossa grandeza, período áureo da nossa força e glória, não há pátria mais aberta, nem sociedade mais cosmopolita do que esta. Quando o infante D. Henrique institui a escola de Sagres, ninho de onde partem, no seu voo através dos mares, as armadas portuguesas, as praias desse promontório que outra vez merece o nome de sagrado, porque outra vez é sacrário da nossa alma céltica, abrem-se todas as nações (...)
É que o foro português, à semelhança do romano, não era o atestado de uma ascendência consanguínea, mas sim o baptismo em uma fé que não distinguia nacionalidades, nem origens naturais de raça, ou de religião. Português era todo aquele que ardia na chama crepitante do entusiasmo descobridor (...)
Tão permanente, tão íntimo, tão constante aparece em Portugal, como em Roma, consideradas as diferenças dos tempos. Porque, para o romano, o seu foro era uma lei seca, feita só de direito, inspirada apenas pelo civismo; ao passo que para o português, homem moderno que atravessara as fornalhas esbraseadas da transcendência medieval, o seu foro, se era uma lei e um patriotismo cívico, era também uma fé, em que, sob uma inspiração profética, as almas não distinguiam, nos voos da sua ambição ideal, entre a Pátria e o Céu.

Tal é a pátria ideal de Camões, que se distingue da outra como uma flor se distingue de um astro (...) essa pátria existe debaixo de todos os meridianos, em todas as latitudes e partes do mundo, tanto na Europa, como na África e na Ásia, como na América e nos confins remotos do mundo perdido para além das Molucas. Essa pátria está onde estiver um peito português: está em terra e está nos mares flutuante à sombra da bandeira das quinas, dentro das naus que de asas abertas a levam de um extremo a outro do mundo.
Tanta é a diferença que distingue o amor pátrio natural da abstracção ideal sobre que os portugueses construíram o templo sagrado do seu império. Dos laços de coesão capazes de agremiar os homens, dando-lhes uma vontade colectiva, o mais alto e sublime que até hoje a história descobre é este, por ser o que realiza de um modo mais completo essa liberdade para que nós aspiramos, como as aves quando tentam as asas nos ensaios de voo à borda dos ninhos.
Todos os amores que florescem enraizados na terra têm o travo próprio das coisas que vêm do solo: um egoísmo exclusivo inerente à sua afirmação. Esta aldeia, esta província, este povo, tem a sua excelência que provoca o nosso amor, fundada em quê? Na superioridade suposta ou verdadeira, sobre todos os outros. O sentimento dessa superioridade sanciona o egoísmo, que é sem dúvida uma expressão rudimentar de liberdade.»
Oliveira Martins, Camões

«De Babel sobre os rios nos sentámos,
De nossa pátria desterrados,
As mãos na face, os olhos derribados,
Com saudades de ti, Sião, chorámos.

Não é logo a saudade
Das terras onde nasceu
A carne, mas é do Céu
Daquela santa Cidade
Donde est'alma descendeu.»
Camões

2 comentários:

Casimiro Ceivães disse...

Fantástico este texto. Nunca vi tão bem a identificação de um povo com a fé católica apostólica romana dos Navegantes.

(um pouco à custa do Camões, mas enfim...)

Bravo.

Unknown disse...

(... à custa do amargo doce Camões.)