A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Donde vimos, para onde vamos...

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terça-feira, 5 de maio de 2009

Mas, obviamente, nenhum governo terá a coragem de seguir esse caminho...


1. Uma das traves-mestras, senão a trave-mestra, da Política é a Política Educativa. Basta regressar à República, de Platão. É aí que se prefigura a sociedade em que depois vivemos...

2. O problema maior é que chegámos a um ponto em que não parece haver solução possível, tal o círculo vicioso que se criou:
a) com a escolaridade obrigatória (medida positiva), integraram-se todos os jovens no sistema educativo…
b) essa massificação levou a um progressivo facilitismo, para mais, com o novo paradigma de que aprendizagem deve ser algo de essencialmente lúdico, que dê prazer ao aluno, algo que implique pouco ou nenhum sacrifício; para mais, com a política, completamente suicidária, de dar mais “poder” aos estudantes...
c) esse facilitismo sacrifica em primeiro lugar os jovens de classes sociais mais desfavorecidas (para quem a Escola é o único meio de “elevação”); ou restantes, têm outras formas…
d) de tal modo o ensino público se tornou uma farsa que, cada vez mais, quem pode põe os filhos no ensino privado. Até os nossos famosos de esquerda…
e) ou seja, cada vez mais, o ensino público, que deveria ser o lugar por excelência da igualdade de oportunidades, é o caixote de lixo dos mais pobres…

3. E a amarga ironia é que chegámos aqui com a “melhor” das intenções: ao procurarmos promover o “igualitarismo”, promovemos de facto a mais gritante diferenciação social. É no que dá a ingenuidade política…

4. Com a abolição do ensino técnico e de outros regimes “médios”, quisemos criar um país de doutores. Criámos um país de ignorantes…

5. Chegados aqui, eis o que importa, a meu ver, fazer:
a) requalificar o ensino público, investindo desde logo nos professores (estatuto, condições, salários, etc.) e elevando o grau de exigência (instalações, programas, etc.).
b) diversificar hierarquicamente esse mesmo ensino público, acabando de vez com os mitos igualitaristas, que já tanto prejuízo causaram.

6. Só assim, voltando a ser um ensino público um lugar de excelência, onde todos têm à partida as “mesmas” oportunidades mas onde, em nome do igualitarismo, se não transige com a exigência, poderemos, a meu ver, começar a sair do círculo vicioso. Mas, obviamente, nenhum governo terá a coragem de seguir esse caminho…

17 comentários:

Casimiro Ceivães disse...

A escolaridade obrigatória foi, julgo, pensada em primeiro lugar por Napoleão...

Não há como conciliar a obrigatoriedade com a exigência. Mas nenhum intelectual, obviamente, terá a coragem de propor o fim da obrigatoriedade...

Há o caso do Eduardo Paseyro, de quem recomendo o "Elogio do analfabetismo" (Publicações Europa-América, salvo erro)

Paulo Borges disse...

Renato, lendo o teu texto e o do Paulo Gomes, para além das discordâncias e concordâncias parciais, a sensação com que se fica, acentuada no fim do teu texto, é a de que no fundo há muito ou tudo a fazer, mas na verdade pouco ou nada pode ser feito...
Com efeito, qualquer tentativa de solucionar este problema complicado parece destinada ao fracasso, pela impossível transgressão dos imperativos económicos de quem governa ou pela impopularidade que teria, no caso improvável de alguém com ideias diferentes chegar a Ministro da Educação. Pergunto então: o que fazer? Porque os caminhos da redenção individual e das pequenas comunidades me parecem muito mais claros que os da redenção colectiva, se esta for alguma vez possível. Por isso acho muito mais viável a proposta agostiniana de se investir em pequenas comunidades alternativas, grupos de afinidade que realmente queiram cultivar-se. Isto sem abandonar o plano macro-social, mas sem grandes expectativas de aí se poder realizar muito mais que o medíocre. O que, aliás, é o que já acontece... É preciso ter um pé no sistema e um outro bem fora, para podermos fazer algo de bem mais interessante do que nele é possível. É o que procuro, não me dou nada mal com isso e creio que isso resulta num benefício para o próprio sistema, que acaba por ganhar em não funcionalizar totalmente as suas peças. Pelo contrário, querer transformá-lo por dentro, ganhando poder dentro dele, é inevitavelmente ser por ele absorvido e consumido: muito claramente, se algum de nós chegasse a Ministro da Educação, ou seria imediatamente demitido, porventura por exigência popular, ou abdicaria das melhores ideias que tem, em nome do pragmatismo da realização das reformas possíveis, que pouco diferentes seriam do que já se faz, porque essa é a margem que o sistema sempre tem para dar a aparência de mudar sem que isso realmente aconteça. Espero que isto não seja pessimismo, mas realismo. Com efeito, espero mais dos indivíduos e dos pequenos grupos, por mais relativo que seja o seu estatuto ontológico, do que do estado e da própria sociedade. Esses são por natureza conservadores, da lata e não da sardinha, como dizia o Agostinho da Silva.

Renato Epifânio disse...

Casimiro: Há uma história engraçada com o Agostinho a esse respeito. Convidado pelo Roberto Carneiro para uma Comissão contra o Analfabetismo, foi lá fazer o elogio do mesmo. Numa das "Conversas Vadias" (julgo que com a Maria Elisa) também defendeu que as crianças deveriam apenas aprender a ler se e quando o quisessem...
Dito isto, acho que a escolaridade obrigatória é uma "conquista civilizacional" de que não devemos abdicar. Por mais "impossível" que seja gerir um sistema de educação para todos...

Paulo:

1. Só em pequenas comunidades alternativas se podem aplicar os princípios educativos agostinianos. Em grande escala, seria ainda mais catastrófico...

2. Dito isto, se tivesse filhos, acho que os poria no Colégio Militar. Tenho as maiores dúvidas que crianças educadas em comunidades "libertárias" consigam depois sobreviver nas nossas sociedades. Há histórias conhecidas: a Snu Abecassis, por exemplo, teve que ser "reeducada", depois de ter passado a infância numa comunidade dessas...

3. Quanto a ser convidado para Ministro da Educação, só com plenos poderes. Desde logo, contra o poder dos estudantes. Menos do que isso, não aceitaria o convite. Fica escrito. Pode ser que um dia me atires estas palavras à cara...

Paulo Borges disse...

Tens-me nessa conta? Apesar de ser preocupante não teres outra alternativa senão a ditadura pela força...

Quanto às comunidades alternativas, acho que não me fiz entender. Não falo de comunidades alternativas no sentido libertário, com todo o respeito por elas, nem de comunidades onde se ponham em prática todos os princípios agostinianos, com todo o respeito por eles. Falo de comunidades/grupos de afinidade onde as pessoas vão livre e voluntariamente buscar o complemento de formação que a mediocridade ou as limitações do sistema educativo lhes não oferecem: tertúlias, cursos livres, círculos de debate, comunidades ético-espirituais que possam ser o embrião de algo mais, de uma transformação efectiva das mentalidades e das vidas... Isso resulta. Sei por experiência própria. Quanto a transformar uma sociedade que não quer ser transformada, isso é um daqueles problemas sem solução que só resulta em violência.

Casimiro Ceivães disse...

Bem, eu ainda admito a alfabetização obrigatória; que seja obrigatório aprender a fórmula do anidrido carbónico só resulta em que ninguém sabe nem quer saber qual a fórmula do anidrido carbónico (que em qualquer caso há-de estar na net).

Por outro lado (ver o texto do Paulo Feitais e o texto do João César das Neves aqui publicado há dias) a destruição da família burguesa pai-mãe-filhinhos e a incapacidade social de afirmar novas formas familiares (em que provavelmente re-emergeria a antiga da família-clan, entre outras mais 'experimentais') leva a um vazio na formação integral da criança que (contra Platão...) não creio que o Estado e a sua escola possam suprir. Para catástrofes já basta o que temos...

De resro, desconfio das soluções únicas e das estratégias únicas, pois da teoria liberal (que não é mais do que evolucionismo aplicado) retenho a permanente divergência ou arborização das coisas... Não vejo que um ministro da educação não pudesse ser útil (principalmente se fosse autorizado a fazer implodir o Ministério) e que as pequenas comunidades não sejam cruciais.

Mas os tempos mudam muito depressa. O Saramago ainda pode contar como em miúdo saía do trabalho e ia à noite ler para as bibliotecas públicas de Lisboa... algum jovem precário o poderá fazer agora?

E há imensas pequenas soluções curiosas. Nos Estados Unidos, onde o serviço militar é voluntário, quem o cumpra (4 anos) sem 'manchas' ganha uma bolsa de estudo valiosa para uma universidade. Resultado: alunos mais 'adultos' que já não têm a mentalidade erasmus-charro e soldados que não são exactamente os 'cães de guerra' porque sonham com o seu curso de física ou filosofia (e têm tempo para ler, ao sol dos pátios dos quartéis).

Ana Margarida Esteves disse...

"Tenho as maiores dúvidas que crianças educadas em comunidades "libertárias" consigam depois sobreviver nas nossas sociedades."

Conheco casos de criancas educadas em comunidades libertarias que hoje sao adultos extraordinariamente bem-sucedidos e muito melhor adaptados as "nossas sociedades" do que a grande maioria dos educados nos "melhores colegios".

Isto porque conseguiram desenvolver uma rapidez de raciocinio, uma capacidade de analise critica, uma criatividade, uma independencia de espirito e uma auto-estima (das saudaveis) acima da media.

Alem de um distanciamento em relacao a certas ilusoes consumistas e de uma suposta "conquista de poder" em estruturas corporativas.

Sao estas criancas hoje excelentes professores, investigadores, medicos, escritores, musicos e artistas plasticos de dois paises Europeus e da America do Norte (conheco-os e posso atestar que isso e verdade).

Alguns deles ja sao pais e maes bastante competentes de belas e muito equilibradas criancas.

Nao precisaram de ser "reeducados" para chegar a tal.

Ana Margarida Esteves disse...

"(e têm tempo para ler, ao sol dos pátios dos quartéis)."

Isto quando nao sao mandados como carne para canhao para o Iraque ou para o Afganistao, como aconteceu a irma de uma colega minha, que foi para la seguindo a miragem de conseguir financiamento para o ensino superior e ainda nao voltou ... Ja la vao quase seis anos que ela foi mandada para la. Nao lhe foi dada outra opcao.

Ana Margarida Esteves disse...

" (...) alunos mais 'adultos' que já não têm a mentalidade erasmus-charro e soldados que não são exactamente os 'cães de guerra' porque sonham com o seu curso de física ou filosofia (...)"

Alguns voltam de la com uma mentalidade bem pior: Lembre-se da menina que se entretinha com jogos eroticos de teor sadico com prisioneiros em Abu Grahib ...

Ha uma etnografia de uma base militar na Carolina do Norte, feita pela Professora Catherine Lutz, do Departamento de Antropologia da Brown University, que mostra como casernas de elevado prestigio como essa contem dentro de si antros de baderna que sao muito nocivos para a moral e disciplina dos jovens do que charritos e festas Erasmus.

Nao e a toa que, a volta da caserna em questao, ha varios circulos concentricos de bordeis e de redes de trafico de alcool e drogas, que penetram as sacrosantas paredes do quartel com a mesma facilidade que uma faca corta um pedaco de manteiga mole ...

Casimiro Ceivães disse...

Essa do Iraque devia ser linda na escolaridade obrigatória :)

Casimiro Ceivães disse...

O princípio que refiro aqui é o de um contrato em que o serviço (educação superior) é obtido pelo cidadão em troca de um serviço que, antes, presta à comunidade. Por mim, e na situação portuguesa em que não temos grande necessidade de exércitos, prefiro que seja a vigiar fogos florestais... sempre sujeito a uma disciplina apertada, que não tem que se confundir com sadismo.

Também podemos negar a viabilidade das comunidades alternativas por causa do Charles Msnson.

Ana Margarida Esteves disse...

" (...) sempre sujeito a uma disciplina apertada, que não tem que se confundir com sadismo. (...)"

Ha varios paises onde isso e possivel atraves do "servico civico" como alternativa ao servico militar.

Os "Peace Corps" oferecem uma disciplina semelhante, acompanhada de uma experiencia humana e cultural riquissima.

"Também podemos negar a viabilidade das comunidades alternativas por causa do Charles Msnson."

Malucos ha em todos os meios;-) ...

Lembre-se que a comunidade do Manson tinha uma filosofia muito peculiar ...

As comunidade Camphill, inspiradas pela Antroposofia, que integram pessoas com "deficiencia" mental com pessoas "normais" tem sido muito bem sucedidas.

Os paises Nordicos estao cheios delas. Muitas sao consideradas como modelares em termos de integracao social de pessoas autistas e com sindrome de down, assim como no desenvolvimento de competencias sociais e organizacionais (incluindo a disciplina, nao e tudo dancas de roda, flores e pintura) em pessoas "dentro da media".

Tambem tem sido vistas como exemplares na reintegracao de pessoas em recuperacao de toxicodependencia ou saidas de prisoes. Neste caso, muitas delas optam por passar uma temporada como monitoras nestas comunidades.

As escolas Waldorf recebem fundos publicos em varios paises Europeus.

Ana Margarida Esteves disse...

"Essa do Iraque devia ser linda na escolaridade obrigatória :)"

Nao se sabe. Mesmo se fosse, ha muita gente que era exemplo de "bom comportamento" (frequentemente confundido com passividade e submissao) na escolaridade obrigatoria e que depois se tornou facinora.

Ha quem diga a te que se deve desconfiar das criancinhas e dos adolescentes muito "bem comportados". Os meninos e as meninas "modelo" muitas vezes albergam sementes bem resilientes de psicopatia ...

Ana Margarida Esteves disse...

Ha de lembrar tambem que ha muitos piromanos e agressores gratuitos de bichos entre os guardas florestais, atraidos para essa profissao da mesma forma que muitos pedofilos sao atraidos para a pediatria, o ensino ou o trabalho em paroquias.

:)

Ana Margarida Esteves disse...

"Falo de comunidades/grupos de afinidade onde as pessoas vão livre e voluntariamente buscar o complemento de formação que a mediocridade ou as limitações do sistema educativo lhes não oferecem: tertúlias, cursos livres, círculos de debate, comunidades ético-espirituais que possam ser o embrião de algo mais, de uma transformação efectiva das mentalidades e das vidas... Isso resulta."

Sim, e um facto que muitas vezes resulta. Mas os grandes problemas destas "comunidades tertuliares" sao:

1) Tendem a cair num particularismo e num "familismo" exclusivista, de grupos de amigos que a uma dada altura nao tem nenhum incentivo para incluir novos aderentes volutarios. Acabam tambem por expulsar dentro de si todos os membros que nao adiram a uma "mentalidade de grupo". Ha por isso uma tendencia para a estagnacao, isolamento e exclusao. Quando se abrem, fazem-no muitas vezes na forma de um certo "proselitismo laico", que pode ser delcarado ou encoberto.

2) Tornam-se muitas vezes personalistas, girando a volta de lideres internos ou de "corpos doutrinarios" que a uma dada altura ganham um estatuto que faz com que se torne quase impossivel por em causa sem correr o risco de exclusao. Tudo isto de forma nao-dita e ate inconsciente, e claro.

3) Ha muitas vezes uma certa tendencia para o elitismo, para se julgarem "superiores", "mais cultos", "mais iluminados" que o "comum dos mortais", isto e, tod@ aqul@ que nao faz parte do grupo.

Escrevo isto com base em experiencias que tive com grupos deste genero em diferentes contextos. Dei-me conta que sao tendencias que ultrapassam fronteiras.

No entanto, estes cenarios sao facilmente evitaveis por uma atitude pro-activa e auto-critica por parte dos seus membros. Tambem vi isto acontecer e dar bons resultados.

Tambem participei em grupos onde nada disto aconteceu.

Ana Margarida Esteves disse...

O maior problema desses tres cenarios nao e o isolamento e "elitismo" em si, que esta implicito nessas tendencias, mas o facto de poderem levar o grupo a entropia e auto-destruicao.

Paulo Feitais disse...

Esta é uma discussão interminável, mas quanto mais ditatorial e castrador for o sistema de ensino, menor será a qualidade cívica da sociedade. O uso construtivo e criativo da liberdade aprende-se usando a liberdade, o mesmo se aplica à inteligência em todas as suas dimensões. Estou próximo da visão apresentada pelo Paulo, mas partilho das apreensões da Ana Margarida: penso que numa primeira abordagem não será possível aplicar modelos constringentes impostos a toda sociedade, mas seria desejável que, caso as comunidades quisessem, se pudesse abrir a escola a novas experiências organizativas. A Escola da Ponte é um bom exemplo, tão bom que este governo já tentou fechá-la, ou pelo menos adulterar o seu projecto educativo.

Paulo Borges disse...

Só venho acrescentar que, nesta questão, há que escutar a voz de quem tem experiência no domínio, não de quem pensa em abstracto, exportando para a questão educativa a sua ideologia. E aqui importa ouvir com atenção o Paulo Feitais, que tem em mãos a mais difícil tarefa educativa, a do Ensino Secundário, e é um modelo de resistência entusiasta ao empenho do sistema em destruir o melhor da relação entre professor e aluno. Espero que tu, Paulo, desenvolvas as tuas propostas num documento/livro a publicar pelo MIL.