A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Pântanos

Se nasceste no pântano, ao pântano voltarás, mesmo que disso não te apercebas, mesmo se o pântano estiver coberto de uma crosta de terra onde cresce uma borbulhagem de prédios, gruas e guindastes. Esta é o retrato de um aglomerado de gente ao qual foi retirada a possibilidade de uma vida interior autêntica. Falo de aglomerado pois que identidade comum, que solidariedade e que sentimento de pertença autênticos podem existir onde o sentimento de “ser” que cada um de nós tem é o resultado de um jogo de espelhos que ameaça a cada momento se estilhaçar? Onde cada um de nós vive à custa de sugar a energia vital dos outros, inclusive dos que estão fora do nosso meio, absorvendo as imagens daquilo que pensamos que eles são e transformando-as no pasto das nossas fantasias e vaidades?

Somos criaturas de pântano. Vivemos um limbo onde nos lembramos constantemente uns aos outros o quanto somos feios e destruímos, muitas vezes sem nos apercebermos, tudo aquilo que se assemelhe a uma feiura diferente da nossa, além de tudo o que nos possa trazer um pouco de beleza ou libertação. Tudo isto em nome da solidez do jogo de espelhos que nos convence da nossa existência e suposta importância. Pois para quê existir se não conseguimos impressionar ninguém, seja à custa da necessidade, da admiração, da inveja ou do medo?

É muito mais difícil sair de um pântano do que de um labirinto. Enquanto que um labirinto tem chão, paredes sólidas e caminhos que insinuam a possibilidade de encontrar uma saída, um pântano é uma massa fluida sem direcção, onde devemos ser arquitectos do nosso caminho sem que ninguém nos empreste régua ou esquadro, isto tendo de batalhar para nos mantermos acordados no meio de vapores anestesiantes.

É possível que no meio de tudo isto se encontre uma palavra chave, uma fórmula alquímica que transforme o pântano num labirinto. Se existe ou não, não sei. Se encontrarem alguns indícios dela por aqui, podem ter a certeza que ninguém os colocou intencionalmente.

1 comentário:

Paulo Borges disse...

Compreendo que se possa dificultar, mas não retirar a alguém "a possibilidade de uma vida interior autêntica", até poque dificultá-la é precisamente despertá-la e alimentá-la. Como se pode privar alguém do que não possui, mas é?

Creio que a descoberta da vida interior começa precisamente quando se reconhece que, no seio de tudo o que aparentemente nos condiciona e oprime, há precisamente o contrário: uma centelha de liberdade que, cultivada, pode converter-se num grande fogo. Ver o mundo nesta perspectiva oferece-nos um quadro totalmente diferente deste que aqui nos é apresentado, de modo aliás eloquente.