DILÚVIO – DEUS - NOÉ
Sempre me fez um bocado de confusão essa estória do Dilúvio como forma radical de justiça divina para castigar uma humanidade tresmalhada que aceitava tudo menos os preceitos éticos ou morais de se conduzir
: forrobodó permanente, com mulherio e álcool até dizer chega, e deus ( o da altura, ainda com minúsculas) ai ele é isso, não perdem pela demora, que é só abrir as torneiras durante um mês ou dois e não vai sobrar um palmo de terreno seco onde vocês possam dar largas à depravação e ao deboche em que se encontram atolados irremediavelmente.
Noé, vem cá (você já conhece a estória) trata de construir uma (B)arca onde caibas tu e os teus, mais uma coleção completa de animais que te farei chegar tão mal-a-vez tenhas o trabalho concluído, aí te recolherás até que a tempestade tenha afogado tudo quanto é vivo sobre a Terra.
Começa por não se entender lá muito bem o extermínio deliberado das inocentes criaturas: os sapos, as salamandras, os melómanos rouxinóis e grilos, os palrantes papagaios e pegas e quejandos. Parece que se repete agora a cena, desta feita por intervenção direta, e exclusiva, de cada um de nós. A toda a hora pomos em risco o frágil equilíbrio da chamada biodiversidade. Mas nós, selvagens impenitentes, temos a desculpa da nossa voluntária ignorância. Já os deuses – cuidado – não se admite que atentem contra um pobre inofensivo casal de pintassilgos…
Noé construiu então a Arca _ ou terá sido Barca? _ conforme a recomendação divina,
embora ao certo não se saiba hoje nem tamanho nem feitio, nem projeto, nem estaleiro onde tenha sido construída, nem capacidade para resistir a tantos dias e noites de chuva ininterrupta. Li, por acidente, há dias, um aforismo anónimo que retive na memória por tão judicioso me parecer, no que toca a enaltecer as mais-valias do amadorismo em comparação com a tantas vezes falsa eficiência profissional. Perguntava: o que é que se comportou melhor? A (B)Arca de Noé, que nem tanoeiro, carpinteiro, abegão parece que era – ou o portentoso Titanic desenhado com toda a minúcia num ateliê sofisticado e montado em Estaleiro ultra-moderno, com os materiais cientificamente mais avançados?
Acabam de ser comemorados os duzentos anos do nascimento de Darwin, que nunca aceitou muito bem a teoria oficial, que dava a existência de vida no planeta como datando exatamente do dia em que terminada a chuva se seguiu uma estiagem que permitiu … (também conhece a estória – Noé lançou um Corvo….nada de novo, até que lançou uma pomba de Picasso, que voltou à (B)Arca volvidos não sei quantos dias, transportando no bico um simbólico (?) ramo de oliveira )
Não brinquem conosco esses tais de criacionistas, os que acreditam à letra que as coisas se passaram mesmo assim: com tanta chuva ininterrupta onde sobravam oliveiras para a pomba de Picasso ir colher o tal raminho?
Uma descrição da B-Arca dava-a como em forma de barriga – construída em três andares- o primeiro dos quais (porão?) era destinado aos animais (selvagens e domésticos); o segundo aos humanos (exagero, tratando-se apenas da família de Noé, não acha?) e o terceiro vocacionado para as Aves.
Tudo bem – há leituras diversas do acontecimento, muitas delas sem o menor vislumbre de verosimilhança, nenhuma, porém, apontando para aquilo que mais baralha o meu pobre e tosco espírito: que conceito bíblico era aquele de BIODIVERSIDADE, que não incluía uma azinheirita para a boa bolota no Inverno, nem um pé de poejo, nem um raminho de hortelã, que, a não ser na (B)Arca, ao lado de elefantes e macacos, jamais poderiam ter chegado aos dias de hoje.
Você o que é que diz?
abraço
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário