Levantamo-nos numa noite em que a insónia é maior que o cansaço e, no silêncio breve, utilizamos as palavras como se tivessem crescido connosco; fiéis, discretas, superlativas… escrevemos porque existe uma abstracção mental onde tudo se encaixa, ligando o passado ao futuro onde a ponte é o presente. Admiramos os que procurando resultados ou respostas com olhos de ver, encontram interrogações e o outro lado da humanidade que é ela mesma, com as nossas imperfeições onde na sombra que se esconde do sol se desenvolvem as máscaras…
Nada disto faz de mim um homem melhor… nem menos que um pigmeu nem mais do que um gigante… são apenas expressões deliberadas, ecos admiráveis convocados para melhor disfarçar os silêncios com que cuido das minhas crostas.
Reforço finalmente uma ideia: entre o mais e o menos infinito o zero também existe, e insisto na metáfora que roubei na minha infância: há um sonho com sabor a sol dentro de mim.
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