A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 19 de março de 2009

Tocata e fuga

Quanto mais leio - ou me dão a ler - as meditações íntimas de Fernando Pessoa mais me detenho no António Vieira:

"Para falar ao vento bastam palavras; para falar ao coração são precisas obras."

(Mas, dirás tu, é acaso o coração mais do que uma simples palavra?

E tenho que reconhecer o peso da tua dúvida. É que já me sucedeu, ao passar por um homem ferido na estrada, tornar-me mentalmente esse outro-que-não-eu, o Bom Samaritano; e mentalmente socorrê-lo, no eterno presente de tudo)

* * * * * * *

Leio no jornal a condenação por um tribunal austríaco de Josef Fritzl à prisão perpétua. Contra Fernando Pessoa ('um Fernando Pessoa'?), os juizes entendeu, decerto, que há uma continuidade entre o eu-de-agora e o passado. A teoria legal chama a isto 'imputabilidade' e é ela o fundamento da 'responsabilidade'.

Dois conceitos a rever, talvez, em nome do esplendor da verdade, do insaciável apetite pelo desvendar dos véus; a menos que...

Rilke:

E, se até algum Anjo de súbito me levasse
para junto do seu coração: eu sucumbiria perante a sua
natureza mais potente. Pois o belo apenas é
o começo do terrível, que só a custo podemos suportar,
e se tanto o admiramos é porque ele, impassível, desdenha
destruir-nos. Todo o Anjo é terrível.
Por isso me contenho e engulo o apelo
deste soluço obscuro. Ai de nós, mas quem nos poderia
valer? Nem Anjos, nem homens,
e os argutos animais sabem já
que nós no mundo interpretado não estamos
confiantes nem à vontade. Resta-nos talvez
uma árvore na encosta que possamos rever
diariamente; resta-nos a rua de ontem
e a fidelidade continuada de um hábito,
que a nós se afeiçoou e em nós permaneceu.

3 comentários:

Ana Margarida Esteves disse...

"A teoria legal chama a isto 'imputabilidade' e é ela o fundamento da 'responsabilidade'.

Dois conceitos a rever, talvez, em nome do esplendor da verdade, do insaciável apetite pelo desvendar dos véus; a menos que... "

O que em Ingles se chama um 'brain teaser'. Pode desenvolver, em nome do conhecimento e do prazer de um bom debate de ideias?

Casimiro Ceivães disse...

Claro; mas olhe, Ana Margarida, de vez em quando tenha paciência comigo porque não tenho muito tempo livre.

Mas reveja o texto do Fernando Pessoa aqui publicado no Domingo 15 de Março ("Da radical abolição de perconceitos") e a sua interessantíssima conversa com o Paulo Borges em 'comments' ao mesmo...

Cito (o Pessoa):

"Não julguemos mais que nós, do presente, somos um laço, um hyphen mobil, entre o passado e o futuro. Não somos. Somos sim continuos mas não com o passado ou com o futuro."

Ora o pressuposto do julgamento austríaco é o de que o Josef Fritzl presente diante do juiz é "o mesmo" que o Josef Fritzl que no dia tantos de tal (no 'passado') fez ou não fez isto ou aquilo.

Se tomarmos a sério o Fernando Pessoa, não vejo como o juiz possa prosseguir o julgamento e dar a sua sentença. Não estou a afirmar que isso seja um bem ou um mal. Estou só - para já - a dizer que não vejo como o faça sem ser um farsante.

"poetas ao poder" dá nisto. Ou não? Tal como a Ana, vou fazendo perguntas...

Ana Margarida Esteves disse...

Eu tambem trabalho (e muito) por isso dou agora espaco a outros colaboradores para continuar o debata, apoiando ou discurdando da linha de pensamento do Casimiro.

Mas nao se preocupe, que volto mais tarde;-) ...