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COLÓQUIO: “O LEGADO DE AGOSTINHO DA SILVA: QUINZE ANOS APÓS A SUA MORTE”
3 de Abril de 2009: Anfiteatro I da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
10h00: Sessão de Abertura
10h30: COMUNICAÇÕES
Adriano Moreira, “Agostinho da Silva, o inspirador da CPLP”
Paulo Borges, “Espiritualidade e Política em Agostinho da Silva”
José Flórido, “O pensar paradoxal de Agostinho da Silva”
Debate
12h00: Apresentação da Obras:
“Agostinho da Silva: História e Profecia”, de Pinharanda Gomes
“Via Aberta: de Marinho a Pessoa, da Finisterra ao Oriente”, de Renato Epifânio
Intervalo para Almoço
14h30: COMUNICAÇÕES
Fernando Nobre, “O perfil humanista de Agostinho da Silva”
Miguel Real, “Agostinho da Silva e a Cultura Portuguesa”
António Braz Teixeira, “Agostinho da Silva no Brasil”
Debate
16h00: Apresentação do terceiro número da NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI
Intervalo
17h00: TESTEMUNHOS
António Telmo, Manuel Ferreira Patrício e Amândio Silva (“Carta a Agostinho da Silva”)
Debate
18h30: Apresentação do Portal “Agostinho da Silva”
19h00: Sessão de Encerramento
Organização: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa & Associação Agostinho da Silva
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
domingo, 8 de março de 2009
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3 comentários:
Alguém poderia me explicar em síntese, o que seria o espírito do assunto "Agostinho no Brasil?"
Agradeço.
LESADOSEMGERAL.BLOGSPOT.COM
O texto a ler será mais ou menos este...
António Braz Teixeira
BREVE NOTA SOBRE AGOSTINHO DA SILVA E A “ESCOLA DE SÃO PAULO”
Quanto, em 1944, Agostinho da Silva decide deixar Portugal e transferir-se para o Brasil, a sua concepção do mundo e o seu pensamento filosófico e religioso vão ser confrontados com uma realidade inteiramente nova, que irá ampliar o seu horizonte espiritual e revelar-lhe a verdadeira dimensão da história e do destino de Portugal, o significado do culto popular do Espírito Santo, o sentido metafísico e escatológico da ideia de Quinto Império e o valor profético da obra de António Vieira e de Fernando Pessoa.
Depois de ter vivido em Buenos Aires e Montevideu e ter trabalhado no Rio de Janeiro e na Paraíba, o pensador português, ou já luso-brasileiro, transferiu-se para São Paulo, no preciso momento em que acabava de ser criado o Instituto Brasileiro de Filosofia, que seria a directa origem da “Escola de São Paulo”.
Porque pensavam que o movimento literário e artístico desencadeado pela Semana de Arte Moderna de 1922 havia esquecido a filosofia e que o ensino nas universidades brasileiras não promovia, adequadamente, o pensamento criador, livre e independente, e ignorava ou menosprezava o passado da meditação filosófica nacional, de Silvestre Pinheiro Ferreira e Gonçalves de Magalhães a Tobias Barreto e Farias de Brito, Miguel Reale, Vicente Ferreira da Silva, Heraldo Barbuy, acompanhados por outros intelectuais mais jovens, como Luís Washington Vita, Renato Cirell Czerna e Gilberto de Mello Kujawski, em 1949, decidiu criar, em São Paulo, uma nova instituição cultural, o Instituto Brasileiro de Filosofia, cuja vocação e projecto eram o de favorecer a reflexão filosófica livre, a partir da concreta situação espiritual do Brasil e o estudo do seu esquecido passado filosófico.
Devido, sobretudo, à acção de Reale e Vicente, nos anos imediatos à sua criação, o Instituto depressa se tornou o centro informal de uma verdadeira e fecunda Escola filosófica, onde, aos fundadores, vieram juntar-se o filósofo das ciências e da estética Milton Vargas, o jovem discípulo de Vicente Adolpho Crippa, seduzido pelo problema do mito e suas relações com a cultura, João de Scantimburgo, pensador tomista como o belga Leonardo Van Acker, os portugueses Agostinho da Silva e Eudoro de Sousa, o jurisfilósofo italiano Luigi Bagolini e, alguns anos depois, um pensador checo, Vilém Flusser.
A obra e o pensamento de Agostinho da Silva, no período do seu contacto mais intenso com os outros membros da “Escola de São Paulo”, revela uma maior proximidade com a direcção filosófica de Vicente e Dora Ferreira da Silva e Eudoro de Sousa do que com a de Reale e os seus mais próximos discípulos, Renato Czerna e Luís Washington Vita.
A participação do filósofo português no momento fundador da “Escola” paulista coincide com o interesse cada vez maior que vai atribuir ao Brasil como um novo Portugal em via de cumprir um destino cuja plena realização fora suspensa ou interrompida no final do século XVI, após o desastre de Alcácer-Quibir, destino e missão ecuménicos teorizados na vierina História do Futuro e poeticamente expressos na Mensagem pessoana.
Se Agostinho pensa diversos temas e problemas fundamentais da “Escola”, como o sentido fundador do mito, o significado cósmico do barroco luso-brasileiro, o valor libertador da técnica para o homem, a importância da noção de cultura como expressão mais profunda da alma dos povos, se, como Vicente, Czerna, Barbuy e Kujawski, acolhe um conceito de razão em matricial e fecundo diálogo com o sentimento, a intuição e a imaginação e outras formas de irracional ou não-racional de que depende e se nutre em seu processo, se, como a maioria dos pensadores agrupados em torno do Instituto Brasileiro de Filosofia, compreende o espírito como liberdade criadora, é, contudo, o futuro da cultura e da civilização de língua portuguesa e o papel do Brasil e de Portugal que vão constituir o centro das suas preocupações intelectuais e existenciais, como o revelam, de modo muito expressivo, os livros Reflexão à margem da literatura portuguesa (1957) e Um Fernando Pessoa (1959) ou os ensaios Considerando o V Império (1960), Ecúmena (1964), Quinze Princípios Portugueses (1965), Esboço de uma Teoria do Brasil (1966) ou Algumas Considerações sobre o Culto Popular do Espírito Santo (1967), escritos em Santa Catarina e em Brasília, após ter deixado São Paulo, em companhia do seu grande amigo Eudoro de Sousa.
Todos estes ensaios, bem como os reunidos em As Aproximações (1960) e Só Ajustamentos (1962), constituem a plena realização das virtualidades do pensamento do filósofo luso-brasileiro e assinalavam a viragem definitiva da sua metafísica religiosa, a mais de um título próxima ou convergente com certos aspectos fundamentais da filosofia russa do século XX, em especial com Chestov, Berdiaev e Bulgakov.
Se se afigura que Vicente Ferreira da Silva, pelo seu neo-paganismo (em muitos aspectos próximo do de Fernando Pessoa), pelo seu politeísmo e pela sua ideia teofânica de que a Natureza é sagrada e nela os deuses ainda habitam, é o mais brasileiro dos filósofos brasileiros, como, cada um à sua maneira, Mário de Andrade e Guimarães Rosa são os mais brasileiros dos romancistas do Brasil e Jorge de Lima o mais brasileiro dos seus poetas, Agostinho da Silva é o mais luso-brasileiro dos filósofos de língua portuguesa do século XX, aquele que soube compreender e dizer o mais profundo sentido da história espiritual de Portugal e do Brasil, de uma história que, como a de Vieira, mais do que história morta do passado, é uma história profética do futuro, uma história das possibilidades imprevisíveis da liberdade do homem, a única capaz de tornar possível a Idade e o Reino do Espírito Santo, Reino de que Agostinho da Silva se quis um precursor, um construtor e um profeta, e no qual não haverá pobres nem prisões e em que todos, como o seu Imperador-Menino, terão a livre e lêda inocência dos poetas e dos santos.
Espero estar por cá e tirar folga nesse dia.
Volta e meia sinto falta de algum convívio com companheiros MILitantes.
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