Vem cobrir-me de pétalas,
Pois a noite já se dobra sobre mim.
Afasta o meu sono
E fale se é certo o que ouvi.
Diga do vinho que tomou,
Se era mesmo sangue.
Sim, quero saber tudo!
Do tremor das tamareiras
E das espadas reluzentes
Que sangraram sentinelas.
Diga sobre o deserto
E as cabeças descobertas.
Diga se é verdade
Que olhos pediam clemência
E ninguém os via.
Sonhei com o uivo da noite
Gritando piedade
E um rio de sangue
Que transbordava.
Relâmpagos de fogo
Desenham no céu um clamor.
Vem, cubra-me com sua pele fustigada.
Lamberei suas chagas para que se curem
E possas de novo ouvir.
Conte-me que não verei teu sangue
E de teu irmão manchar
Meu vestido
Engastado de lágrimas.
Vem dizer-me
Que há esperança
De ouvirmos a música de jubilo.
Estou insone
Nesta longa noite cega.
Aguardo que minha voz saia e grite:
“Prometida estou
E me encherei de gloria por todos!”
Pois a noite já se dobra sobre mim.
Afasta o meu sono
E fale se é certo o que ouvi.
Diga do vinho que tomou,
Se era mesmo sangue.
Sim, quero saber tudo!
Do tremor das tamareiras
E das espadas reluzentes
Que sangraram sentinelas.
Diga sobre o deserto
E as cabeças descobertas.
Diga se é verdade
Que olhos pediam clemência
E ninguém os via.
Sonhei com o uivo da noite
Gritando piedade
E um rio de sangue
Que transbordava.
Relâmpagos de fogo
Desenham no céu um clamor.
Vem, cubra-me com sua pele fustigada.
Lamberei suas chagas para que se curem
E possas de novo ouvir.
Conte-me que não verei teu sangue
E de teu irmão manchar
Meu vestido
Engastado de lágrimas.
Vem dizer-me
Que há esperança
De ouvirmos a música de jubilo.
Estou insone
Nesta longa noite cega.
Aguardo que minha voz saia e grite:
“Prometida estou
E me encherei de gloria por todos!”
Rachel Dias de Moraes
1 comentário:
Belo poema, a acompanhar o sempre grande Chagall.
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