A impressão (e eu, a honroso convite de Paulo Borges, tenho andamos por um outro blog a tentar fazer tantos "estragos" quantos me seja possível), a impressão que se tem quando aqui se vem, ao blog da "Nova Águia" é, das duas, três, como dizia alguém:
a) ou se conclui que se prefere postar a comentar, o que indiciaria serem mais os postantes que os comentadores, o que é notoriamente inverdade;
b) ou se anda muito distraído com outros voos mais comezinhos como novelas, corriqueiros como os pomposos anúncios das medidas do governo, ou as costumeiras "saramagosices" auto-infladas, como significativa parte da plebe literante que por aí pulula adora pavonear;
c) ou então - o que é bem pior que as duas anteriores hipotéticas razões - não se está lá muito virado para fazer essa coisa porventura relativamente cansativa que é pensar pela própria cachimónia e expender umas opiniões que façam um mínimo de diferença, que não seja esticar apenas e só a já relativamente vasta jurisdição do próprio ego.
Digo isto porque, com excepção de alguns textos que tiveram interessante profusão de comentários, ainda que sobretudo comentários a comentários, a maioria dos posts tem entre zero e dois comentários.
Convenhamos, cara comunidade lusófona que aqui vem (ou, afinal, será lusomuda?), convenhamos que, para um blog que pretende (o que muito concordo que pretenda) desafiar, acicatar e incentivar o debate de ideias vivas sobre temas bastamente importantes, as que aqui não se mostram seriam presumivelmente bem menos mortiças que as que aqui se entre-espreitam, nada dizendo.
Creio que seria bom, se todos ("todos", significa muitos - como é óbvio), de quando em quando relêssemos o "Manifesto da Nova Águia" e os "Princípios do MIL", para reavivarmos (eu incluído) a memória de quanto me parece deveria estar mais vivo do que o próprio olho que sempre (à cautela) mantemos aberto, para não tropeçarmos nas cascas de banana de quem alegadamente devia governar-nos e faz exactamente o desgoverno contrário.
Mas ... parece que não! Bonito!
Acordemos!
Valete Fratres!
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
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10 comentários:
Diretamente no alvo.
E dito, digamos, com todas as letras.
Caro Júlio,
As próprias reacções que houver (ou não haja) serão a melhor prova do que aqui deixei dito.
Ainda quando se o queira negar, mais se confirmará.
Não se trata verdadeiramente de con-vencer os outros de razões: trata-se de vencer-se a si mesmo!
Isso, é claro, é o mais custoso, porque é precisamente o que mais dói no que mais nos é caro.
Mas é, no fundo, isso o "mínimo que mais importa"...
Caro Lapdrey,
é isso.
As pessoas temem porque não se revelam a si mesmas.
Mas é preciso agir depressa.
Acreditar que no inicio era o verbo e o verbo era a voz, é negar a ação do verbo.
A voz veio muito tempo depois.
É preciso criar e construir em parceria.
Quem se fecha não se abre.
E aí não faz nada, esperando, espreitando, se escondendo.
Se chegou agora, seja bem vindo, falo em meu nome e de verdade.
Querer "correr o risco" é sempre colocar o pé onde nos arriscamos a perdê-lo.
A questão é que mais vale sem um pé, e andar-se, do que ter o par deles, e estar parado ou às voltas, como um cachorro atrás da própria cauda.
O "fiat lux" é a cada novo instante: não é algo aproximado a isso quando, olhando através do Hubble, damos uma olhadela no passado do universo?
O tempo é, porventura, apenas o não intervalo que vai do que vivemos entre um agora e outro agora.
Tal solução de continuidade, ou tal continuidade, estão meramente na nossa cabeça, que confere "principio" e fim" ao que os não tem.
Assim vivendo, somos como "fonte", indo além da "nascente", adentrando no "buraco negro", que em nós é a "parede sem porta" do vazio, ali "onde", nenhures, o paradoxo é a "lógica formal" e o surpreendente a "matéria-prima" do nada com que se faz tudo.
Lusofonia deve ser, por isso, (entre muitas outras nuances de ser, tal como já escrevi alhures) "luso-fania", pura manifestação desse "buraco negro" em que temos pavor de nos espelharmos: buraco, porque é isento de todo o "conteúdo", com que gostamos de atulhar-nos; negro porque, ou é o exacto "coisíssima nenhuma" do que conhecemos, ou porque é o inverso do reverso disso que mais ignoramos, quanto mais imaginarmos que conhecemos o que quer que seja.
A via "menos péssima" será sempre a de nos fazermos crianças, criantes, infantes: a coroar de universos e de além-mundos - imperando nisso.
Porventura só assim o voo de águia nova seja algo que não apenas passeio do já conhecido pelo já visto, já escrito, já dito, mas des-coberta, des-encoberta constante, porque instante manifestação do além-tudo no mais cercano.
Assim, creio, o des-afio é a esgrima de si mesmo (nós somos para nós o mais cercano!) e a arte de tiro à seta a si mesmo: impossibilidade possível!
Fazer como quem não fizesse, posto que, por mais que façamos, nada de novo fazemos, senão mani-festar o que é "já" dado.
Dar como quem nada se importa em dar, porque nada há quem o dê, apenas o que, ainda que dando, se dá meramente: não se pode dar o que nos não pertence.
Amar como quem ama por amor de amar, até o amor que nos desama.
Nisto, pode a Saudade (sem hipostasiá-la) ser-nos via desse perdermo-nos de nós mesmos, desse "desasir-se", desse largar-se, de que tão sagazmente fala Paulo Borges no seu acutilante livro sobre a "Saudade como via de libertação".
Dar o "primeiro" passo nesse sentido é estar a ponto já de vir a dar o "último"...
P.S.
Quanto à parceria, caro Júlio, ela muito importa, sim!
É lembrarmo-nos do sentido antigo de Ser Par (correlato porventura de Sem Pavor), que remete desde logo para o ser "ímpar", por se ser "único", no além-Uno que há em tudo.
Consubstanciar isto em "actos valerosos": eis os nossos hercúleos trabalhos! Mãos à obra!
Baste apenas que queiramos escutar em nós a voz profetante e oracular:
Pares do Reyno, perfilai-vos!
(Perfilar é, porém, mais uma prontidão de agir, que precisamente age, e não tanto uma suspensão, apenas vígil e estática, na espera, que para sempre pode muito bem quedar-se nisso mesmo.
O resto é só connosco...
Eis o risco...
Ir além dele...
Isso mesmo, ir além risco, ir.
E no que vá fazendo fora, o que deseja dentro de si se faça cresça, e tome corpo...
Agora queixam-se? Espantoso!
Pena é que um blogue morra ou adormeça por não estar vivo à força de insultos e ataques pessoais, como aconteceu com este...
Agora o facto é que, para os objectivos de quem o criou, falo por mim, sinto uma grande desilusão.
Como fazer da lusofonia um "choque cultural" planetário, como diz Miguel Real e defendemos nós, se os lusófonos são os menos inquietos dos humanóides, se só pensam o já pensado e só dizem o já dito!?
Acordemos!
A liberdade é âmbito demasiadamente responsabilizante para ser malbaratada e abusada como por aqui (e por ali também) se tem visto, na verdade.
Uma coisa é o carácter aceso dum debate de ideias, com o calor que tal debater pode (e porventura é desejável) assumir.
Outra, bem diferente é a baixeza do insulto como último recurso, face à pura e simples falta de argumentos dignos de tal nobre nome.
Na verdade, talvez se tenha que inventar, à boa maneira de Agostinho da Silva, um "modelo" adequado a conviver com tais imaturidades: no fundo, são mais "sarcásmiscas" ingenuidades infantis do pensar do que outra coisa qualquer.
Dado que este blog está intimamente associado a uma clara "Declaração de princípios e objectivos" em Manifesto, talvez importasse que fossem os próprios "usuários", colaboradores e comentadores, a fazerem aquilo que onde quer que seja se impõe, para que algo resista e subsista: fazerem sentir a seres que não sabem bem tão apenas ser como hão-de de ser tão-só civilizados.
A anarquia é a perfeição de governo, mas ela exige homens (cada vez mais) perfeitos: se os não há, que o próprio corpo colectivo com certo grau de acracia se proteja, como o faz qualquer organismo vivo: vomitando o que lhe é estranho.
Há que aprender com a natureza o que a natureza ensina melhor do que nada nem ninguém.
Quem não sabe ser livre, sendo escravo do seu contrário, não merece ser senão liberto da irresponsabilidade de desrespeitar a liberdade dos outros.
Não há volta a dar: visto que a escola já nem isso ensina, há que ensiná-lo a quem disso careça.
É o mínimo serviço público que nos cabe!
NEM CARECE DIZER MAIS NADA.
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