Ao contrário do que algumas pessoas parecem pretender, a Ética não é uma ciência, muito menos uma ciência exacta.
Algumas das questões que nesse plano se levantam são efectivamente fracturantes. Não porque fracturem o mundo entre “bons” e “maus”, mas porque nos fracturam ao meio, tal a disparidade de razões num sentido e noutro.
Apenas dois exemplos: a questão do aborto (que há pouco tempo fracturou, de facto, a nossa sociedade) e a questão da eutanásia que, pelas piores razões (envelhecimento geral da população), mais cedo ou mais tarde levantar-se-á entre nós, presumivelmente com as mesmas consequências…
Quanto à questão do aborto, votei sim à despenalização nos dois referendos. Sobretudo, porque acho que a maternidade e a paternidade devem ser actos plenamente livres e responsáveis. Mas não desprezei os contra-argumentos do outro lado da “barricada”. Compreendo que, por exemplo, para quem acha que todos os seres de alguma forma “pré-existem” à sua existência, o aborto seja um crime…
Quanto à questão da eutanásia, também votaria sim num eventual referendo. Sobretudo, porque acho que todos nós temos o direito inalienável de pôr fim à nossa própria vida, nas condições que consideremos mais adequadas. Mas compreendo que, por exemplo, para quem acha que a vida é uma “dádiva divina”, a questão se ponha, necessariamente, noutros termos…
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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2 comentários:
És qualitativamente sensato, Renato. Concordo contigo em quase tudo.
Apenas me suscita dúvidas quando afirmas compreender, sobre a aceitação da eutanásia, que "para quem acha que a vida é uma “dádiva divina”, a questão se ponha, necessariamente, noutros termos…"
Oscar Wilde dizia (mais ou menos com estas palavras) para não deixarmos de fixar a atenção nas estrelas e a consciência dos pés na terra.
Em minha opinião, a vida é uma obra nossa, apesar de nos ser proporcionada. É imperfeita porque é humana e é nessa condição que somos os decisores dela.
Logo, a crença na vida como uma "dádiva divina", que devemos respeitar, não é uma crença que crie uma posição que, no entanto, devamos compreender.
Em meados de 2005 publiquei duas crónicas, ao jeito de tertúlias: uma sobre o Aborto, "Na onda da vida. Ontem como hoje. E amanhã?"; outra sobre a Eutanásia, "O barco, Carlos e Sampedro".
Oportunamente, se desejares, lê-las-ás.
Um bom fim-de-ano e uma boa entrada em 2009. Lá nos veremos!
Caro António
Concedo-te que o "necessariamente" é excessivo. Mudo então para "presumivelmente" ou "provavelmente".
Envia-me esses textos...
Abraço MIL e até breve!
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