A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A ORGANIZACÃO DA DIÁSPORA PORTUGUESA: UM DOS PRINCIPAIS FACTORES DE AFIRMACÃO DE PORTUGAL NO MUNDO.

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A actual situação de vulnerabilidade das bases económicas e culturais da independência nacional, que se manifesta não só ao nível das estruturas económicas internas, mas também ao nível de afirmação do nosso país no contexto internacional e em particular no contexto europeu, exige dos nossos governantes a realização de uma profunda reflexão visando identificar os factores que possam reforçar a posição de Portugal no mundo face aos desafios da mundialização.

Os responsáveis políticos e os investigadores nacionais têm orientado de um modo limitado e redutor, as suas análises e as suas propostas politicas e estratégicas para os factores de competitividade das estruturas económicas internas, e também para os níveis insuficientes da eficácia administrativa dos nossos sectores público e privado.

Esta visão redutora leva os nossos responsáveis a, consciente ou inconscientemente,
esquecer um factor estratégico que já é, de facto, e pode revelar-se ainda mais importante no futuro, extremamente importante para a afirmação de Portugal no sistema de poder ao nível mundial: a diáspora portuguesa, constituída por comunidades que se implantaram e desenvolveram num grande número de países de vários continentes, que se aproximam hoje dos 15 milhões, sendo 5 milhões de portugueses directos, e os restantes luso-descendentes com nacionalidade portuguesa, dupla nacionalidade, ou simplesmente uma ascendência portuguesa.

Pelo elevado seu elevado número, e pela sua cada vez maior importância no contexto social, económico, e político, dos países de acolhimento, as comunidades portuguesas constituem sem dúvida um dos maiores vectores da influência e da afirmação de Portugal ao nível mundial.

É incompreensível em termos políticos e mesmo históricos, que os nossos dirigentes não tenham até agora, «devido a uma cegueira política e ideológica que infelizmente tem afectado, até hoje, partidos e intelectuais», tomado consciência, nem concebido
estratégias adequadas para dar expressão real á grande força de re-dinamização e de
reforço da nação portuguesa que constitui a nossa diáspora.

A nossa diáspora no mundo deve ser orientada e ajudada a organizar-se de maneira inteligente para que ela possa dar uma nova dimensão, não só políticamente, através da participação dos emigrantes na vida política dos países de acolhimento, mas sobretudo ao nível sócio económico, através do estabelecimento de redes de cooperação empresarial e de solidariedade profissional, ao potencial de afirmação e de influência histórica dos portugueses, e ao reforço da portugalidade no mundo.

O poder político e as administrações públicas, nomeadamente as diplomáticas, de que o nosso país dispõe, na situação actual, não tem meios, nem um projecto político à altura para realizar a grande tarefa nacional que é a organização da diáspora portuguesa ao nível mundial.

Face a esta insuficiência - decorrente da incapacidade actual do estado, da administração, e do nosso sistema político - o caminho mais fácil, o mais evidente, é o do fomento da auto-organização da nossa diáspora, mobilizando a sua capacidade de iniciativa e o seu dinamismo, pois os seus grupos mais activos e mais esclarecidos poderão suprir estas insuficiências públicas formando e dinamizando um projecto político e organizativo expressamente adequado para esse efeito.

Um projecto naturalmente virado para defesa dos interesses dos portugueses e de Portugal no mundo, englobando todos os países de expressão portuguesa, e as regiões onde a língua e a memória portuguesa ainda subsiste, como ex. Malaca, Goa, Damão e Diu, Casamança (crioulo português), Indonésia (Flores) Togo e o Benim, sem esquecer a Europa, onde em países como a França e o Luxemburgo a comunidade portuguesa tem grande relevo:
- Malaca, onde cerca de 3 milhões de pessoas falam, cantam, sentem, vivem, e rezam à maneira portuguesa, esquecidos há muitos anos pela pátria longínqua que lhes deu uma identidade, sem escolas ou apoios culturais que lhes permitam não só a continuação evolutiva da língua, como da sua própria expansão nesse canto da Ásia.
- Guiné e Senegal onde a língua portuguesa entrou oficialmente nas universidades;
S. João Baptista de Ajudá, África do Sul, onde começa a despontar a importância nacional da língua portuguesa como forma diferenciada da colonização inglesa com a influência e o apoio de moçambicanos e angolanos, na Africa do Sul o português ocupa já uma posição de relevo nos lugares das línguas oficiais.
- Na Califórnia e na Costa Leste dos Estados Unidos.

Timidamente, demasiado timidamente, o governo central de Lisboa começa a reconhecer o potencial de influencia da nossa diáspora, embora sem ter um projecto político á altura, nem estruturas consequentes de apoio.

Aproveitando os recursos das novas tecnologias da informação e da comunicação, há que promover a criação e a multiplicação de ‘cyber’ espaços e de redes ‘internet’ de contacto, diálogo e solidariedade entre os grupos que constituem a diáspora portuguesa alargada no mundo.
Existem hoje meios instrumentais e técnicos que permitem com facilidade pôr em comunicação e organizar, auto-organizar, as centenas de milhões de indivíduos que falam português e reivindicam a portugalidade no mundo.

Esperemos que este potencial irrefutável possa ser compreendido pelos nossos responsáveis políticos.

José A. Sequeira Carvalho
Bruxelas
Professor ISEG Universidade Técnica de Lisboa

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