N A T A L
Há dois ou três natais escrevi uma charla com o nome de “ E agora, Igor” – que pretendia relatar a atribulação de uma criança filha de um agente de autoridade pública e de empregada de limpeza ucraniana. O pai prestando serviço a um monte de empresas de um determinado Bairro da cidade, ela, a mulher – Tatiana – arrumando regularmente número ainda maior de escritórios, ateliês, clínicas médicas, ginásios…
Pai e mãe do nosso guarda – reformados mas militantes sociais de diversas organizações locais: Bombeiros, Associação de reformados; Clube desportivo e Recreativo, Escola Sénior …- todos promovendo Festas Natalícias com beberetes ao cair da tarde, comeretes, distribuição de prendas – contemplando sempre, de maneira pródiga, IGOR. Já imaginou quantas caixas cheias de brinquedos ( para não falar dos não encaixotáveis: bicicletas, skates, pranchas de bodY-board…) chegam de tsunami a casa da criança, atafulhando quarto, arrecadações, garagem?
Mas a estória de hoje não passa por esses excessos natalícios – antes se ocupará, se o frio (muito) e o (pouco) engenho o permitirem, por dar, pelo meu olhar, uma espreitadela pelo mundo. Pelas coisas do Mundo. Ai mundo, mundo, se eu me chamasse Raimundo….- Quem há que não conheça o histórico poema?
1 -Começaria pela confissão de Bush – já a passar, de saída, as ombreiras da porta da velha Casa-Branca: olha, desculpem lá, fui enganado com essa história das armas de destruição maciça, confiei na CIA cegamente.
Ficam, por trás deste ingénuo desabafo, 4 ou 5 mil esfrangalhados compatriotas seus, mais 30 ou 40 mil guerrilheiros iraquianos, não contando com os largos milhares de vítimas civis – quantas crianças de entre elas - dos chamados danos colaterais. E agora? O Tribunal internacional de Haia (?) –que julgou e condenou os comandantes militares alegadamente responsáveis pelas chacinas dos Balcãs – o que se propõe fazer? Um puxão-de-orelhas virtual: não é admissível que o senhor Presidente se tenha deixado ludibriar….Só esperamos que não volte a acontecer! Ou assistir a tudo isto pela TV, num cómodo sofá, fumando uma aromática cigarrilha de Havana, pensando que tudo já passou, que diabo – agir por engano também não pode ser considerado crime de guerra
2 – Por cá:
O que é feito de Dª. Branca? E de Pedro Caldeira? De -vez -em –quando deviam dar notícias desta gente – destes heróis de novela sem guião. É certo que se trata de gente de estatura meã – para não dizer mesmo baixa. Tal como os actuais protagonistas dessas cenas de falências, falsos alarmes de falência, promiscuidades profissionais – ver carreiras de nossos homens de dinheiro. Em comum parece terem é um certo gosto pela arte. E pelo coleccionismo. Uma bronca maluca, ainda sem solução à vista, que tocou o nosso naipe mais soft de investidores, aconteceu no imaculado campo da filatelia. Empresa espanhola, com metástases ( não sei se é assim que se diz) um pouco por toda a Europa, transaccionava raridades dessa espécie. Quem investiu – ardeu, ao que parece. Se não me engano, o próprio estado português esboçou qualquer simulacro de intervenção para dar cobertura ao investimento lusitano. Vocês não se lembram desta?
Já não sei em que ficou.
O compatriota Sousa Cintra gabava-se (ouvi-lhe eu com estes dois que a terra há-de comer) de se ter iniciado, enquanto grumete de Hotel, comprando quadros a pintores famosos proletários e vendendo-os com lucros fabulosos entre os hóspedes.
Mas esta gente, agora, é que é mesmo uma bagunça inextricável de negócios: galeristas/banqueiros/negociantes de jóias e de pedras preciosas/escritores/guionistas – poça, que é demais. Acho que é o BPN (posso confundir, que já são tantos) que tem mais de uma vintena de Mirós. Quantos Rotko? Quantos Calder? E Picassos?
A chamada liquidez – vulgo trocos – é que parece que nem para um banacau quentinho.
E agora? Se sacarem alguns euros do meu modesto pecúlio em depósito-pronto-a-levantar – para socorrer os aflitos dos Mirós – será que me dão pelo menos uma caixa de lápis de cor para eu tentar a minha sorte?
Para o raio que os parta! Prometo, em próximo folhetim, levar-lhe pormenores biográficos de Artur Virgílio Alves dos Reis – que esse, sim, foi profissional a sério. Burlão – mas com decência
Abraço natalício para si
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
Comparado com os burlões de hoje, o Alves dos Reis era um Senhor...
Como ontem alguém me disse, até os patifes tinham mais gabarito...
caro Renato
Alves dos Reis será Alvo de meu próximo apontamento
É que esta gente, agora, nem carece de muita inteligência para se ver a abarrotar de dinheiro de um momento para o outro.
Só nessa casta de administradores financeiros é um vêsetavias: Fortunas quando entram, balúrdios quando querem vê-los pelas costas.
abraço
Esta Lusofonia revela coincidências fantásticas, como por exemplo, nessa arte de encherem-se de grana de uma hora pra outra, ou da noite pro dia, de preferência à noite com menos luz que ao dia...
Aqui o filho do presidente da républica do Brasil foi qualificado pelo próprio pai de "ronaldinho", o crak, que de paca de anta num zoológico a 500 reai mensais ao mais novo trilionário brasileiro, foi um pulo só.
Fenômenos brasileiros:
Um rapaz simples se transforma em mega empresário, da noite para o dia.
E uma república, devido uma mágica jurídica e uma gang se transforma em ré-pública.
Julio
se transforma em ré-pública ou
rês-pública?
abraço transatlântico pra você
platero,
acho que nas duas coisas:
ré, porque o réu se livrou magicamnete da rés furtiva e transferiu para dela toda a carga;
e rês também, mas de uma espécie tão estranha! Mansa, até, mas...
A coisa por aqui está muito feia.
fraterno abraço
Enviar um comentário