A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Da grave situação de Timor e alternativas para sair da mesma


"em nove anos de liberdade, Timor-Leste não conseguiu assegurar água, luz e esgotos para a sua pequena capital. Baucau, a segunda cidade é apenas uma versão ajardinada da favela que é Dili, graças à gestão autárquica (oficiosa) do bispado."
(...)
"o bem publico e as necessidades do povo são ignorados há nove anos com um desprezo obsceno. O melhor exemplo é a companhia de eletricidade: durante cinco anos, a central de Dili não teve manutenção de nenhum dos 14 geradores - todos oferecidos - ate que a última grande maquina resfolegou."
"O hospital Nacional Guido Valadares, onde se inaugura esta semana instalações rutilantes, não teve até hoje um ecógrafo decente nem ventiladores nos Cuidados Intensivos"

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"A taxa de mortalidade infantil é apenas superada a nível mundial pelo Afeganistão. A mortalidade pós-parto é assustadora. Entretanto, cada mulher timorense em idade fértil tem em média 7.6 filhos."
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"cerca de metade dos timorenses vive com menos de 60 cêntimos de euro por dia e, desses, metade são crianças"
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"a filiação de cada timorense continua a ser à respectiva "uma lulik" (casa sagrada) e às linhagens que definem outros territórios e outras leis que não passam por ministros, juízes nem policias, mas por monarcas, oligarcas e chefes de guerra."

(...)
"Versão moderna dos Estados dentro do Estado: a ultima contagem, confidencial, da conta de 350 acessores internacionais junto do IV Governo Constitucional"
(...)
"A Timor Telecom vai fechar o ano com 120 mil clientes na rede móvel, 12 por cento da população, uma taxa ao nível de países es com o triplo de rendimento per capita do timorense.
A maioria dos timorenses não paga o que consome: agua, eletricidade, casa, terra, credito, arroz. Este modelo de pilhagem e esbanjamento é insustentável na economia"

(...)
"a reintrodução do português só poderá ter êxito com a cumulação de duas coisas: firmeza política, em Dili, sobre as suas línguas oficiais; massificação de meios ao serviço de ambas.
O Instituto Nacional de Linguística tem 500 dólares de orçamento mensal."
(...)
"No "Babel lorosa", como lhe chamou Luiz Filipe Thomaz não se fala bem nenhuma das línguas da praça (tetum, português, inglês, indonésio)."

Fonte:
Pedro Rosa Mendes
Publico, 25 novembro de 2008

Se esta descrição for minimamente compatível com a realidade (o que dado o profundo conhecimento do local que este correspondente da Lusa tem, é pouco provável)... se o mais recente pais lusófono não é um "Estado falhado", então não sei o que seja... Apesar de relativas riquezas em terrenos férteis (envolvidos numa duvidosa venda a uma empresa indonésia) e de campos petrolíferos em aguas profundas, Timor ainda não soube criar uma estrutura económica minimamente capaz de assegurar a sobrevivência do seu povo.

A grande parte da responsabilidade por este atroz estado de coisas só pode ser assacado à sua classe política. Incapaz de reger com regras mínimas de boa governança, e destituída da devida autoridade para aplacar as violentas tensões tribais latentes em Timor-Leste, o pais caminha a passo acelerado para o colapso... Os recentes ataques a Ramos Horta, o "golpe de Estado presidencial" de Xanana Gusmão obedientemente cumprindo mandamentos do poder colonial australiano, revelam um Estado em desagregação que se prepara para se tornar num protectorado australiano, como já o é a Papua oriental...

Quais são as saídas para Timor? É manifesto que as coisas não podem ir seguindo pelo mesmo passo, ou dentro de muito pouco tempo veremos a Indonésia regressando ao território para aplacar o caos interno, ou, pior ainda, a Austrália enviando tropas de "estabilização - ocupação". Se a situação chegar a este ponto, será tarde para reverter a marcha... Urge então agir. E esta ação deve ser tomada pela Lusofonia não deixando que estas duas potências regionais: a Indonésia e a Austrália usurpem da independência timorense. Somente forcas militares e policiais lusófonas - como aquelas a cuja criação apelamos AQUI - podem pacificar e estabilizar o pais. A administração timorense deve ser suspensa e instalados tribunais civis internacionais capazes de investigar, julgar e condenar os criminosos que tem abusado do Estado e do povo timorenses. O próprio Estado de Timor deve deixar aplacar as suas tensões tribais instituindo um modelo de administração fortemente descentralizado e democrático nas mais pequenas e básicas células municipais, deixando a Administração do Estado a uma entidade multinacional que entendemos dever ser a CPLP. Deve ser definido um período de transição para esta governação internacional, durante a qual as grandes prioridades devem ser colocadas nas infra-estruturas e na Educação de uma população massivamente iletrada e inculta. Findo este período de transição, o povo timorense deve ser colocado a referendo, com todas as devidas opções em aberto, desde o regresso a um governo independente, ao prolongamento da administração internacional por mais alguns anos, ate à própria reintegração com a Indonésia ou Portugal. Tudo deve estar na mesa, e todo o lixo político que atualmente o explora varrido para debaixo do tapete da História.

4 comentários:

Renato Epifânio disse...

A situação está de facto a degradar-se cada vez mais. E há que fazer algo. Desde logo, pressionar a CPLP a fazer...

Rui Martins disse...

e reavaliar de novo todas as opções... a gravidade e o descontrolo atual impõe que se deva olhar par Timor sem preconceitos nem ideias feitas.

julio disse...

E votar, ainda que isto seja o mínimo, e já está em 974 ...

julio disse...

corrigindo:939