A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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domingo, 16 de novembro de 2008

Sobre o "maniqueísmo": 8 breves notas.

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Ao Luís Santos, que muito estimo, apesar de dele, por vezes, discordar.
Ao Casimiro Ceivães, que muito considero, apesar de com ele, quase sempre, concordar.

1. Antes de mais, não desenterremos o Manes ou Mani (paz à sua alma…). Por maniqueísmo entendemos aqui, tão-só, o “sectarismo” do pensar, aquilo que nós em geral denotamos com a expressão “dois pesos, duas medidas”.

2. Alguns exemplos, na esteira do que se tem escrito neste blogue:
- verberar o Estado Novo por ter imposto a censura e a perseguição política, mas, ao mesmo tempo, defender, de forma mais ou menos expressa, regimes que, em igual medida, quando não em (muito) maior medida, também o fizeram/ o fazem. Eis, nomeadamente, o caso de muitos dos nossos marxistas-leninistas…
- verberar o sectarismo de, por exemplo, George W. Bush, que de facto sempre tendeu a ver o mundo a preto e branco, mas, ao mesmo tempo, usar, de forma reiterada, um discurso em igual medida, que não em (muito) maior medida, sectário. Eis, nomeadamente, o caso do nosso Francisco Louçã, e de muitos jornalistas que, por regra, repercutem, acriticamente, o seu discurso…

3. Na sua obra “Impasses” (2003), defendeu Fernando Gil que esse “sectarismo” (ele usou mais a noção de “má-fé”) é o que, na maior parte dos casos, inviabiliza, ou pelo menos inquina, todo o debate público entre nós. Nesse aspecto, dou-lhe inteira razão.

4. Talvez seja, aliás, por isso que, entre nós, os “debates” sobre futebol tenham tanto sucesso televisivo. Eles são o modelo, o paradigma. Cada um defende apaixonadamente o seu “clube”, fazendo tábua rasa de qualquer espécie de argumento.

5. De facto, é essa atitude “clubística” que, cada vez mais, se vê nos nossos ditos “debates políticos”. Daí, desde logo, o desprezo público por quem ousa “mudar de clube”: Zita Seabra, Freitas do Amaral...

6. Escusado será dizer que esse tipo de atitude inviabiliza de facto todo o real debate (filosófico-)político. Mas não, obviamente, o dito “debate político-partidário”, um mero sucedâneo do “debate futebolístico”.

7. E é também, já agora, um grande entrave a uma sã convivência social: ter só amigos “de esquerda” ou “de direita”.

8. E é igualmente, por fim, uma ilusória máscara da identidade de cada um: ninguém é apenas “de direita” ou “de esquerda”. Mesmo o Francisco Louçã, mesmo o George W. Bush…

3 comentários:

Estudo Geral disse...

Caro Renato,

Obrigado pela dedicatória do teu textinho. A estima e a discórdia são sentimentos mútuos.

Passemos a matéria de facto:

1- O teu texto enferma de um grande problema: Tentas legitimar ou isentar de críticas a política do Estado Novo dizendo que, afinal, há outros que o criticam e que no fundo lhe são iguais, de forma diferente. Serão o caso dos marxistas-leninistas, entre outros, como referes.

Não se pode desculpabilizar uma realidade dizendo que há outras que lhe são iguais ou piores. Não podemos legitimar uma coisa má, porque há outras coisas más. As filosofias, as ideologias,os sistemas políticos, os comportamentos não estão isentos de reflexão e avaliação crítica.

As críticas que fiz ao Estado Novo mantenho-as em absoluto, até pela sua evidência. O autoritarismo, a perseguição politica, a repressão das liberdades fundamenais, a censura, a manutenção de uma indesejável guerra colonial, são factos que à luz dos princípios democráticos dos nossos dias são absolutamente condenáveis. Entre espírito fascista e espírito democrático, sou indubitavelmente democrata e, contra aqueles, por estes valores me afirmo. Bem sei que monarquias, democracias e socialismos são sacos muito grandes, onde cabe muita coisa distinta...

De resto, gosto da tua crítica a algum tipo de sectarismo político, mas isso não pode anular a individual liberdade de escolha, democrática, por determinados princípios. Quer dizer, as pessoas têm direito a serem partidárias de, a serem sectárias.

Posto isto, quero agora justificar o meu textinho sobre Oliveira Salazar:

1- Depois de algumas calúnias que relacionavam o MIL com uma "extrema direita encapotada" era necessário limpar a má língua, definindo claramente o espírito democrático da Declaração de Princípios e Objectivos do MIL.

2- Sendo o MIL um Movimento plural e não sectário, a prática da sua Comissão Coordenadora deve ser coerente com esses princípios. Quer dizer, não deixar dúvidas nalgumas posições públicas que vai assumindo publicamente: Terá sido o caso da publicação de uma foto de Marcelo Caetano que muitas dúvidas suscitou e que depois houve necessidade de clarificar.

3- Essa não postura não sectária do MIL deve transparecer nas suas actividades. Neste sentido, acho desejável que na "Nova Águia" transpareça esse espírito e que no seu rosto mostre equitativamente pessoas de todo o espectro político partidário, da direita à esquerda, mas, sobretudo, pessoas capazes de revelar esse espírito plural, holístico, que nós tanto apreciamos.

Abraço MIL,

Luis Santos

Renato Epifânio disse...

Caro Luís

Apenas alguns esclarecimentos…

1. Eu não “tento legitimar ou isentar de críticas a política do Estado Novo”. Já aqui escrevi que sou radicalmente contra a censura e contra qualquer forma de perseguição política – e que, por isso, não sou “estado-novense”. Digo-o por convicção e não para agradar a quem quer que seja.

2. O que disse e mantenho é que o Estado Novo deve ser avaliado no seu devido enquadramento histórico – desde logo, enquanto reacção à situação em que vivíamos no final da I República.

3. Feito esse (justo) enquadramento, aceito como válidas todas as críticas ao Estado Novo – excepto daqueles que, condenando o Estado Novo por ter praticado a censura e a perseguição política, defendem ao mesmo tempo regimes que fizeram o mesmo em igual ou mesmo em maior medida.

4. Quanto às “calúnias”, quem está de “má-fé” usa sempre todos os pretensos pretextos. Era só o que faltava que eu me deixasse inibir por isso. Não tenho complexos ou esqueletos no armário. Por isso…

Abraço MIL

Renato Epifânio disse...

Já agora, e dado que associaste as “calúnias” de que fomos alvo ao meu texto sobre o Marcello Caetano, tenho ainda a dizer o seguinte:

1. Pelo que tu próprio me referiste, essas “calúnias” vieram de duas pessoas.

2. Uma delas já havia feito um “cena” em Junho. Bem antes, portanto, do meu texto.

3. A outra é um conhecido ex-militante da UDP, partido cujo grande traço distintivo era ser ainda mais estalinista de que todos os outros…

4. Era só o que faltava recebermos lições de liberdade de estalinistas. Eu, pelo menos, não recebo…

Abraço MIL