A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

LUPÁRIAS



O ovo inicial era Lupária, a terra das lobas,
na selvagem ternura com fanais rotos
e o monte bravio das aguadeiras
que chegavam desde o vale do Pico Sacro
com cheiro a manancial.
Lupária, a terra das saudades antigas,
receptora espermática do logos,
a terra dos relevos torna sol,
a geografia da estirpe longa,
da nossa estirpe de adúlteras,
de mulheres livres,
da nossa estirpe que sempre gorentou
as cerejas primeiras,
da nossa estirpe que paria varões
e desejava filhas por simples afã de viver;
da nossa raça de esperantes vivas;
a nossa raça de heranças femíneas
e olhos verdes com poder de seiva,
de olhos bravios com brilho de faca doce;
nós as filhas da forneira,
a cozer o pão de milho nas manhãs de inverno,
a sobreviver sem fome nos lábios feitos carne
e verso velho;
as raparigas das neveiras em Meixãofrio
a sentir arder o lume nas entranhas
dos dedos gelados;
as filhas místicas dos desejos,
a santa, Teresa, a santa;
as longas sombras de Ramona,
a que voltou sem homem e com filhos,
a linha de luz de Cármen, a dos pássaros,
os beijos de Antónia, generosos de carne,
o longo percurso de Dolores.
Nós, as parideiras, as mães de mundo longo,
as filhas para o mundo,
as galaicas,
as descendentes da rainha,
da grande Lupa,
a decifradora dos sonhos,
a senhora dos astros.

Iolanda Aldrei

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