A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

MARCHA LENTA DO ATRÁS!


I

Quando a marcha lenta do atrás
(Ilações e vômitos daqueles que habitam
nos halos lodosos dos filamentos desumanos)
compactuar com os bárbaros sentimentos
de nós mesmos;
se abrigar no podium do novo destino
e pressentir à boca da noite entediada,
que seu olhar é de quem
ama a máscara da memória fraudulenta,
posto que deseja que a lágrima dos sem-falas
seja enxugada pelo silêncio,
unamo-nos em uníssono e gritemos bem alto
contra aqueles que entopem
as narinas da esperança:
Sim, nós podemos!

II

Quando a delação do combate
(esfomeações que recaem
por sobre o húmus do retrocesso)
desusar a dentadura alva da esquina dos dias;
se cobrir com a túnica do desespero
e olvidar à beira do cais a desfazer-se em ruínas,
que o entrever é de quem
subtrai das brumas do tempo
a fogosa brandura e o terno querer
das nossas mais instantâneas coragens,
unamo-nos em uníssono e gritemos bem alto
contra aqueles que sonegam
a aurora da chegada:
Sim, nós podemos!

III

Quando com pavor desenharmos
(caricato como a covardia a ilustrou)
uma símile charge de dor
cuja riqueza oferte indecorosa o seu despudor
a ilógicos retropassos tão céleres
que a déspotas foquem alumbramentos
no traseiro pelado das cabeças juguladas;
e, à beneplácito das mãos cruas,
imunes façam tombar do muro os urros
com que este poema revoltoso
persegue ferino
a mira do destemor,
unamo-nos em uníssono e gritemos bem alto
contra aqueles que enfeiam
a beleza da partilha:
Sim, nós podemos!

IV

E quando imprevisível nos for
a sangria das revoltas esmagadas
e ao desânimo em contígua fuga
com sanha não contrapor
o peso de uma ideologia não identificada,
mudemos chãos e não arrisquemos
aceitar o vértice deste baque
de acúmulos prenhe e estômagos vazio.
Lembrai-vos de que só o beijo elimina a impostura
e cura os corações machucados
porque para além deste sonho
só de mãos em punho se derrota
a insensatez,
unamo-nos em uníssono e gritemos bem alto
contra aqueles que alimentam
o câncer da tempestade:
Sim, nós podemos!

V

Podemos instigar o levante de um novo dia
e ejacular na imensidão.
Podemos exaltar a certeza de um triunfo já bebido
e adormecer na escuridão.
Podemos amamentar a arquitetura dos rejeitados
e redefinir a comunhão.
Podemos afugentar a injustiça em preto e branco
e fortalecer a compaixão.
E quando os nossos sonhos nos envolverem,
renovemos-nos no cansaço; ainda que insuflados...
Ainda que inflamados pelo bel-prazer de desforra,
não usemos bombas nem fuzis
para conquistar o mundo.
Não coagulemos sangues bicolores
e nem arrotemos feitos desumanos
no âmago dos nossos dias próximos;
apenas — e tão somente por isso
— recomecemos desde hoje,
a despeito dos olhos murchos,
a celebrar a uma só flama
a reparação da vida,
e este canto é sua resposta!

© Benny Franklin

Ficha Técnica:
Fotografia: Galeria Dns Fotografia Digital/Banco de Imagem/fot_Id=3423

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