Há uns anos, num banco de jardim que me escuso de nomear, tive o privilégio de conhecer um grande vulto do panorama cultural português e de com ele manter um contacto que viria a ser decisivo na minha formação de cidadã in-formada. Trocávamos impressões sobre o estado da cultura no nosso país, eu defensora da juventude e do seu papel decisivo na vida por-vir, ele sorridente, acenava a cabeça com o ar complacente que as rugas trazem ante a pele lisa e macia da inexperiência. Falei do universo que se quer escoar no grão de pó, da areia do deserto que é, na sua substância, maior que o próprio deserto e da inveja deste pela pequenez esgotada no vazio…
Ele, por detrás da sua roupagem negra, cofiou a barba branqueada de dois dias, sorriu, respondendo:
– Minha filha, a virtude está em ser um e-terno velho, quando dizemos disparates todos sorriem boquiabertos, fazem vénias e ainda nos repetem até à exaustão!
Ele, por detrás da sua roupagem negra, cofiou a barba branqueada de dois dias, sorriu, respondendo:
– Minha filha, a virtude está em ser um e-terno velho, quando dizemos disparates todos sorriem boquiabertos, fazem vénias e ainda nos repetem até à exaustão!
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