"A última -mensagem-, a que nos abrirá plenamente as portas da glória que serão ao mesmo tempo para o mundo e para fora dele, que serão simultaneamente de tempo e de eternidade, de individual e de colectivo, de santidade estendendo-se na horizontalidade de todo o planeta e na total verticalidade de cada homem, e acabando assim com todas as falsas antinomias que, pela sua duração na História, se tinham quase visto como inerentes à própria natureza da Humanidade e do mundo; a última revelação, essa virá de nós para nós mesmos, e ninguém dará por ela a não sermos nós.
(...) o que ele -Jesus- dizia era bem simples: não que procurássemos fazer das crianças adultos à nossa imagem e semelhança, mas que nos procurássemos, nós adultos, modelar à imagem e semelhança das crianças.
Restaurar a criança em nós, e em nós a coroarmos Imperador, eis aí o primeiro passo para a formação do império.
A inocência das crianças: a capacidade de não separarem o seu corpo da sua alma, mas de os viverem num conjunto de espírito. O que faz a verdadeira existência das crianças é que nelas o fulcro da vida é o amor que tem o corpo pela alma e a alma pelo corpo. O que é a correspondência, na terra, do Amor que une o Pai e o Filho.
A criança é (...) a personificação em estado puro da imaginação, do sonho, da criadora Poesia, da inocência, do profundo interesse do jogador em seu jogo que a nenhum outro jogo prejudique.
(...) é a criança quem deve mandar em nós todos, primeiro para que nos dê alguma coisa de sua imaginação, de sua inocência, seu contínuo sonho, de seu esquecer-se do tempo e do espaço, de sua levitante vida.
A criança é o abandonado, o desprotegido e simultaneamente o divinamente poderoso; ele é o princípio insignificante, duvidoso e o fim triunfante."
Agostinho da Silva
Tudo e todos têm a sua utilidade. Inclusive o nada, inclusive o inútil.
Sim, até este nosso ignorante julgamento...
A Criança que tudo ignora nada julga. Porque não pode saber que ignora.
O adulto que tem capacidade para saber que ignora, julga!
Quem é o mais ignorante: o que ignora ou o que ignora a ignorância?
Tudo tem a sua razão, o nosso papel seria ao menos saber isso. E sempre o soube a Criança!... Em Nós.
Sentirmo-nos de novo crianças é como deixar que o sangue renove as células do corpo do ser, é de novo ser apenas a simples hemoglobina que vai dar origem às células que substituem as antigas e mortas. Ser criança é integrar de novo o corpo de Deus que nos faz renascer daquele que já não vive, indiferenciado e salvador. Só deixando-nos invadir pelo sentimento de crença absoluta na própria vida, na entrega incondicional do nosso ser a cada situação podemos renascer de um ser caducado. Deixámos de ser imaculados e virgens apenas porque andamos cheios de lixo de uma existência que já não pode ser nossa porque o novo dia pede-nos por uma -que- viva.
O corpo desenvolve-se sempre a partir de células novas, ser adulto não é deixar de ser criança, é um renovar constante da criança. O adulto que desiste de voltar a ser criança deixa-se ficar morto. A sua alma deixa de existir por não a haver renascido.
A humanidade adulta vive morta, pois só quem não deixa de renovar a criança em si deveras vive. A criança renasce viva sabendo-se eterna - só aquele que se renasce continuamente criança se sabe vivo. Só quem se sente eterno, vive, pois só vive porque é eterno. Cada ser continua vivo a cada momento que passa porque renasce de si próprio (ou de outro que, no fundo, é o mesmo).
Não é o temporário que é definitivo, o definitivo é que é temporário, ou, a eternidade é que é definitiva.
Esta sociedade humana despreza o eterno pelo temporário, o infinito pelo finito, o ser pelo estar, o renascer pelo morrer.
Lutar pelo perecível da vida, perdendo-se do imperecível, é lutar na batalha errada, perdendo a guerra que já estava ganha. Fazer tudo para ganhar o temporário, esquecendo-se de que se vive por se ser vencedor pela eternidade é como entrar na auto-estrada em contra-mão.
Aceitemos a escolha de quem despreza o trono da eternidade. De quem não quer ser o que é: um passageiro da eternidade, para ser apenas mais um passageiro do tempo.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
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3 comentários:
Sinais que no Amor se adiantam
"No teu olhar se esfuma e desvanece
A cidade onde o corpo por enquanto é preciso.
É quando a outra face do luar aparece
E o balir das ovelhas tem o som do meu riso.
Para tapar meu seio já nenhum astro tece
A roupa com que outrora saí do paraíso.
O pudor é da terra. Só por isso anoitece
E a nudez dos amantes é não darem por isso.
A semente do filho que em nós amadurece
Trouxe-a no bico a pomba que o seu reino prepara.
Por isso na cidade já ninguém nos conhece
Pois que ambos trazemos esse filho na cara."
Natália Correia
A Anita é Muito Bonita ! muito bonito é também o que escreveu e é bem verdade . Bem Haja !
Rogério Maciel
:)
(a minha criança não é muito de agradecer, é mais de sorrir...)
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