A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Mosaico de Rancores: capítulo 2


Um zunido penetra no meu ouvido. Milhares de enormes moscas azuis invadem minha cabeça. Minha vó rezando o terço. Meu pai me enforcando com o antigo escapulário. O corpo de Cristo apodrecendo em cima da mesa: comerás e beberás do meu Corpo... A colcha de retalhos parece abismos atravessando meus dedos. O almoço esfria na mesa. Não tenho fome. Fico imaginando o clique da sua máquina. As poses insinuantes daquelas putas oferecidas. E ainda a culpa é minha, a paranóica sou eu. Ninguém tem culpa das suas loucuras. Ninguém pode fazer nada se você é uma cega, uma topeira estúpida! Risos lunáticos escorregam pelas paredes. Aquela velha louca não pára de falar. Fala feito papagaio. Tenho vontade de descer correndo as escadas, invadir o estúdio, pegá-lo no flagra. Impossível, ele me mataria depois. Falaria sobre distúrbios, daria exemplos trágicos de romances destruídos pelo ciúmes doentio. Novamente eu sairia perdendo feito cachorro pequeno atrás de osso grande. Sairia pisando num chão molhado e escorregadio, o mesmo chão que tantas vezes enxuguei sem resultados. Ele diria que qualquer imbecil pode ver o que me recuso a enxergar - ele é sempre tão mais do que eu!!! - não se pode capturar um gato selvagem e exigir dele modos civilizados. É incoerência.
Enquanto isso em meu antigo quintal o pássaro negro compõe canções do inferno. O sol bate nos talheres, parece cegar nossas vistas, ou o resto dela. E lá fora, o rio verde e calmo afoga meus inimigos. Um limbo denso e escuro aparece sobre minhas mãos. Não tento removê-lo.

1 comentário:

Ana Beatriz Frusca disse...

O ciúme na literatura é um tema atraente, pois carrega a trama de intensidade dramática. Provavelmente o destino trágico dos personagens centrais está traçado. Eis um ingrediente que torna os agentes prisioneiros de suas próprias limitações pessoais e sociais, estes são arrastados e não podem, portanto, mudar a triste sina do que está por vir.
Muito envolvente os dois primeiros capítulos de Mosaico de Rancores.

Beijos.