Lá vem o guri berebento
Vendedor de limões verdes
Com cracas, com amarelão
Ele é triste, humilde, desenxabido.
-Vai comprar limão, Dona Carlota Sinhá?
-Quer limão, Profetio? – pedimplora o piá.
O guri tem olhos lambidos de boi guzerá
Mais triste do que ele em Itararé não há.
Devem bater nele de relho, coitadinho
Deve passar uma fome caipora na sua vidinha
A acidez da fruta que vende baratinho
Nem lucro direito dá
Mas deve vir de sua alma de bala azedinha.
Não sabe o curumim, no seu triste enredo
Porque é apenas um moleque aprendiz
Que a maior vingança é ser feliz
Mas certamente ele descobrirá o segredo.
O olhar do menino pobrezinho é da cor
Dos limões azedos que vende
Mas as lágrimas, coitadas
Jamais darão limonadas.
Vendedor de limões verdes
Com cracas, com amarelão
Ele é triste, humilde, desenxabido.
-Vai comprar limão, Dona Carlota Sinhá?
-Quer limão, Profetio? – pedimplora o piá.
O guri tem olhos lambidos de boi guzerá
Mais triste do que ele em Itararé não há.
Devem bater nele de relho, coitadinho
Deve passar uma fome caipora na sua vidinha
A acidez da fruta que vende baratinho
Nem lucro direito dá
Mas deve vir de sua alma de bala azedinha.
Não sabe o curumim, no seu triste enredo
Porque é apenas um moleque aprendiz
Que a maior vingança é ser feliz
Mas certamente ele descobrirá o segredo.
O olhar do menino pobrezinho é da cor
Dos limões azedos que vende
Mas as lágrimas, coitadas
Jamais darão limonadas.
Silas Correa Leite, República Etílico-Rural de Itararé
E-mail: poesilas@terra.com.br
Blogues: www.portas-lapsos.zip.net
www.campodetrigocomcorvos.zip.net
2 comentários:
Belo poema, Amigo, bem Tropicalista...
Abraço.
Que beleza!
E não é por ser gaúcho que digo isso, não. É pela plasticidade: gosto de cinema, já fiz cinema, desenho animado, histórias em quadrinhos, produção para TV e otras cositas. A cena (poesia) se desenrola sob nossos olhos, cenário, background, tudo. Dá pra ouvir o guri chupando o ranho.
Maravilha! Tu tens livro publicado, che?
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