I
A página da excitação
pranteia a lubricidade do silêncio,
é como se uma lúcida geada o forçasse
a fazer sexo desprovidode algemas, deslumbres...
(...Sob a minha boca a esperança doentia
mutila a covardia...)
Oh! Magnífica verdade!
Diz o poeta que entre o homem e o asfalto
a poesia não ejacula...
II
Aqui a palavra cospe o grito
como quem ama o combate.
Com pênis na mão,
é no fundeadouro do olhar
que a nódoa-imensidão congemina...
(...Qualquer suspiro é rebarba da morte...)
Ah! O poeta,
já lubrificado, fode e fertiliza...
Torna-se cédula mendicante,
não há clemência que o enfraqueça, re-vive...
III
Dele (do poeta, sêmen quase pateta...)
me comprazo.
Dele depende o alento da inquietação,
porque o pardieiro da expiação não goza,
transpira, seduz, lambe,
aniquila o soluço...
É féretro que encachaça
a bunda e fere o dédalo do bolor,
abafa o gemido.
Nele a coragem não cria lodo,
é quase levante exposta à consumação.
Nele a razão masturba-se a seco,
jorra vida, encurta o mormaço,
por isso rejeita o reverso, magoa o cansaço...
IV
Oh! Estranha verdade!
Já não dissimula alívio a tua palavra,
a tua impaciência na solidão contamina!
Oh! Inexprimível clamor
força,
porque trafega veloz o momento
em que cantaremos
sem falsetes!
em que cantaremos
sem falsetes!
©Benny Franklin
Belém/Pará/Brasil
1 comentário:
gostei!
Enviar um comentário