A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

AS PRIMEIRAS ÁGUAS

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Dedicado ao The Glower


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THE MOMENT

Watching two surfers walk toward the tide,
Floating their boards beside them as the shore
Drops slowly off, and first the knee, then waist
Goes down into the elemental grasp,
I look to them to choose it, as the one
Wave gathers itself from thousands and comes on:
And they are ready for it facing round
Like birds that turn to levitate in wind:
All is assured now as they slide abreast:
Much as I envy them their bodies’ skill
To steady and prolong the wild descent,
I choose that moment when their choice agrees
And, poised, they hesitate as though in air
To a culmination half theirs and half the sea’s.


O MOMENTO

A observar dois surfistas a caminho da rebentação,
As pranchas a flutuar ao seu lado enquanto a linha
De água cai lenta e vai, e os joelhos, depois a cintura
Afundam-se naquele abraço dos elementos,
Olho para eles para escolher, enquanto a
Vaga se forma de milhares e se levanta:
Encontra-os prontos a enfrentá-la em círculo
Como aves que viram para levitar no vento:
Tudo é domínio agora que deslizam juntos:
Muito os invejo, aos seus corpos capazes
Para aguentar e prolongar a descida feroz,
Escolho o momento em que a sua escolha coincide
E ainda que no ar hesitam, suspensos,
Para uma culminação tão sua quanto do mar.


Charles Tomlinson
Tradução de Klatuu Niktos

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IV. DEATH BY WATER

Phlebas the Phoenician, a fortnight dead,
Forgot the cry of gulls, and the deep sea swell
And the profit and loss.

__________________
A current under sea
Picked his bones in whispers. As he rose and fell
He passed the stages of his age and youth
Entering the whirlpool.
__________________
Gentile or Jew
O you who turn the wheel and look to windward,
Consider Phlebas, who was once handsome and tall as you.


IV. MORTE PELA ÁGUA

Phlebas o Fenício, há quinze dias morto,
Esqueceu o grito das gaivotas, e o crescendo do mar fundo
E o ganho e a perda.
__________________Uma corrente submarina
Apanhou-lhe os ossos em queixumes. Ao subir e descer
Passou as etapas da sua idade e juventude
A entrar no sorvedouro.
__________________Gentio ou Judeu
Ó tu que viras o leme e olhas para barlavento,
Lembra-te de Phlebas, que foi um dia belo e alto como tu.


T. S. Eliot
Tradução de Klatuu Niktos
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7 comentários:

Ana Beatriz Frusca disse...

Cada vez que leio uma tradução tua me convença da necessidade de ter que estudar língua estrangeira...:)

Surfistas são filhos de Netuno se regozijando em seu habitat, eles apenas parecem humanos, mas não são...só os deuses dominam tão bem um mar revolto e cheio de mistérios.

Beijos.*

PS: Mais uma vez: Linda tradução!

Ana Beatriz Frusca disse...

Os surfistas são deuses mortais!

Klatuu o embuçado disse...

Morrem no melhor dos túmulos... o trono sagrado das águas revoltas.

Beijinho, maninha.

Ana Beatriz Frusca disse...

É Doce Morrer No Mar(Dorival Caymmi)
É doce morrer no mar

Nas ondas verdes do mar
Saveiro partiu
de noite foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
sereia do mar levou
É doce morrer no mar

Nas ondas verdes do mar
Nas ondas verdes do mar meu bem

Ele se foi afogar
Fez sua cama de novo no colo de Iemanjá
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar meu bem
É doce morrer no mar

andorinha disse...

Dois belos poemas.
E tendo a concordar com a Bia: os surfistas são deuses mortais.
Admiro a perícia e o destemor com que se fazem às ondas.
É quase um bailado no mar...

Beijinho.

Frankie disse...

Que belo!...

jawaa disse...

Fabulosa fotografia e um poema muito, muito belo. A água é, como bem dizes, Klatuu, o melhor dos túmulos. O que escolhi para mim, depois de incinerada (antes, não!).