A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Poesia de Angola

Do pássaro para o embuçado.


Rapariga de Gabela, Amboim, desenho de Neves e Sousa.

«Testamento» um dos poemas mais bonitos e mais intensos da literatura de expressão portuguesa no período antes da descolonização. Implícita uma educação para os valores: solidariedade, fraternidade, generosidade, entrega ao outro, num lugar de afectos. Poder-se-ia falar de amor pátrio.


À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados

Em cristal, límpido e puro...

E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,

O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...

Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...

E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.

Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...

Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...

Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora..
.

Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...


Alda Lara, seu nome completo, Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque, nasceu em Benguela, Angola, em 1930. Casada com o médico e escritor Orlando Albuquerque, veio a falecer em 1962, já depois de terminada a sua licenciatura na Faculdade de Medicina de Coimbra. Em Lisboa esteve ligada a algumas das atividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais e revistas, incluindo a Mensagem (CEI).


5 comentários:

Anónimo disse...

Aconselho os Amigos leitores deste espaço electrónico a uma visita ao ESPAÇO SANTA CATARINA-PALÁCIO CABRAL( Largo Dr. António de Sousa Macedo, nº 7-à Calçada do Combro-Lisboa). Lá poderão ler um belo Poema desta Poetisa Africana.
Está englobado na emérita iniciativa LUSOFONIAS 2008.
Esta iniciativa, que começou ontem (dia 17) irá decorrer até dia 14 de Setembro.
São 8 os Países representados e cada um contará com 8 dias de Exposição. Para consulta específica ver www.etnia.org.pt
ABRAÇO AMIGO do vosso Luís Filipe Estrela- Jornal "Viva Setúbal" e Programa "ARESTAS DE VENTO" da Rádio PAL-FM

Klatuu o embuçado disse...

Muito obrigado por nos dares a conhecer mais um pedaço da tua memória de África - gostei imenso: um poema excelente e uma poeta a descobrir - e por todos os mimos que me dedicas, querida Amiga.

Beijinho.

Anónimo disse...

maravilhoso, poesia, sem mais!

Ana Beatriz Frusca disse...

Muito boa essa poesia. Não conhecia a poetisa..boa contribuição!
Bjs.

andorinha disse...

Subscrevo as palavras do melro.
Deliciosa leitura.

Beijinho.