Por Portugal
Pela Lusofonia
Pelo Mundo
Pela Humanidade
(e não só)
Pessoas há muitas. Seres humanos, não. Embora não se possa dizer que essa distinção seja clara para uns como é para outros, suponho que se possa dizer que todos, ou quase todos, a constatarão não com muita dificuldade. Talvez o que defina a humanidade seja tão ou mais complexo do que aquilo que nos pode definir. Porque o que nos define, e poderão ou não concordar com a minha pessoa(?), não é só o lugar de onde viemos ou onde estamos, ou o tipo de pele que temos e a roupa que usamos, ou o tamanho do cabelo e das unhas dos pés. Não é só um dos muitos gestos que nos acompanha a fala, ou a visão que temos de nós próprios. Não é a língua, a forma do rosto ou do corpo. O que nos define é tudo isso, tudo isso e muito mais. Uma lágrima num momento preciso, um sorriso, um olhar penetrante em tudo o que parece existir desde sempre, e é tão novo, talvez defina uma pessoa(?) melhor do que qualquer outra coisa.
A nossa humanidade não pode ser tida, medida, por aquilo que deixamos de lado ou de fora. A humanidade não pode ser todo o mal que não fazemos a quem quer que seja, mas todo o bem que possamos fazer seja a quem for. Que raio de humanos somos nós, quando os instintos primitivos nos dominam a ponto de se renunciar à sensatez, à sensibilidade, à consideração, ao respeito que devemos ter pelo outro? Quem é o outro? Quem somos nós? Sabemo-lo suficientemente bem para saber qual o limite que podem atingir os nossos actos e palavras?
Meus senhores e minhas senhoras, lamento. Não sei quem sou nem de onde venho, e é provável que o não saiba nunca, e ainda bem; ser previsível a mim própria seria um tédio tremendo. Quantas vezes nos surpreendemos a nós próprios? Quantas vezes as nossas opiniões mudam, para melhor ou pior, não interessa, mas o que é certo é que mudam, assim como nós mudamos sem que o possamos evitar, porque crescemos. Ao crescer-se, evolui-se, em todos os sentidos e sem restrições. Se isso não acontece, algo está muito mal. E se não somos capazes de criticar sem destruir, mas tendo em vista o crescimento de nós e dos outros, algo está ainda pior.
Gosto de alguns animais mais do que gosto de algumas pessoas, pouco ou nada humanas, neste caso. Chocante dizer isto? (Talvez). Porque se a humanidade existe, existe enquanto diferença, enquanto virtude maior, enquanto parte do que nos distingue dos outros seres, e é para ser recebida por nós como algo cujo desperdício constitui um crime imperdoável. E eu posso entender isso, eu posso perdoar isso, mas não posso aceitá-lo. Prometi a mim mesma não aceitar, em mim, e nos outros. Pessoas humanas, pessoas não humanas, perdoem-me as ideias que possam parecer pouco consistentes, por vezes, baralho-me. Percebo que nos irritemos e revoltemos contra aqueles que nos sugam toda a humanidade, contra aqueles que ao invés de apreciar aquilo que podemos oferecer e entregar de nós, se preocupam em arruinar a nossa casa.
A minha casa é o meu nome nas paredes de quem amo. A minha casa são as letras que despejo em agonia pelo chão. A minha casa sou eu, nos braços daquilo em que acredito, ao som dos passos num deserto sem fim.
E tudo isto porque, sinto necessidade de expressá-lo, me magoa que os outros tenham cegado até ficarem surdos, e não puderem ver que cada um de nós tem o direito de ser aquilo que quiser, da forma que melhor entender. Que aquilo que eu venho julgar a um espaço como este não são as opções pessoais que cada um toma. Errei demais para julgar os erros dos outros. Errei demais, enquanto ser humano, para julgar os erros da humanidade dos outros. Mas para isso é preciso ser-se Humano. E infelizmente há muitas pessoas que o não são. Pensemos: o que viemos fazer aqui? O que viemos fazer aqui, quando chegarmos a um sítio onde chegámos tendo um objectivo em mente. E lutemos por aquilo em que acreditamos. Sempre. Se o fizermos com base na união e na fraternidade que tanto apregoamos, tanto melhor. Porque homem nenhum vale apenas pelas batalhas que vence, mas sim por todas aquelas em que combate até morrer.
--
– Falo-te a saber o que existe.
– O que existe.
– E numa terra onde nascem as facas, poderia ser gume, em segredo. depois.
– De quê?
– Ou as foices sibilantes de raspão no corpo. depois.
– De quê?
– Do silêncio absoluto.
Pela Lusofonia
Pelo Mundo
Pela Humanidade
(e não só)
Pessoas há muitas. Seres humanos, não. Embora não se possa dizer que essa distinção seja clara para uns como é para outros, suponho que se possa dizer que todos, ou quase todos, a constatarão não com muita dificuldade. Talvez o que defina a humanidade seja tão ou mais complexo do que aquilo que nos pode definir. Porque o que nos define, e poderão ou não concordar com a minha pessoa(?), não é só o lugar de onde viemos ou onde estamos, ou o tipo de pele que temos e a roupa que usamos, ou o tamanho do cabelo e das unhas dos pés. Não é só um dos muitos gestos que nos acompanha a fala, ou a visão que temos de nós próprios. Não é a língua, a forma do rosto ou do corpo. O que nos define é tudo isso, tudo isso e muito mais. Uma lágrima num momento preciso, um sorriso, um olhar penetrante em tudo o que parece existir desde sempre, e é tão novo, talvez defina uma pessoa(?) melhor do que qualquer outra coisa.
A nossa humanidade não pode ser tida, medida, por aquilo que deixamos de lado ou de fora. A humanidade não pode ser todo o mal que não fazemos a quem quer que seja, mas todo o bem que possamos fazer seja a quem for. Que raio de humanos somos nós, quando os instintos primitivos nos dominam a ponto de se renunciar à sensatez, à sensibilidade, à consideração, ao respeito que devemos ter pelo outro? Quem é o outro? Quem somos nós? Sabemo-lo suficientemente bem para saber qual o limite que podem atingir os nossos actos e palavras?
Meus senhores e minhas senhoras, lamento. Não sei quem sou nem de onde venho, e é provável que o não saiba nunca, e ainda bem; ser previsível a mim própria seria um tédio tremendo. Quantas vezes nos surpreendemos a nós próprios? Quantas vezes as nossas opiniões mudam, para melhor ou pior, não interessa, mas o que é certo é que mudam, assim como nós mudamos sem que o possamos evitar, porque crescemos. Ao crescer-se, evolui-se, em todos os sentidos e sem restrições. Se isso não acontece, algo está muito mal. E se não somos capazes de criticar sem destruir, mas tendo em vista o crescimento de nós e dos outros, algo está ainda pior.
Gosto de alguns animais mais do que gosto de algumas pessoas, pouco ou nada humanas, neste caso. Chocante dizer isto? (Talvez). Porque se a humanidade existe, existe enquanto diferença, enquanto virtude maior, enquanto parte do que nos distingue dos outros seres, e é para ser recebida por nós como algo cujo desperdício constitui um crime imperdoável. E eu posso entender isso, eu posso perdoar isso, mas não posso aceitá-lo. Prometi a mim mesma não aceitar, em mim, e nos outros. Pessoas humanas, pessoas não humanas, perdoem-me as ideias que possam parecer pouco consistentes, por vezes, baralho-me. Percebo que nos irritemos e revoltemos contra aqueles que nos sugam toda a humanidade, contra aqueles que ao invés de apreciar aquilo que podemos oferecer e entregar de nós, se preocupam em arruinar a nossa casa.
A minha casa é o meu nome nas paredes de quem amo. A minha casa são as letras que despejo em agonia pelo chão. A minha casa sou eu, nos braços daquilo em que acredito, ao som dos passos num deserto sem fim.
E tudo isto porque, sinto necessidade de expressá-lo, me magoa que os outros tenham cegado até ficarem surdos, e não puderem ver que cada um de nós tem o direito de ser aquilo que quiser, da forma que melhor entender. Que aquilo que eu venho julgar a um espaço como este não são as opções pessoais que cada um toma. Errei demais para julgar os erros dos outros. Errei demais, enquanto ser humano, para julgar os erros da humanidade dos outros. Mas para isso é preciso ser-se Humano. E infelizmente há muitas pessoas que o não são. Pensemos: o que viemos fazer aqui? O que viemos fazer aqui, quando chegarmos a um sítio onde chegámos tendo um objectivo em mente. E lutemos por aquilo em que acreditamos. Sempre. Se o fizermos com base na união e na fraternidade que tanto apregoamos, tanto melhor. Porque homem nenhum vale apenas pelas batalhas que vence, mas sim por todas aquelas em que combate até morrer.
--
– Falo-te a saber o que existe.
– O que existe.
– E numa terra onde nascem as facas, poderia ser gume, em segredo. depois.
– De quê?
– Ou as foices sibilantes de raspão no corpo. depois.
– De quê?
– Do silêncio absoluto.
10 comentários:
"Gosto de alguns animais mais do que gosto de algumas pessoas, pouco ou nada humanas, neste caso. Chocante dizer isto?"
Nada chocante. Só é chocante se esses animais não forem portugueses.
Esterolusófono
miuda vai ao medico, nao tás bem!
Estetoscopio
Não se cure de ser portuguesa, que interessa viver sem emoções? Gostei do que escreveu! Mas olhe que há um humano a descobrir em cada pessoa
gostaste ? atão és burro rsrsrs nem ela sabe o q escreveu essa cena nao tem pés nem cornos
ser tuga é uam doença deve ser por tua causa q a gaja tá assim rrsrsrs
ouve miuda o gajo quer conhecer.te melhor os esscritosrsrsrs
n foi desta gaja q o pessoal viu fotos com agaja na carrinha?
Gótico, curtia bués de te conhecer proque eu sou gó, tas a ver? Sou do endergroud e curto people do underground e tu pareces ser, yo, curtido, só não percebi se o estetoscopio é gótico ou se o gótico é que é estetoscópio. Sabes o que é um estetoscópio? Nice...eu tive de ir de ver ao dicionário, yo. Mas se és um estetoscópio gótico, então sim, eu vou ao médico. O meu sonho sempre foi ter no peito a frieza de um estetoscopio gotique.
Esta cena é bem capaz de não ter pés nem cornos, até porque os cornos do gótico devem ser grandes que cheguem para os dois...hahahahaha! E devem doer muito, algo me diz isso. E sim, devia ser eu na carrinah com a a outra gaja. E mais, o meu sonho, para lá do estetoscopio gotico a tocar o meu corpo com carinho, é estar com o gótico na carrinha, de preferência até tê-lo debaixo dela e poder passar-lhe com as rodinhas por cima...hahahaha!
(Eu ia apagar estes comentários deprimentes, mas como isto me diverte, e diverte muito, haha!, vou deixar ficar...e se tiver resposta, tanto melhor, sempre me venho rir mais um bocadinho :):):))
A Natália tem razão. Digo mais: a humanidade desumana domina. A própria sociedade é desumana e, naturalmente ela mais não faz que reflectir o carácter das pessoas que a compõem. Reinam a injustiça, o egoismo, o orgulho, a indiferança e o comodismo. Reinam os prazeres ocos, pessoais e imediatos. Reinam todo o tipo de atropelos realizados sobre as pessoas de bem.
Natália, não te canses. Apaga mas é o lixo - irritar a malta é o que querem.
Beijinhos.
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