Morreu da noite pro dia
de bala na testa, de tombo na rua;
morreu de adeus, de trovão, de cachaça;
sorriu solitário um sorriso sem graça.
Morreu que ninguém se deu conta,
assim depois do almoço;
assim antes do tempo;
morreu apenas e pronto!
Morreu de algum ataque fulminante.
Quem sabe de veneno, de paulada.
Morreu de facada, de muito obrigado;
um golpe de machado, um aceno.
Morreu de vergonha, morreu de trabalho;
aposta de jogo, morreu de vingança;
morreu de esperança, de assalto, de apreço;
morreu no começo de um cigarro.
Morreu de morte matada.
Sofrida.
Chorada.
Morrida.
Enfim: viveu de vida vivida.
[Fabrício Fortes - fabricio.fortes@hotmail.com]
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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domingo, 6 de julho de 2008
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2 comentários:
Aqui estamos, de novo, irmão de além mar, um pouco depois da tempestade, em pleno, de rosto levantado. Ninguém nos mata sem luta, e a nossa causa é nobre, e por nós fala.
Aqui, somos mais do que homens.
Aquele abraço!
Não importa o nome, nem o sobrenome, nem a causa mortis...acabamos todos por virar um número no obituário após tanta ou breve vida vivida.
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