A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Intempestivos e Actuais - Mario Saa


"A humanidade é doente!
São sôfregos de perdão e coisas grátis e resmungam quando perdoam.
Pisam por gosto e insultam e rogam tolerância a todo o mundo!
A sociedade é um creme com granizos de pimenta e o homem em sociedade é um pingo de bílis numa cápsula.
Misérrima é a liberdade dos povos e a harmonia entre os homens!
Que enfadonha liberdade e que enfadonha harmonia!
Só o benfeitor é como a sola porque tem as mãos livres para aceitar quem as não tiver cheias para dar.
A humanidade não é odienta, enjoa! Ainda é mesquinha de mais para que possa ocultar o inconveniente!
Podre e viscosa gente, carregada de afeições, ódios e algemas; podre e viscosa gente bem mais putrefacta em terra de vivos que no campo dos mortos.
No entanto desesperei de achar melhor: resta-me porém a consolação de que algum dia acabará o reino dos estúpidos.
Mas quantos degraus lhes faltam para subir?"


- Mario Saa, Evangelho de S.Vito, Lisboa, Monteiro & Cº - Livraria Brasileira, 1917, pp.76-77 (ortografia actualizada).

10 comentários:

Anónimo disse...

O problema é que o reino dos estúpidos nunca vai acabar porque estes estúpidos somos nós e nós não queremos deixar de o ser! Dava muito trabalho...

José Miranda disse...

Mário Saa foi talvez a maior vítima, entre nós, do delírio sistematizado comum no seu tempo, aquele que atribuía todos os males do mundo aos judeus, o bode expiatório à mão. Pelo que escreveu é legítimo concluir que teria aplaudido a "solução final" dos nazis.
Hoje a genética já nos permite saber como o racismo é ridículo, nesse tempo havia a desculpa da ignorância, de alguma pseudo-ciência da época. Mais ridículo o é entre nós, em que num estudo feito no ICBAS, nos marcadores da parede celular das células do sangue (há aí centenas de antigénios, como os conhecidos grupos A, B e O, conhecidos porque, para esses, há anticorpos circulantes) se mostrou que os portugueses são, fundamentalmente, uma mistura de celtas e judeus.
Que um adolescente vá buscar um escritor racista para incomodar o "status quo", compreendo. Vindo de si, que tem responsabilidades no projecto da Nova Águia, o "post" entristeceu-me a alma toda. Mas reafirmo que não deve haver censura, publique o que quiser! Eu não vou por aí!

Anónimo disse...

um estúpido pode ser assim como um preso.
prisioneiro voluntário ou não, da preguiça de pensar.

"Adivinhámos os homens futuros (...) e tudo demos à vida para que eles existissem; se recuássemos, teríamos recuado o seu aparecimento; mas foi por termos trabalhado em lodo e água turva que a ponte se lançou entre eles e a cultura; foi por nós que se fez a viagem que os limpou da baixa condição."

Agradecemos.

Paulo Borges disse...

Caro Amigo, a obra do Mário Saa excede em muito o que escreveu em "A Invasão dos Judeus"! Segundo consta, ele próprio passou por um período de depressão e mutação ao descobrir que ele mesmo era judeu. Agora o que não é legítimo é manter no esquecimento e sob anátema uma obra riquíssima só por um livro e uma fase do autor. Leia-se primeiro o "Evangelho de S. Vito" e diga-se então se o autor é ou não nazi:
"Os soldados do porvir hão-de surgir fantásticos e humanamente libertos, com gesto levando adiante o esplendoroso farol da liberdade!
- Ó manequim das civilizações modernas, se é forte o que agitar um montante, mais forte é o que o souber partir! O apoio do lutador é o seu próprio inimigo; vencerás, se negares o apoio ao teu inimigo! Vencerás se o teu orgulho revolto souber lançar ao largo o elmo e a espada!
Abaixo a cobardia dos homens juntos e viva o insulado com a sua razão.
E viva o desertor e o aprisionado e todo o que desdenha o seu "superior".
E viva o que não teme a própria morte por responder direito ao rei e à grei!
Acima o que se revolta contra o Estado e contra o seu mandato de carnificina!
Pátria é vaga ideia, remota e incompreensível; pátria é a vaga sombra da realidade d'outrora! Quando outrora servi-la seria honrar-me, hoje servi-la é um servilismo ignóbil; e na verdade já me fizeram esquecer as suas origens!
Mas algum dia virá em que acharei no Homem o supremo guerreiro, o delicioso filho da abnegação suprema, já longe das multidões militares!"
- "Evangelho de S.Vito", p.45.

Por onde não vou é pelo juízo precipitado, por melhor que seja a sua intenção.

José Miranda disse...

Obrigado por me querer descansar. Todo o cuidado é pouco quando lidamos com emoções, há falsos faróis no horizonte. Também não gosto de anátemas, mas sabe que há quem negue o holocausto, sabe que o risco da estupidez também (ou sempre!) vem das emoções e que este esclarecimento era necessário; ouçamos os loucos mas com muita atenção :-)

Paulo Borges disse...

Estou inteiramente de acordo com tudo o que diz e agradeço a compreensão.

Anónimo disse...

Não há dúvida que vivemos no reino dos estúpidos: estúpidos os que governam e estúpidos os que por eles se deixam governar.

Klatuu o embuçado disse...

Mário Saa tem momentos muito infelizes, mas não lanço estigmas sobre nenhum autor - a menos que tenha andado a empurrar judeus para a morte, ou a sua obra tenha conduzido à tragédia do holocausto.

José António Miranda: «uma mistura de celtas e judeus» - Não são tal; esta é uma mitosofia interessante de Pascoaes (e de outros), mas sem fundamento genético, onde, aliás, os sinais externos «rácicos», a que tanto valor se dá, pouco contam. Os Portugueses são o tipo genérico do europeu mediterrânico, desde sempre; os apports de outros genes, pouco mudaram o essencial do nosso legado genético - um dos mais antigos da Europa ocidental e o mais raro.

Klatuu o embuçado disse...

«First, God created idiots. That was just for practice. Then He created school boards.»

Mark Twain

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Devemos - claro - exercer a crítica e o combate contra tudo o que consideremos de lesa civilização, venha de onde vier.