E passou mais um dia de Camões e das Comunidades e portanto da Raça, Raça de muitas raças, emigrantes e imigrantes, africanos e asiáticos e norte e sul-americanos, e europeus, finalmente apenas Portugueses em Dia de Portugal.
Eu não vi nem ouvi: os discursos e as paradas e as medalhas e os jornalistas e os telejornais e os jornais. Não li um só.
O dia de Portugal deveria ser dos Portugueses.
Deveria acordar as mulheres de todas as idades pela madrugada, a iniciar antes da meia-hora, com serenatas coimbrãs nas ruas, outros fados estalando pelas vielas e avenidas, o S. João e o Santo António a única publicidade a anunciar os seus dias a vir. Camões dito por aí em mágoas de amor eterno, Vieira clamando a encher-nos de responsabilidade «vos estis sal terrae», Pessoa a olhar o oceano, os oceanos, pelo rosto da Europa, a lembrar o Império, Sá Carneiro em ânsias: «um pouco mais de azul…»
Eu, jovem nos anos sessenta, voltava a proibir, por um dia só, de mostrar as brigas dos camionistas e da bola, de falar dos combustíveis e da crise, da iliteracia e da corrupção.
Por um único dia contar-se histórias da nossa História, mostrar à exaustão os génios que Portugal também produz, aqueles que hoje drapejam a bandeira de Portugal pelo mundo, os que subiram ao pódio do Nobel e dos Olímpicos, desfraldar Paula Rego e Damásio, Joana de Vasconcelos e João Magueijo, Vanessa Fernandes e Eduardo Nery, Agustina e Pomar, Mia Couto, Maria João Pires, Agualusa…tantos, tantos mais. Divulgar o movimento criativo em Berlim, criado «pelos portugueses». A cidade mais criativa do planeta, onde neste momento vivem, ao que parece, os grandes artistas plásticos, arquitectos, e se vergam à comunidade portuguesa de jovens artistas que estão a mudar a cena plástica em Berlim.
A Rua Augusta, as ruas augustas de todas as cidades mostrando cópias dos seus museus, os artistas de rua copiando Almada e mimando personagens de Eça, dizendo Cesário. A festa nas ruas do país (não só para os senhores de Belém e S. Bento) cantares e danças de África, Brasil, Timor, os homens do Alentejo balouçando. Restaurantes sem pizzas nem hamburgers, hasteando apenas a panóplia de sabores dos cantos do mundo onde se fala a língua portuguesa.
Não pode, não deve ser só o futebol a unir os portugueses.
Há muito mais para vir à luz no Dia de Portugal.
Eu não vi nem ouvi: os discursos e as paradas e as medalhas e os jornalistas e os telejornais e os jornais. Não li um só.
O dia de Portugal deveria ser dos Portugueses.
Deveria acordar as mulheres de todas as idades pela madrugada, a iniciar antes da meia-hora, com serenatas coimbrãs nas ruas, outros fados estalando pelas vielas e avenidas, o S. João e o Santo António a única publicidade a anunciar os seus dias a vir. Camões dito por aí em mágoas de amor eterno, Vieira clamando a encher-nos de responsabilidade «vos estis sal terrae», Pessoa a olhar o oceano, os oceanos, pelo rosto da Europa, a lembrar o Império, Sá Carneiro em ânsias: «um pouco mais de azul…»
Eu, jovem nos anos sessenta, voltava a proibir, por um dia só, de mostrar as brigas dos camionistas e da bola, de falar dos combustíveis e da crise, da iliteracia e da corrupção.
Por um único dia contar-se histórias da nossa História, mostrar à exaustão os génios que Portugal também produz, aqueles que hoje drapejam a bandeira de Portugal pelo mundo, os que subiram ao pódio do Nobel e dos Olímpicos, desfraldar Paula Rego e Damásio, Joana de Vasconcelos e João Magueijo, Vanessa Fernandes e Eduardo Nery, Agustina e Pomar, Mia Couto, Maria João Pires, Agualusa…tantos, tantos mais. Divulgar o movimento criativo em Berlim, criado «pelos portugueses». A cidade mais criativa do planeta, onde neste momento vivem, ao que parece, os grandes artistas plásticos, arquitectos, e se vergam à comunidade portuguesa de jovens artistas que estão a mudar a cena plástica em Berlim.
A Rua Augusta, as ruas augustas de todas as cidades mostrando cópias dos seus museus, os artistas de rua copiando Almada e mimando personagens de Eça, dizendo Cesário. A festa nas ruas do país (não só para os senhores de Belém e S. Bento) cantares e danças de África, Brasil, Timor, os homens do Alentejo balouçando. Restaurantes sem pizzas nem hamburgers, hasteando apenas a panóplia de sabores dos cantos do mundo onde se fala a língua portuguesa.
Não pode, não deve ser só o futebol a unir os portugueses.
Há muito mais para vir à luz no Dia de Portugal.
Jawaa
1 comentário:
Excelente entrada, caríssima Amiga!
Não poderia concordar mais com este texto - esta visão do mundo lusófono é, sem qualquer dúvida, também a nossa, a que nos dá ânimo e nos convoca para estas águas ...
Muito obrigado!
As minhas saudações e elevada estima.
P. S. Beijinho... ;)
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