«A República Nunca Existiu!» é um livro que eu concebi, organizei e revi, e em que também participei. Editado em Janeiro último propositadamente para coincidir com o centenário do Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, insere-se no género fantástico e no sub-género história alternativa e parte de dois pressupostos, de duas hipóteses: e se o Regicídio de há 100 anos, tal como o conhecemos, não tivesse acontecido? E se a República nunca tivesse sido instaurada em Portugal, nem em 5 de Outubro de 1910 nem depois?
Além de mim, e entre os outros 13 autores que eu convidei para contribuírem com outros tantos contos, estão nomes como os de João Aguiar, Miguel Real e Sérgio Sousa-Rodrigues. E ainda Gerson Lodi-Ribeiro, brasileiro, que foi o único não português a entrar no projecto. Há outro pormenor que o distingue: o seu conto mantém, no livro, a ortografia brasileira original. Por decisão minha.
E este é um exemplo prático do que eu defendo em teoria: é possível a coexistência pacífica das duas formas de escrever o português; é tudo uma questão de respeito mútuo, de esforço conjunto, de apreciação recíproca do muito que todos os falantes – e escreventes! – do português podem dar à sua ca(u)sa comum. Estes são valores em que eu comecei a acreditar e a praticar com mais força depois de conhecer pessoalmente o Professor Agostinho da Silva há quase 25 anos.
Aquele meu contributo é tão só um entre vários que eu pretendo dar a conhecer e a partilhar aqui nos próximos tempos. E, apesar de modesto, vale de certeza muito mais do que toda a prosápia pseudo-erudita. De muito poucos aceito lições quando se trata de falar e de fazer a lusofonia. E entre eles não estão de certeza os que recorrem – repetidamente! – aos insultos como maneira de «marcarem território». Podem ladrar mas a caravana, minha e de muitos mais, passará. Com esses é que não pode nem deve haver coexistência pacífica.
E este é um exemplo prático do que eu defendo em teoria: é possível a coexistência pacífica das duas formas de escrever o português; é tudo uma questão de respeito mútuo, de esforço conjunto, de apreciação recíproca do muito que todos os falantes – e escreventes! – do português podem dar à sua ca(u)sa comum. Estes são valores em que eu comecei a acreditar e a praticar com mais força depois de conhecer pessoalmente o Professor Agostinho da Silva há quase 25 anos.
Aquele meu contributo é tão só um entre vários que eu pretendo dar a conhecer e a partilhar aqui nos próximos tempos. E, apesar de modesto, vale de certeza muito mais do que toda a prosápia pseudo-erudita. De muito poucos aceito lições quando se trata de falar e de fazer a lusofonia. E entre eles não estão de certeza os que recorrem – repetidamente! – aos insultos como maneira de «marcarem território». Podem ladrar mas a caravana, minha e de muitos mais, passará. Com esses é que não pode nem deve haver coexistência pacífica.
30 comentários:
Ou seja - desminta-me se entendi mal -, você não aceita nenhum acordo.
Eu quero um acordo, mas não este Acordo, cujos critérios linguísticos não entendo; alterar a ortografia por critérios de pronunciação; de simplificação (!); etc, etc; e querer ignorar as diferenças entre a sintaxe portuguesa e brasileira, que nenhum acordo alguma vez tornará uniforme.
Para não falar no alheamento da Língua Portuguesa que se fala e escreve em África, e cuja riqueza, em poucas décadas, criará outros modos do Português.
Mais a ilusão política de que um Acordo Ortográfico (e repito: ortográfico) conferirá mais importância no mundo à comunidade dos «lusófonos» (como este termo é ilusivo!).
Caríssimo,
"De muito poucos aceito lições quando se trata de falar e de fazer a lusofonia." e "Com esses é que não pode nem deve haver coexistência pacífica." são duas frases que me ferem a fotossensibilidade por as conotar com parca humildade, défice de boa vontade, raiva e ressentimento.
Da minha serena e iliterada caravana, e na minha opinião, denoto muita marcação de território (para utilizar a sua zoófila expressão) e muita prosápia pseudo-erudita(perdoe-me o incómodo de o citar uma e outra vez...)na construção frásica que utiliza para condenar o que, aos meus olhos doentes, veemente condena.
Será defeito meu - de educação ou carácter - a assertividade?
Ninguém gosta de ser insultado, eu inclusivé, mas se tivermos um estruturamento menos medíocre no nosso pensamento poderemos atentar que, tirando a forma, algum do conteúdo poderá eventualmente fazer sentido.
Da minha parte estarei sempre disponível e grato para aprender mais sobre falar e fazer a lusofonia, ou de cimentar o pouco que deduzo dessas matérias, com quem quer que seja.
Uma das minhas liberdades, por enquanto, reside em poder coar o que me é transmitido sem que isso me afecte o humor ou me deixe cambalear pelos corredores da deterioração moral ou surdez.
Sem espadas e garras trémulas,
um leitor interessado
Pedia-lhe então, Lord of Erewhon, que nos falasse um pouco do acordo que quer. Olhamos, por exemplo, para a história da língua latina e para o surgimento das primeiras ortografias das línguas românicas e constatamos, efectivamente, que a ortografia sempre evoluiu, muito naturalmente, no sentido de adequar a grafia à pronúncia. Os romanos diziam «promptus», nós dizemos «pronto». Acha que não deveria ser assim? Por que motivo não deveria haver simplificação e adequação à pronúncia? Que têm a ver as diferenças sintácticas entre as variantes portuguesa e brasileira com a ortografia? Poderia dar-nos um exemplo para ilustrar em que medida este acordo está a ignorá-las? Até porque acho que o acordo em nada interfere, nem quer interferir, na sintaxe, ou estará a escapar-me alguma coisa? Alguma vez se falou em uniformizar sintacticamente as duas variantes? Creio que isso está totalmente fora desta questão...
Que têm a ver as inúmeras variedades da língua portuguesa com este acordo? Sempre as houve, sempre as haverá... Se só existisse uma ortografia única para o português, como aconteceu até 1911, como se relacionaria o facto da existência de variedades regionais, que já existiam nessa altura, com a essa ortografia única? Que faríamos? Criaríamos várias ortografias oficiais? Para que foi buscar esse argumento?
Uma vez que o núcleo fundamental da Lusofonia é a língua portuguesa, construir a Lusofonia implica desenvolver, necessariamente, uma política linguística. Já vi que defende um acordo, não este, mas algum defende. Ora, esse acordo que defende tem alguma relação com a política línguística ou está totalmente alheado dela? Em que medida o seu acordo não é uma ilusão política? Na sua opinião, onde se encontra a ilusão no termo «lusófono»? Se a Lusofonia é ilusiva, qual é, então, o seu sentido?
Adorei a retórica perguntadora e o tom paternal.
Quando e se me apetecer talvez lhe responda.
Não perca tempo, você não percebe patavina do assunto... Poupe-nos é dos seus comentários superficiais e banais.
Peço desculpa aos leitores deste magnífico espaço.
Talvez devesse transcrever o que lá atrás expus uma vez que não está perceptível, mas julgo não ser necessário pois poderia cair na superficialidade e banalidade, perdendo tempo.
Continuo à espera da disponibilidade verdadeira e humilde para os iluminados descerem e transmitirem a mensagem a quem patavina percebe.
Falar que se conheceu o Prof. Agostinho é fácil.
Eu, com pena minha, não o conheci e só sou iluminado quando branqueio os dentes.
Senhor João Beato, só um adepto ferrenho da BDSM corre a responder a questionários escolares, ou alunos, mas esses são obrigados.
O seu texto é um chorrilho de falácias, mal vestidas de paramentos doutorais, com a sincronia a devorar a diacronia, etc. Sabe quantos séculos foram necessários para se passar do «promptus» ao «pronto»? Quiçá, sabe, mas olhe que não parece.
Ultimamente, por aqui, de ironia elegante, nem um pingo, mas a falta de educação impera. Se quer conversar, aconselho-o a adoptar um tom mais cordato e inteligente, do que o de «xaporadas a meninos», até porque, apesar da «parafernália very dark», pode até dar-se o caso de eu ser mais velho e já ter chegado à fase de dar aos meus canudos o uso útil de acender os toros da lareira.
Cumprimentos.
Errata: onde se lê «xaporadas», leia-se «xaropadas».
P. S. Desculpem, amigos da Direcção, mas com os fusos horários engano-me nos casacos! ;)
Permitam-me os digníssimos que me meta ao barulho.
Como já disse a um dos debatedores acima, tentei não comentar este post por duas razões substanciais: a primeira, porque a reacção imediata à sua leitura, me fez sentir na pele do Blake&Mortimer a querer deitar a mão ao Marca Amarela, e a segunda, pela constatação da falta de tijolos na construção duma base válida de discussão que, se nos ativermos à exibição de galões e patentes, é basto sinal das insuficiências do autor sobre o tema em discussão.
Como se pode competir com a esquiva, sem nos desgastarmos para além dos limites do razoável?
Percebemos, hoje, que há diferentes paradigmas (até na ciência) que interpretam de forma diferente a mesma realidade sem se incompatibilizarem e, de harmonia com o princípio da “não-maleficência”, pensei ser possível elevar o debate para o concreto da ética das convicções, por isso, desenvolvi algum pensamento sobre a validade do Acordo que publiquei ali para cima. Expondo-me, portanto, mas essencialmente propondo o debate aberto de ideias com os discordantes, na esperança que fizessem valer os seus argumentos. Infelizmente nem tudo acontece como esperamos e, pese embora as diferenças de raiz político-filosófica e precisarmos de nos abrir à análise e avaliação dos contextos, por forma a dar a palavra a uma razão prudencial capaz de nos fazer luz sobre o melhor modo de proceder, gostava de poder tirar a seguinte conclusão: Existe, pois, esta diferença de pensamento. Subsiste, contudo, a mesma vontade de mudar Portugal.
Nada como encher as bochechas de ar e vazar isso em texto, género, eu sou «sério, culto e inteligente e um grande intelectual»! :)
Sabes, Pires, estes cavalheiros já só me dão vontade de ladrar! BÉU!!
Acho que Nietzsche falou fundamente da falta de argúcia e da intelectualidade que se pendura nos penicos, não só como falta de inteligência, mas também de asseio!
P. S. Estou a aproveitar antes que acabe a guerra... :)
Lançar ideias para o ar, Lord of Erewhon é muito fácil... Essa ideia de um «outro acordo» (e respectivos argumentos) nem sequer é sua, leu-a ou ouviu-a de alguém e aderiu a ela; Só lhe pedi que nos revelasse esse outro acordo; quanto à «retórica perguntativa», não estava minimamente à espera de qualquer resposta, estava quando muito a promover uma reflexão. Se achou que era uma inquisição isso é lá consigo. Já não há é paciência para este acordo e respectivos Velhos do Restelo; essa do outro acordo é só mais uma manobra de última hora, quando já não têm mais nada a que se agarrar.
Interessa-me participar com quem está realmente empenhado, e de boa vontade, em construir algo; se isto acabou em coriscada por algum motivo foi...
Neste espaço participam pessoas (infelizmente pouquíssimas, tendo em conta o número dos que aderiram ao movimento) que estão empenhadas em desenvolver um projecto. Também aparecem uns que deixam por aqui as suas opiniões. Não sei qual é a sua relação com este trabalho, mas comentários seus como «nos últimos 30 anos o Brasil nada fez pela língua portuguesa» (que é absolutamente falso), e contribuições do género, enfim... Pela sua assídua participação já deu para perceber bem como olha para Portugal e o que pensa da «ilusofonia».
Cumprimentos
Escute, João Beato, quem é você para me vir com questionários ridículos, indelicados de fazer até ao mais parvo dos alunos de um primeiro ano de faculdade? A reencarnação de Sócrates? O último Português do mundo a conhecer Latim, Linguística e Etimologia? Alguma reencarnação outra, beata e iluminada?
Você não é apenas malcriadão e convencido, é mediano, nada do que escreveu sobre o Acordo neste blogue, por fora ou por dentro, é pensamento maior... somente meros considerandos de treta, que se podem ler em qualquer artigo de fundo. Quer o «meu Acordo»...? Muito bem, começo agora a trabalhar afincadamente e entrego-lhe a coisa daqui a um ano!
Livre-se da «síndroma dos gifs», é avisado indagar para além da aparência das coisas. Até lá, esforce-se por parecer inteligente!
P. S. Quanto ao mais que insinua, limpo o cu.
P. P. S. «nos últimos 30 anos o Brasil nada fez pela língua portuguesa».
Não escrevi isso. Você é míope ou boateiro?
Existem coriscadas, Sr. João Beato, porque existem pessoas interessadas no projecto, na discussão, na reflexão;
Existem ainda pessoas realmente interessadas em participar com empenho, e de boa vontade, em construir algo;
E são essas que se sentem (porque o que nos une e move são sentimentos) repugnadas e no direito de repugnarem a colocação infeliz de um post que num espaço que é a favor do acordo ortográfico se incita a assinar o contrário.
Não está em causa a liberdade de estar a favor ou contra, mas o acto infeliz, perturbado, condenável e infantil de se pôr a jeito para ser criticado(a isto se chama de provocação).
Aliás, já atrás foi amplamente explanado, e bem perceptível para quem escreve, lê e compreende a gramática.
Ao ler o seu comentário profusamente ilustrado de interrogações poder-se-ia interpretá-lo como uma inquisição num tom ressentido e protector de algo ou alguém, sem dúvida.
Se for intelectualmente honesto verá que existem aqui, como em todo o lado, pessoas que não sabem lidar com os seus sentimentos e expectativas, raivas e frustrações, complexos e ansiedades. Pessoas que necessitam de ajuda, e que muitas vezes estão tão doentes que negam a doença e a ajuda. Espero que não esteja nessa posição incómoda e triste, ainda que denote alguns comportamentos desviantes nesse sentido como entrar em confronto com quem está lúcido, apesar de ter opiniões diferentes.
Já agora, sr. João Beato, há quem se interesse pelo projecto pelos louros que possa recolher e quem se interesse por viver bem com a consciência.
Há quem contribua com esforço e dedicação e nem o mostre, pois não vê necessidade de o fazer e há quem faça e o queira mostrar ao mundo. Há quem esteja (bem)habituado a ser humilde e há quem queira holofotes arrogantemente apontados.
Há quem se comporte como uma qualquer ninfomaníaca em chamas sequiosa de demonstrar conhecimentos e há quem os tenha e os reparta sem que se faça notar.
Por fim, existem ainda pessoas como eu, que cultivam a vida e se dão ao trabalho de fazerem com que alguns reflictam sobre si e as suas impróprias atitudes e parem de congeminar atritos.
Se não o fizesse ficaria mal comigo próprio. E por sua causa ou por causa doutro qualquer com certeza não perco o sono por desonestidades intelectuais.
Entendeu ou terá alguém (que o Sr. tire o inventário de mais letrado ou superior) de lhe explicar?
PS: Se alguém do séquito(vulgo caravana), acima ou abaixo de si, necessitar de ajuda terapêutica para lidar com sentimentos, estarei disponível para o reencaminhar(uma vez que estes casos são demasiado complexos para uma mente pouco brilhante como a minha).
Senhor João Beato, aqui lhe deixo uma informação útil:
o seu computador está infectado por um vírus letal, de nome «Gaguês dos Teclados»!
Resolva isso.
Caro Klatuu, o caso não está para brincadeiras, devemos auxiliar quem precisa de auxílio como o ar que respira, uma vez que tremuras nunca auguram bom amanhã.
Não é possível coexistir com os anarcas que aqui andam! Quem opina é enxovalhado e nem é preciso dizer por quem. É vergonhoso estas pessoas existirem aqui. Como conviver com elas a uma mesa? Sr. Barroso como se atreve a escrever assim? Não tem argumentos e agride! Não há nível! Comentários banais, Sr João Beato, é verdade! Gentalha que nem sabe o que é combater pela Pátria!
José S.
Caro Sr. Prof. Dr. José S.
Para conviver numa mesa dispenso a birra, a vitimização e a coprofagia. Quanto ao resto grite alto, que alguém o irá acudir...
PS: Portugal tem especialistas em stress pós-traumático(PTSD).
Eu gostei foi do vernáculo da ofensa: «anarcas», «gentalha»!
A lebre com feijão faz muito mal a alguns senhores.
Ou, em bom Internetês: Olhe, amigo, LOL.
Enviar um comentário