“São Francisco de Assis é o verdadeiro criador do espírito de missão”.
Jaime Cortesão, Os Descobrimentos Portugueses, vol. I
“Metrópole do Mundo, Portugal criou de certo modo, cidadãos do Mundo. Formou-se nesses homens, ao contacto múltiplo dos povos peregrinos, uma consciência nova e unitária da Humanidade. Neles, nas suas obras e nos seus actos, raiou pela primeira vez a vasta e complexa compreensão do humano, na sua riqueza e diversidade. Do humano em todos os continentes e em todas as raças. (...) Humanismo mais pragmático e moral do que filosófico e crítico, ele, dissemos nós, não era apenas uma ideia. Era menos e mais do que isso. Era uma regra de conduta. Um temperamento moral. – Uma cultura em acção. O sentimento duma unidade humana a realizar, quer pela fé, quer pelo conhecimento e pelo amor”.
Jaime Cortesão, O Humanismo Universalista dos Portugueses
Apontamento Biográfico
Jaime Zuzarte Cortesão nasceu em Ançã, concelho de Cantanhede, no dia 29 de Abril de 1884. Aí passou a infância mas, em 1890, a sua família fixou-se em São João do Campo (Coimbra). É nesta cidade que frequenta o liceu (desde 1896) e também, depois de terminados os estudos secundários, a Universidade. Primeiramente Grego (um ano), depois Direito (dois anos) e finalmente Medicina. Em 1905, transfere a sua matrícula para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto e, em 1909, muda-se para a Faculdade de Medicina de Lisboa, na qual termina o curso, no ano de 1910. Para tal, apresentou a tese A Arte e a Medicina – Antero de Quental e Sousa Martins.
Fundou, no Porto, ao lado de Leonardo Coimbra (1883-1936) e de Álvaro Pinto (1889-1956) a revista Nova Silva. Participou do Movimento da Renascença Portuguesa. Dirigiu a revista A Vida Portuguesa e o diário democrático O Norte. Impulsionou a Universidade Popular. Mais tarde chegaria a ser director da Seara Nova.
Em 1908 aderiu ao Partido Republicano e foi preso, pela primeira vez, pouco antes da implantação da República. Em 1911, integrou a loja Redenção de Coimbra (Maçonaria) mas não permaneceu por lá durante muito tempo. Após ter abandonado o exercício da medicina, regressa ao Porto, em 1912, e dedica-se ao ensino da História e da Literatura no Liceu Rodrigues de Freitas. Em 1914, apoia a entrada de Portugal na 1ª Grande Guerra e, dando ele próprio o exemplo, em Agosto de 1917, parte para França como médico miliciano voluntário. É gaseado em 1918 e, por esse motivo, receberá a Cruz de Guerra. Quando regressou foi preso pelos sidonistas que estavam no poder.
Entre 1919 e 1927, foi director da Biblioteca Nacional e, em 1921, tornou-se membro da Academia das Ciências.
A partir do momento em que, a partir de 1926, se instala, em Portugal, a Ditadura Militar, Jaime Cortesão passa a ser perseguido na medida em que era o dirigente da Junta Revolucionária do Porto. Por esse motivo, sairá de Portugal e sofrerá dois grandes exílios: primeiramente na Europa (Espanha e França – 1927-1940) e depois no Brasil (1940-1957). Neste país, no entanto, alcançará grandes conquistas pelo seu trabalho na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, pela organização da Exposição do IV Centenário da Cidade de São Paulo (1954), pelo secretariado no Gabinete Português de Leitura, pela direcção da Colecção Clássicos e Contemporâneos da Editora Dois Mundos. Da parte das autoridades brasileiras recebeu o título de “Cidadão Benemérito de São Paulo” e a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Regressou a Portugal em 1957. Ainda chegou a ser preso por algum tempo. O seu último cargo foi como presidente da Direcção da Sociedade Portuguesa de Autores. Faleceu no dia 14 de Agosto de 1960, em Lisboa. Diz-se que foi sepultado com vestes franciscanas.
Apontamento Crítico
A obra de Jaime Cortesão espalha-se por vários géneros: de contos a poesia, de teatro a crónicas de viagem, de literatura infantil e juvenil a ensaios, de biografias a traduções. No entanto, devido ao facto de se ter dedicado, na maior parte do seu tempo, ao estudo da História de Portugal, é como historiador que Cortesão é mais referenciado. De qualquer modo, para além dos seus ensaios no campo da História, há uma outra obra que também precisa ser salientada e re-descoberta.
Poder-se-á dizer que as principais linhas que traçam, genericamente, a obra de Jaime Cortesão são as seguintes: ideal de cavalaria, franciscanismo, Culto do Espírito Santo e desejo de liberdade e democracia. Não é só n’O Humanismo Universalista dos Portugueses ou n’Os Factores Democráticos na Formação de Portugal que tais orientações estão patentes. Se atentarmos, por exemplo, nos seus livros escritos para as crianças ou nos seus relatos memorialistas e de viagem, verificamos que tais linhas também fundamentam essas obras.
Num dos seus ensaios mais emblemáticos - O Humanismo Universalista dos Portugueses -, Jaime Cortesão proclama que a tradição portuguesa se sustenta na apologia de um humanismo universalista, isto é, foi buscar os seus padrões de humanidade às civilizações do mundo novo (reflexo da empresa dos Descobrimentos) e, nesta perspectiva, distancia-se do humanismo renascentista. Para o autor d’Os Descobrimentos Portugueses, aqueles que melhor defenderam o humanismo como símbolo arquetipal do universalismo português foram Fernão Mendes Pinto (1509-1583) - na sua Peregrinação - e Luís de Camões (1524?-1580) - nos seus Lusíadas.
Para o historiador da Águia e da Seara Nova, quando um país como Portugal descobre novos povos e culturas e tem a capacidade de os integrar e fundir na sua matriz, chegando até a modificá-la, revela características de natureza humana e humanitária muito especiais. Ou seja, para Cortesão, os portugueses souberam miscigenar-se e, através desse comportamento, fundaram uma humanidade nova: universalista. O nosso autor é apologista de que o ideal democrático é intrínseco à formação de Portugal, desde os seus primórdios, e do carácter do seu povo. Na sua visão, o franciscanismo, enquanto representante e seguidor do cristianismo mais primitivo, logo, do ecumenismo, propõe à humanidade uma re-aproximação à divindade e à Natureza, uma dignificação da Mulher (simbolicamente expressa no culto à Virgem-Maria) e uma exaltação do amor à Criança (representação do Menino Jesus). Neste seu ponto de vista, os franciscanos são homens e religiosos revolucionários para a época e para o espírito medieval. Ao fim e ao cabo, visavam terminar com o obscurantismo católico vigente e com a expiação e o medo que ele propagava no seio da sociedade. A sua sugestão consistia na defesa da Terra e da Natureza como lugares de liberdade, acção e compaixão. A Terra não era mais um lugar de transição, era um lugar de realização. A Terra deveria ser a concretização do Céu. A revolução dos seguidores de Assis vai exprimir-se, segundo o autor dos Descobrimentos Portugueses, como génese da mística dos Descobrimentos e como verdadeira valorização do Culto Popular do Espírito Santo.
Apesar de ser um democrata convicto e de ser anti-fascista, Jaime Cortesão não foi totalmente compreendido pela franja esquerdista brasileira. Esta acusava-o de ser tradicionalista e neo-colonialista na medida em que interpretava as suas obras como mera exaltação da gesta portuguesa. Tal ala havia de tecer as mesmas opiniões equivocadas em relação ao pensamento de Agostinho da Silva (1906-1994). Como sabemos, o propósito de Jaime Cortesão, no que diz respeito à análise da História de Portugal, foi promover uma reaproximação dos portugueses às suas origens e contribuir o mais fidedignamente possível para uma hermenêutica confiável do passado do seu país. E fê-la com um grau de exigência académica e científica de tal ordem que nem as crónicas dedicadas aos pequenos portugueses a ela escaparam: “Finalmente, quando chegou aos setenta e um anos de idade, partiu-se Fr. Nuno desta vida. Espalhava-se a notícia de que o Santo agonizava. Acudiram à sua cela o rei e os infantes. D. João I, velho e trôpego também, soluçava abraçado ao seu fiel e bravo companheiro de armas, que lhe dera o trono. Cá fora, em torno do convento, tinha-se juntado pouco a pouco o povo; já enchia o largo e estendia-se pelas abas da colina, gemendo e rezando. ¶ E quando enfim os sinos do Carmo começaram a dobrar, anunciando a morte de Fr. Nuno, toda aquela multidão rompeu em prantos, em gritos e em soluços. O povo, todo o povo de Lisboa, chorava, como nunca se vira, por aquele que fora o defensor de Portugal. ¶ Assim, em cheiro de santidade, morreu o grande Condestável. Agora que o não tinham vivo, iam os pobres ao seu túmulo pedir auxílio e valimento, a todos os males e aflições. E a tantas e tão graves, dizia o povo, valia o Condestável que só por obra de milagre se podia entender” (Jaime Cortesão, A Vida de Nuno Álvares Pereira, cap. X).
Bibliografia Indicativa
Literatura Infantil
O Romance das Ilhas Encantadas (1925)
A Crónica do Condestável de Portugal – D. Nuno Álvares Pereira (1937)
Poesia
A Morte da Águia (1910)
Glória Humilde (1914)
Divina Voluptuosidade (1923)
Missa da Meia-Noite e Outros Poemas (1940)
Parábola Franciscana (1953)
Ensaio
A Arte e a Medicina – Antero de Quental e Sousa Martins (1910)
A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil (1922)
Le Traité de Tordesillas et la Découvert de L'Amérique (Lisboa, 1926)
Os Factores Democráticos na Formação de Portugal (1929)
Império Português no Oriente (1933)
A Expansão dos Portugueses em África (1933)
Eça de Queirós e a Questão Social (1949)
Os Portugueses no Descobrimento dos Estados Unidos (1949)
Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid (1950)
O Sentido da Cultura em Portugal no século XIV (1956)
Os Descobrimentos Portugueses (1960-1962)
Introdução à História das Bandeiras (1964)
O Humanismo Universalista dos Portugueses (1965)
Portugal – A Terra e o Homem (1966)
Jaime Cortesão, Os Descobrimentos Portugueses, vol. I
“Metrópole do Mundo, Portugal criou de certo modo, cidadãos do Mundo. Formou-se nesses homens, ao contacto múltiplo dos povos peregrinos, uma consciência nova e unitária da Humanidade. Neles, nas suas obras e nos seus actos, raiou pela primeira vez a vasta e complexa compreensão do humano, na sua riqueza e diversidade. Do humano em todos os continentes e em todas as raças. (...) Humanismo mais pragmático e moral do que filosófico e crítico, ele, dissemos nós, não era apenas uma ideia. Era menos e mais do que isso. Era uma regra de conduta. Um temperamento moral. – Uma cultura em acção. O sentimento duma unidade humana a realizar, quer pela fé, quer pelo conhecimento e pelo amor”.
Jaime Cortesão, O Humanismo Universalista dos Portugueses
Apontamento Biográfico
Jaime Zuzarte Cortesão nasceu em Ançã, concelho de Cantanhede, no dia 29 de Abril de 1884. Aí passou a infância mas, em 1890, a sua família fixou-se em São João do Campo (Coimbra). É nesta cidade que frequenta o liceu (desde 1896) e também, depois de terminados os estudos secundários, a Universidade. Primeiramente Grego (um ano), depois Direito (dois anos) e finalmente Medicina. Em 1905, transfere a sua matrícula para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto e, em 1909, muda-se para a Faculdade de Medicina de Lisboa, na qual termina o curso, no ano de 1910. Para tal, apresentou a tese A Arte e a Medicina – Antero de Quental e Sousa Martins.
Fundou, no Porto, ao lado de Leonardo Coimbra (1883-1936) e de Álvaro Pinto (1889-1956) a revista Nova Silva. Participou do Movimento da Renascença Portuguesa. Dirigiu a revista A Vida Portuguesa e o diário democrático O Norte. Impulsionou a Universidade Popular. Mais tarde chegaria a ser director da Seara Nova.
Em 1908 aderiu ao Partido Republicano e foi preso, pela primeira vez, pouco antes da implantação da República. Em 1911, integrou a loja Redenção de Coimbra (Maçonaria) mas não permaneceu por lá durante muito tempo. Após ter abandonado o exercício da medicina, regressa ao Porto, em 1912, e dedica-se ao ensino da História e da Literatura no Liceu Rodrigues de Freitas. Em 1914, apoia a entrada de Portugal na 1ª Grande Guerra e, dando ele próprio o exemplo, em Agosto de 1917, parte para França como médico miliciano voluntário. É gaseado em 1918 e, por esse motivo, receberá a Cruz de Guerra. Quando regressou foi preso pelos sidonistas que estavam no poder.
Entre 1919 e 1927, foi director da Biblioteca Nacional e, em 1921, tornou-se membro da Academia das Ciências.
A partir do momento em que, a partir de 1926, se instala, em Portugal, a Ditadura Militar, Jaime Cortesão passa a ser perseguido na medida em que era o dirigente da Junta Revolucionária do Porto. Por esse motivo, sairá de Portugal e sofrerá dois grandes exílios: primeiramente na Europa (Espanha e França – 1927-1940) e depois no Brasil (1940-1957). Neste país, no entanto, alcançará grandes conquistas pelo seu trabalho na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, pela organização da Exposição do IV Centenário da Cidade de São Paulo (1954), pelo secretariado no Gabinete Português de Leitura, pela direcção da Colecção Clássicos e Contemporâneos da Editora Dois Mundos. Da parte das autoridades brasileiras recebeu o título de “Cidadão Benemérito de São Paulo” e a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Regressou a Portugal em 1957. Ainda chegou a ser preso por algum tempo. O seu último cargo foi como presidente da Direcção da Sociedade Portuguesa de Autores. Faleceu no dia 14 de Agosto de 1960, em Lisboa. Diz-se que foi sepultado com vestes franciscanas.
Apontamento Crítico
A obra de Jaime Cortesão espalha-se por vários géneros: de contos a poesia, de teatro a crónicas de viagem, de literatura infantil e juvenil a ensaios, de biografias a traduções. No entanto, devido ao facto de se ter dedicado, na maior parte do seu tempo, ao estudo da História de Portugal, é como historiador que Cortesão é mais referenciado. De qualquer modo, para além dos seus ensaios no campo da História, há uma outra obra que também precisa ser salientada e re-descoberta.
Poder-se-á dizer que as principais linhas que traçam, genericamente, a obra de Jaime Cortesão são as seguintes: ideal de cavalaria, franciscanismo, Culto do Espírito Santo e desejo de liberdade e democracia. Não é só n’O Humanismo Universalista dos Portugueses ou n’Os Factores Democráticos na Formação de Portugal que tais orientações estão patentes. Se atentarmos, por exemplo, nos seus livros escritos para as crianças ou nos seus relatos memorialistas e de viagem, verificamos que tais linhas também fundamentam essas obras.
Num dos seus ensaios mais emblemáticos - O Humanismo Universalista dos Portugueses -, Jaime Cortesão proclama que a tradição portuguesa se sustenta na apologia de um humanismo universalista, isto é, foi buscar os seus padrões de humanidade às civilizações do mundo novo (reflexo da empresa dos Descobrimentos) e, nesta perspectiva, distancia-se do humanismo renascentista. Para o autor d’Os Descobrimentos Portugueses, aqueles que melhor defenderam o humanismo como símbolo arquetipal do universalismo português foram Fernão Mendes Pinto (1509-1583) - na sua Peregrinação - e Luís de Camões (1524?-1580) - nos seus Lusíadas.
Para o historiador da Águia e da Seara Nova, quando um país como Portugal descobre novos povos e culturas e tem a capacidade de os integrar e fundir na sua matriz, chegando até a modificá-la, revela características de natureza humana e humanitária muito especiais. Ou seja, para Cortesão, os portugueses souberam miscigenar-se e, através desse comportamento, fundaram uma humanidade nova: universalista. O nosso autor é apologista de que o ideal democrático é intrínseco à formação de Portugal, desde os seus primórdios, e do carácter do seu povo. Na sua visão, o franciscanismo, enquanto representante e seguidor do cristianismo mais primitivo, logo, do ecumenismo, propõe à humanidade uma re-aproximação à divindade e à Natureza, uma dignificação da Mulher (simbolicamente expressa no culto à Virgem-Maria) e uma exaltação do amor à Criança (representação do Menino Jesus). Neste seu ponto de vista, os franciscanos são homens e religiosos revolucionários para a época e para o espírito medieval. Ao fim e ao cabo, visavam terminar com o obscurantismo católico vigente e com a expiação e o medo que ele propagava no seio da sociedade. A sua sugestão consistia na defesa da Terra e da Natureza como lugares de liberdade, acção e compaixão. A Terra não era mais um lugar de transição, era um lugar de realização. A Terra deveria ser a concretização do Céu. A revolução dos seguidores de Assis vai exprimir-se, segundo o autor dos Descobrimentos Portugueses, como génese da mística dos Descobrimentos e como verdadeira valorização do Culto Popular do Espírito Santo.
Apesar de ser um democrata convicto e de ser anti-fascista, Jaime Cortesão não foi totalmente compreendido pela franja esquerdista brasileira. Esta acusava-o de ser tradicionalista e neo-colonialista na medida em que interpretava as suas obras como mera exaltação da gesta portuguesa. Tal ala havia de tecer as mesmas opiniões equivocadas em relação ao pensamento de Agostinho da Silva (1906-1994). Como sabemos, o propósito de Jaime Cortesão, no que diz respeito à análise da História de Portugal, foi promover uma reaproximação dos portugueses às suas origens e contribuir o mais fidedignamente possível para uma hermenêutica confiável do passado do seu país. E fê-la com um grau de exigência académica e científica de tal ordem que nem as crónicas dedicadas aos pequenos portugueses a ela escaparam: “Finalmente, quando chegou aos setenta e um anos de idade, partiu-se Fr. Nuno desta vida. Espalhava-se a notícia de que o Santo agonizava. Acudiram à sua cela o rei e os infantes. D. João I, velho e trôpego também, soluçava abraçado ao seu fiel e bravo companheiro de armas, que lhe dera o trono. Cá fora, em torno do convento, tinha-se juntado pouco a pouco o povo; já enchia o largo e estendia-se pelas abas da colina, gemendo e rezando. ¶ E quando enfim os sinos do Carmo começaram a dobrar, anunciando a morte de Fr. Nuno, toda aquela multidão rompeu em prantos, em gritos e em soluços. O povo, todo o povo de Lisboa, chorava, como nunca se vira, por aquele que fora o defensor de Portugal. ¶ Assim, em cheiro de santidade, morreu o grande Condestável. Agora que o não tinham vivo, iam os pobres ao seu túmulo pedir auxílio e valimento, a todos os males e aflições. E a tantas e tão graves, dizia o povo, valia o Condestável que só por obra de milagre se podia entender” (Jaime Cortesão, A Vida de Nuno Álvares Pereira, cap. X).
Bibliografia Indicativa
Literatura Infantil
O Romance das Ilhas Encantadas (1925)
A Crónica do Condestável de Portugal – D. Nuno Álvares Pereira (1937)
Poesia
A Morte da Águia (1910)
Glória Humilde (1914)
Divina Voluptuosidade (1923)
Missa da Meia-Noite e Outros Poemas (1940)
Parábola Franciscana (1953)
Ensaio
A Arte e a Medicina – Antero de Quental e Sousa Martins (1910)
A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil (1922)
Le Traité de Tordesillas et la Découvert de L'Amérique (Lisboa, 1926)
Os Factores Democráticos na Formação de Portugal (1929)
Império Português no Oriente (1933)
A Expansão dos Portugueses em África (1933)
Eça de Queirós e a Questão Social (1949)
Os Portugueses no Descobrimento dos Estados Unidos (1949)
Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid (1950)
O Sentido da Cultura em Portugal no século XIV (1956)
Os Descobrimentos Portugueses (1960-1962)
Introdução à História das Bandeiras (1964)
O Humanismo Universalista dos Portugueses (1965)
Portugal – A Terra e o Homem (1966)
1 comentário:
Um Grande Português que, como muitos outros, tem sido esquecido.
E muito ele tinha para ensinar às novas gerações.
Enviar um comentário