A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 9 de abril de 2008

O significado de não-acordo

Mais uma discussão sobre o acordo ortográfico, mais uma volta no carrossel da confusão, da chantagem emocional e do catastrofismo. Esgrimem-se todos os argumentos possíveis, da suposta inconstitucionalidade do acordo (negada pelos constitucionalistas) à "destruição virtual da própria noção de ortografia" (segundo Vasco Graça Moura) e, pasme-se, aos gastos que as famílias portuguesas terão de fazer em novos livros. Há quem fale em milhões de euros de prejuízos, como se a minha gente tivesse de destruir os livros velhos e trocar por livros novos toda a biblioteca de casa.
Tenham lá calma. Um acordo ortográfico que muda dois por cento das palavras que nós escrevemos (e um por cento das que os brasileiros escrevem) não obriga a trocar a biblioteca, não destrói a noção de ortografia e não impõe um totalitarismo unitário sobre a língua. O acordo não é uma catástrofe nem um milagre. Mas a sua não-adopção teria alguns custos sérios e neles ninguém parece pensar.
Aquando das comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil, a comissão conjunta luso-brasileira emitia frequentemente dois comunicados, um em cada ortografia. É natural: o Estado português não pode escrever os seus documentos oficiais na ortografia brasileira, nem vice-versa. Ora, se isto se passa entre comissões de dois países que falam a mesma língua, imaginem as dificuldades de afirmação do português em instituições internacionais.
Há hoje uma concorrência feroz entre línguas, e nem falo do inglês ou do espanhol, que estão noutra divisão. Entre numa livraria francesa e veja o que está escrito nas capas dos romances de Machado de Assis: "Traduit du brésilien.” A ideia horrorizaria o grande escritor do Rio de Janeiro. Mas qualquer sugestão de que o brasileiro é um idioma à parte do português é ali muito bem-vinda (seria uma heresia para o francês do Québec, claro), porque aí seríamos numericamente ultrapassados não só pelo francês, como pelo russo e por outras línguas ainda. A impossibilidade de chegar a acordo sobre a ortografia oficial do português é um presente que oferecemos à concorrência.
A ortografia do acordo já foi discutida e rediscutida à minúncia. Vejamos agora a palavra que tem escapado: acordo. Sim, isto é um acordo.Nós mudamos algumas coisas e os brasileiros outras, como é natural num acordo. Nós não gostamos de algumas mudanças, e eles não gostam de outras. Nós mudamos algumas coisas e os brasileiros outras, como é natural num acordo. Nós não gostamos de algumas mudanças, e eles não gostam de outras: os lamentos de alguns intelectuais brasileiros por perderem definitivamente o trema em lingüiça (por culpa dos antigos colonizadores!) estão ao nível do conservadorismo dos seus homólogos portugueses.
Se não houver acordo, cada país faz o que quer. Ora, se as mudanças na nova ortografia serão de dois para um a favor dos brasileiros, eles levam uma vantagem de 18 para um na população. Daqui a uns anos Angola adoptará a ortografia brasileira (já há quem o proponha), e depois Moçambique também. Dentro de uma geração Portugal terá dois caminhos: isolar-se ou seguir sem discussão o que os brasileiros decidirem. Triste fim depois de tantos pruridos.

Rui Tavares (in Público, 09.04.08)

1 comentário:

Rogério Maciel disse...

« ... Dentro de uma geração Portugal terá dois caminhos: isolar-se ou seguir sem discussão o que os brasileiros decidirem. Triste fim depois de tantos pruridos. »

Acho realmente graça a estas 2 hipóteses , das quais prefiro sem dúvida a de seguirmos a nossa própria evolução linguística (de maneira nenhuma se pode chamar a isto isolar-se ...). Sempre evoluímos a Língua em Portugal muito antes do Brasil existir !
Qual seria a alternativa ? Fazer o que o Brasil decidisse ? Se a gente optar por um "acordo" que favorece o Brasil , é isso que vai acontecer mais tarde ou mais cedo .