A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 6 de abril de 2008

Língua Portuguesa Português na ONU com caminho difícil

Tornar o português língua oficial da ONU tem um custo insuportável: mil dólares a página.
A ideia do Presidente da República elevar o português a língua oficial das Nações Unidas é 'estimulante' para o Governo, mas pode esbarrar em obstáculos tão comezinhos como ciúmes e rivalidades na própria ONU ou, mais do que isso, numa despesa insuportável para os seus promotores.
Tanto quanto o Expresso apurou, a ideia sugerida por Cavaco Silva já havia sido equacionada nos Negócios Estrangeiros mas, para tanto, teria que ter a colaboração indispensável de um parceiro de peso: o Brasil. E, entre os aliados da CPLP, de Angola em particular. Além do que, não sendo uma condição «sine qua non», seria da maior vantagem ter na altura o acordo ortográfico em vigor - processo que está em marcha. De outro modo, interrogava-se um diplomata português, "alguém tem dúvidas de que a variante do português promovida não seja o brasileiro?"
Para as fontes contactadas pelo Expresso, só a alteração da posição brasileira de passar a considerar a língua como um factor de influência estratégica pôde propiciar o 'repto' agora lançado, mas "só faria sentido quando e se o Brasil se tornar membro do Conselho de Segurança". Mas a iniciativa teria que ser concertada "ao mais alto nível político". Por enquanto, há apenas um "acordo verbal" e o desejo dos governos português e brasileiro valorizarem ao máximo a língua ao nível internacional.

O problema do preço também não é menosprezável. Segundo os dados disponíveis, a produção de uma mera página de um documento ONU nas actuais seis línguas oficiais custa um pouco menos de mil dólares (639,5€o) e de uma conferência cerca de oito mil dólares (mais de 5100€), pagos pela ONU. É de crer que dadas as restrições orçamentais da organização, e apesar do português ser a 5ª língua mais falada no mundo, não haja muitos países interessados em apoiar a proposta, que teria de ser aprovada em Assembleia Geral. E a serem os promotores a pagar, poderia abrir-se uma 'caixa de pandora', que um funcionário da ONU considerou "perigoso".
Para já, a ideia de promover o português (prioridade anunciada da próxima presidência portuguesa da CPLP) recolhe o consenso. Mas, daí até pagar por isso, irá, sem dúvida, um grande passo.

Luísa Meireles, com Tony Jenkins

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho a certeza de que se não existisse a questão do Brasil, os portugueses em nada se oporiam a este Acordo. Se a simplificação ortográfica que é proposta não coincidisse, por acaso, com uma aproximação à ortografia brasileira, estou certo de que os portugueses seriam os primeiros a desejar essa mesma simplificação.
Será possível que Portugal não consiga perceber que a única maneira de conseguir conservar o poder sobre a sua língua e cultura é precisamente através deste Acordo? Com ou sem Portugal, o Brasil, como muito bem viu Agostinho da Silva, avançará na dianteira da Lusofonia quando para tal for chamado. Quando essa hora chegar, Portugal terá que fazer uma escolha: ou se junta a ele, tornando-se, assim, no "rosto da Europa", ou se deixa ficar como província periférica dessa Europa, ainda por cima ensombrado pela Espanha.
O que está aqui em questão não é a ortografia em si, mas sim a grande dificuldade que os portugueses têm em aceitar que o Brasil possa ter mais poder, mais projeção internacional, mais iniciativa e mais criatividade do que Portugal. Se não fosse a ortografia, os portugueses haveriam de encontrar outro pretexto qualquer para reivindcar a sua nacionalidade face ao seu irmão transatlântico. Contudo, sem o Brasil ninguém no mundo saberia o que é a língua e a cultura lusas, uma vez que Portugal nada ou pouco faz para as divulgar e difundir, promovendo o seu próprio isolamento e a assimilação espanhola ao querer manter-se o mais possível "diferente" do Brasil. Portugal deve muito do reconhecimento internacional da sua língua e cultura ao Brasil, e quando a língua portuguesa se tornar numa importante língua diplomática, é numa e só numa ortografia que ela será escrita. Que ortografia será essa?

Não é a ortografia, meus caros amigos, que está a ser discutida com este Acordo, é o conflito entre Portugal e o Brasil. A História encarregar-se-á de mostrar quem é que tem a capacidade de fazer da cultura lusa uma cultura verdadeiramente universal.
Portugal quer participar ativamente nessa universalização? Então que seja humilde e inteligente, faça como Agostinho da Silva, aprenda com o Brasil, país cujo povo consegue ser mais português do que os próprios portugueses!

Renato Epifânio disse...

Subscrevo plenamente. Na maior parte dos casos, a rejeição do Acordo denota, consciente ou conscientemente, uma aversão ao Brasil...