(Rua de Pangim, capital do Estado de Goa em http://www.janelanaweb.com/)
Goa, a outrora “Roma do Oriente” é, ainda hoje, um dos derradeiros bastiões da língua portuguesa na Índia… É claro que actualmente esse bastião está muito reduzido… O Concani é a língua falada por todos os habitantes da antiga colónia e o português é apenas falado nas pouco concorridas cerimónias religiosas praticadas na nossa língua.
Um dos últimos jornais publicados em língua portuguesa (”A Voz de Goa”) terminou a sua circulação no final de década de oitenta, por falta de solvência e com ele morreu a última forma pública corrente do uso da língua. Continua ainda a ser falada entre algumas famílias mais antigas, especialmente aquelas que tinham elementos que estavam de alguma forma ligados à administração colonial pré-1961. Não que antes dessa data o português fosse a língua dominante no território, longe disso, já que se estima que menos de 1,5% da população a utilizasse como “língua materna”. Muitos goeses usavam contudo o português como a sua segunda língua, pressionados pelo seu uso obrigatório na administração do Estado e nas actividades religiosas. As tentativas realizadas no final do século XVII para proibir o uso do concani tinha sido frustadas.
Actualmente, segundo a Fundação Oriente existe um interesse crescente de jovens goeses em aprenderem a língua de Camões, tendo o número de estudantes aumentado ligeiramente desde 2003. A Fundação é aliás hoje o principal veículo da portugalidade no território suportando aulas dadas por 20 professores de português em Goa e apoiando cursos livres da “Indo Portuguese Friendship Society” e do “Xavier Centre of Historical Research”. Mas a situação do português em Goa é aflitiva… Dentro de dez anos, todos os derradeiros falantes “originais” do português já poderão ter falecido já que ainda que a maioria das escolas sejam privadas, os professores de português (cadeira opcional) são pagos pelo Estado, mas apenas continuarão a leccionar se houver um número mínimo de 15 alunos, valor que não tem sido alcançado e logo, que teria suspendido as aulas, não fosse a Fundação Oriente a compensar a perda de alunos e a financiar as despesas de cada aula de português… E de facto, os jovens goeses não têm, retorno num investimento no português… As perspectivas de carreira locais são nulas, o apelo da emigração reduzido e os intercâmbios económicos entre a antiga colónia e Portugal são insuficientes para gerar qualquer massa crítica sendo a Caixa Geral de Depósitos a única empresa portuguesa presente…
Fonte:
Super Goa
2 comentários:
Tesmode ter em conta o ressentimento que ainda existe a tudo o que lembre o Goes, e o Indiano em geral, da extrema brutalidade como a inquisicao destruiu templos Hindus seculares e reprimiu a pratica do Hinuismo.
Por isso, nao e de admirar que a lingua e cultura Portuguesa traga reminiscencias desagradaveis a muitos locais.
Temos de ter isto em conta par apodermos "dar a volta" a situacao.
Concordo com Ana Margarida Esteves. Podem encontrar mais pormenores e explicações dessa resistência e hostilidade nos meus textos em http://tinyurl.com/5bn2rc ou em http://tinyurl.com/6bs8rx
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