A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ainda sobre o Acordo Ortográfico

Sem ressentimentos, nem sendo uma critica, mas antes um humilde pedido para reflectirem, a fim de não se deixarem ir na “onda”. Esta é a minha humilde e, naturalmente limitada reflexão. Existem outras a favor, contra, com reservas, enfim... diferentes.

Realmente têm a noção do que é o acordo ortográfico, o conteúdo, o que implica e a evolução da língua portuguesa?

Vamos por partes, de forma jocosa.

Afinal parece que o português não é uma língua morta... ou é? É uma língua falada por pessoas vivas, por povos. O latim e o aramaico, por exemplo, são línguas mortas, porque os povos que falavam aquelas línguas já não existem; portanto são línguas que já não evoluem, estão “congeladas”.

E a língua portuguesa surgiu de geração espontânea? Por acaso não é uma descendência do latim? Com influências de árabe e grego? É que na época em que a língua portuguesa estabilizou, descendendo do latim, com influências - naquele tempo - do árabe e do grego, lá pelo tal reinado de D. Dinis (lembram-se? Eu não, ainda não era deste planeta, mas contaram-me e observo o que existia!!!), passou-se a escrever em português e deixou-se o latim!

Daquele tempo até agora, a língua e a escrita evoluíram, sofrendo influências de outras línguas e povos. Certo? Já tentaram ler as inscrições tumulares existentes nos nossos monumentos? Então? Não houve evolução? Aqueles são arabescos feitos por extraterrestres?

E o tal do Camões? Alguém, por acaso, lê ou leu “Os Lusíadas” escrito no português ortográfico, que o Luíz Vaz de Camões escreveu? Hoje, quantos leram ou leiem naquele português antigo? Alguns académicos, claro: é a profissão deles. Ou alguns curiosos e interessados. Quantos são? E o resto da população? Então como é? São analfabetos? Ou são de iletrados? Qual história da língua de Camões? Qual língua de Camões? É a nossa, a actual língua. A língua que falamos, que escrevemos e que lemos. Esta é que é a língua portuguesa.

Bom, todas as línguas vivas sofrem influências de outras, vão alterando fonemas, expressões, significados e o modo de escrita. Reparem nos livros editados por volta de 1910 – 1920. Observem as palavras escritas, como por exemplo pharmácia, mãi, etc. E hoje como é que se escrevem? O que é que aconteceu?

Agora, estamos num cenário muito diferente. Muito mais amplo, muito mais global onde os factores são diferentes. Ora vejamos alguns:

Ø Portugal tem uma população efectiva, no interior do seu território, de 9 milhões e alguma coisa, com tendência a descer. Tem uma população na diáspora, que sofre influencias dos povos e culturas onde estão inseridas. Logo vão modificando a língua, tanto em pronúncia, como em palavras. Ao todo, tem cerca de 11 milhões.

Ø Brasil tem uma população efectiva, no interior do seu território, de 184 milhões, com tendência a subir. Tem uma população na diáspora, que sofre as mesmas influências da diáspora portuguesa.

Ø Angola tem uma população aproximada de 12 milhões, a subir. Tal como Portugal, tem uma forte diáspora.

Ø Moçambique tem uma população aproximada de 21 milhões, a subir. Tal como Portugal, tem uma diáspora.

Ø Guiné tem uma população aproximada de 1,5 milhões, a subir. Tem uma diáspora, também.

Ø Cabo Verde tem uma população aproximada de 420 mil, a subir. Tal como Portugal, tem uma forte diáspora.

Ø São Tomé tem uma população aproximada de 193 mil a subir. Tal como Portugal, tem uma forte diáspora.

Agora, que já temos um panorama dos falantes de português, temos ainda a considerar outros vectores. Por exemplo:

Ø O português registado e oficial da ONU, é o português do Brasil. Foi o Brasil que lutou por isso. Portugal não fez nada, só fala e pensa. Na U.E. o português registado é de Portugal. Mas está sujeito a uma série de condicionalismos, e tem que se apoiar no português do Brasil, caso contrário, pode ser posto em causa.

Ø De facto, Portugal nunca liderou, praticou, lutou e investiu efectivamente, a sério, com continuidade temporal, na implantação da sua língua, no estrangeiro, nomeadamente em organismos internacionais. Mais: os estadistas portugueses faziam, e fazem, questão em falar em inglês, ou francês, em vez de falarem português; alegam que não traduzem. Porquê? Porque o país não investe nisso.

Ø As escolas, e o ensino do português nos outros países, têm apoios titubeantes, frágeis, soluçantes, descontinuados, e até complexos, porque nunca o Estado Português se aplicou com “unhas e dentes” em tal coisa.

Ø As embaixadas e centros culturais de outros países promovem e subsidiam cursos das suas línguas, para os habitantes dos países onde estão inseridas.

Ø O poder económico está onde? No Brasil e com Angola a saltar. E Portugal?

Ø Uma boa edição dum livro em território português, quantos exemplares edita? Dez mil? E no Brasil? Cem mil? E um jornal diário em Portugal? E no Brasil?

Ø Um livro escrito em inglês e editado no estrangeiro. Para ser traduzido para português e editado, tem custos bem elevados. Bom, se for editado em Portugal, quanto custará cada livro? E se for editado no Brasil? E o poder económico das editoras portuguesas para investirem? E as editoras brasileiras? Se falarmos de livros técnicos, então a “coisa” é desgraçada!

Ø E as exportações portuguesas de livros, revistas e jornais? E as exportações brasileiras?

Enfim, já aqui temos mais uns factores, que nos podem permitir fazer um balanço desta história.

Ah! Mas ainda assim, surge um argumento interessante:

- E os ingleses? Também fazem assim?

- E os franceses? Eles fazem?

Pois é! Fazem. Mas fazem na dimensão, investimento, poder económico, população falante, etc. Não se esqueçam que nas ilhas europeias do Reino Unido habitam cerca de 61 milhões de habitantes activos, com um poder económico forte, agressivo, uma acção política internacional bem contundente, fortes e musculosos investimentos em cursos, escolas, formações, centros culturais e outras coisas, em países estrangeiros para elevar, demonstrar, etc., o inglês do reino. E Portugal?

E os franceses? Exactamente a mesma coisa que os ingleses.

E os acordos ortográficos deles. Também existem. Também são polémicos. Mas não são teóricos, são práticos, objectivos, rápidos e assumem as responsabilidades, assumem que existe evolução, existe mudança, que se tem de avançar sempre.

E como fica o acordo ortográfico, agora? Orgulhosamente só – onde é que ouvi isto?

Gente… sim, porque é para pessoas de todos os géneros, não é só para homens ou só para mulheres! É português! Por isso digo “Gente”.

Gente, vamos pensar! Vamos ponderar. Deixemo-nos de orgulhos chochos, de patriotismos ficcionistas, de choradeiras (do estilo: somos pequeninos), de fatalismos. Vamos encarar a realidade. Vamos enfrentar as coisas como são. Vamos ser responsáveis. Vamos evoluir mesmo. Vamos deixar os paradigmas e os preconceitos. Vamos ser práticos, objectivos, eficientes.

Em todas as mudanças e evoluções existem desconfortos, tempos de adaptação, sacrifícios, cedências, e teimosias. Se tudo isto, e muito mais acontecer, é bom sinal. É sinal que estamos vivos, a língua está viva, altera-se, evolui, mexe, ainda não está decadente ou a “congelar-se”.

Por estas razões, e outras que seria cansativo e tremendamente fastidioso estar para aqui a expor, é que se deve avançar para um “acordo ortográfico da língua portuguesa”.

Abraço a toda a Gente.

António Jorge Carvalheira

18 comentários:

Paulo Tomás Neves disse...

Apenas umas pequenas notas

Ø Na U.E. o português registado é de Portugal. Mas está sujeito a uma série de condicionalismos, e tem que se apoiar no português do Brasil, caso contrário, pode ser posto em causa.

Não é verdade. Em primeiro lugar não “tem que se apoiar no português do Brasil”, antes pelo contrário, sem o acordo os Brasileiro é que têm que se apoiar no português de Portugal para poderem exercer na UE, com o acordo perde-se até nisso. É que todas as línguas oficiais dos países da UE são línguas oficiais da UE, o Brasil não é (enquanto o acordo não vigorar) para aqui (leia-se UE) chamado, aliás essa é uma das razões do forcing do Brasil à adesão portuguesa ao acordo.

Ø De facto, Portugal nunca liderou, praticou, lutou e investiu efectivamente, a sério, com continuidade temporal, na implantação da sua língua, no estrangeiro, nomeadamente em organismos internacionais. Mais: os estadistas portugueses faziam, e fazem, questão em falar em inglês, ou francês, em vez de falarem português; alegam que não traduzem. Porquê? Porque o país não investe nisso.

E desse modo vamos investir na estrangeirização do português de Portugal por via da adopção da sua variante brasileira (disfarçada de acordo, mais trema menos trema).

Ø As escolas, e o ensino do português nos outros países, têm apoios titubeantes, frágeis, soluçantes, descontinuados, e até complexos, porque nunca o Estado Português se aplicou com “unhas e dentes” em tal coisa.

E assim vamos acabar definitivamente com o português de Portugal no estrangeiro, passando a língua portuguesa a ser ensinada por Brasileiros.

Ø O poder económico está onde? No Brasil e com Angola a saltar. E Portugal?

Com o acordo perderá ainda mais poder económico, mas pior fará um hara-kiri cultural lancetando a sua própria língua colocando-a ao serviço dos interesses económicos brasileiros.

Ø Uma boa edição dum livro em território português, quantos exemplares edita? Dez mil? E no Brasil? Cem mil? E um jornal diário em Portugal? E no Brasil?
Ø Um livro escrito em inglês e editado no estrangeiro. Para ser traduzido para português e editado, tem custos bem elevados. Bom, se for editado em Portugal, quanto custará cada livro? E se for editado no Brasil? E o poder económico das editoras portuguesas para investirem? E as editoras brasileiras? Se falarmos de livros técnicos, então a “coisa” é desgraçada!
Ø E as exportações portuguesas de livros, revistas e jornais? E as exportações brasileiras?

E que é que isso interessa a Portugal? Será que o Expresso vai passar a ser mais lido no Brasil se houver acordo? Ou será que o que vai acontecer é que só haverá livros traduzidos em brasileiro, sim o acordo é uma brasileirice, levando a que cada vez< mais se opte pelo livro técnico em inglês, como já acontece hoje quando não há tradução portuguesa de Portugal o livro técnico que vende é o inglês e não o brasileiro (outra razão para o Brasil pressionar o acordo)

Este acordo ortográfico é para a língua e cultura portuguesa o que foi Vichy para a França, mas haverá sempre alguém a resistir.

Anónimo disse...

Portugal, que nunca fez e continua não fazendo rigorosamente nada para divulgar sua língua e cultura no mundo, e que deve ao Brasil a internacionalização da língua portuguesa, tem inveja do poder criativo brasileiro. Em vez de trabalhar para ampliar a expansão de sua língua, colaborando com o Brasil, prefere ficar quietinho no seu canto bem acomodado, insistindo em preconceitos contra seu irmão brasileiro. Para além de serem preguiçosos, os portugueses são uns mal-agradecidos.

Anónimo disse...

Como poderá alguma vez existir uma «união lusófona» quando há uma opinião pública portuguesa (maioritária?) que considera o português brasileiro (ou seja, a cultura brasileira)mais estrangeiro do que o inglês e o francês?

Renato Epifânio disse...

Essa é A QUESTÃO...

Lord of Erewhon disse...

Em política «acordo» significa uma negociação definida vantajosa para ambas as partes; tenho andado a estudá-lo nas suas implicações... e apenas lá vejo, grosso modo, passarmos a adoptar a grafia brasileira; ainda por cima, mantendo-se, em muitos casos, a dupla grafia!

Não é um Acordo, é uma espécie de colonização brasileira do espaço linguístico da Língua Portuguesa - e onde África e Timor pouco, ou nada, decidiram!

Anónimo disse...

Brasil - 184 milhões

Restantes países lusófonos - 44 milhões

Quem tem mais poder? Os números falam por si só...

O primeiro soberano do Brasil foi o herdeiro legítimo da coroa da monarquia portuguesa.

Agostinho da Silva viu, e bem, que o Brasil conservou o Espírito português essencial enquanto Portugal se abastardou com os encantos da Europa loira (e com uns certos laivos de burra).

Orgulhosamente sós? Com ou sem Portugal, a Lusofonia segue em frente...

Portugal também quer ter poder na Lusofonia? Faça como o Brasil, seja adulto e assuma as suas responsabilidades, mexa-se e seja criativo!

Parabéns ao senhor António Jorge Carvalheira, é esse o espírito lusófono, gente prática, activa, responsável e consciente!

Os verdadeiros portugueses são os que conseguem ter a inteligência e a humildade para pensar, falar, ver e agir em GRANDE!

Que sejam esses a tomar as rédeas do nosso país! Portugal nas mãos dos verdadeiros portugueses!

Revolução!!

Paulo Tomás Neves disse...

«Portugal nas mãos dos verdadeiros portugueses!

Revolução!!»

Até concordaria com estas palavras se o significado dado por quem as escreveu não fosse, de facto, Portugal na mão dos Brasileiros.

Eu não estou contra os acordos que o Brasil quiser fazer com quem quiser (até pode ser com o Diabo), apenas não quero que Portugal abastarde a sua língua e a sua cultura.

E quem pensa que Portugal tem inveja do Brasil desengane-se, defender a diversidade e a integridade sua cultura não é inveja. Inveja, prepotência, ignorância até, será querer impor pela força as suas ideias a quem as não quer.Nós (quem, todos os portugueses ou só os que não querem ser colonizados pelo Brasil?)somos tão mal agradecidos! Preferir o fado ao samba, o facto ao fato (que, de facto, significa terno para outros) e defendemr que o cágado não deve ficar cagado, é sinal de inveja!?

Grandes invejosos são os que recusam as prendas gregas. Mas se o acordo é tão bom então usem-no. Se bastam três para o aplicar, apliquem-no.

Com as palavras de Fernando Pessoa digo aos ilustres intelectuais brasileiros , de todas as nacionalidades, que, em relação ao (des)acordo:
«Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
»

P.S. a cultura Brasileira é muito mais estrangeira a Portugal que a Francesa ou a Inglesa (já nem falo da Espanhola em geral e da Galega em particular). A cultura Portuguesa é, sempre foi, muito influenciada pela Europa e pelas suas correntes de pensamento e a língua nunca foi entrave. A cultura Brasileira é mais influenciada pela Norte-Americana e a língua comum com Portugal não tem sido grande ponte cultural, pelo menos no sentido Europa-América do Sul. Portugal e Brasil são países separados pela mesma língua. Sejamos honestos, é necessário acordo ortográfico? Para quê? Para acentuar rivalidades? Se é esse o objectivo está conseguido. Se é para unir o caminho escolhido é mau. Para unir os povos é necessário em primeiro lugar aceitar as suas diversidades. Nada tenho contra a cultura Brasileira, tenho é muito a favor da Portuguesa para deixar que os maus ventos do (des)acordo causem estragos na cultura Portuguesa.

Klatuu o embuçado disse...

Verdadeiros Portugueses?? O cabotinismo que tanta gente para aqui trás, só me faz sentir bem por não ser então um desses novos «puros cátaros» imolados no altar da Pátria!

Este Acordo é idiota. Nem é preciso ser inteligente para o perceber.

Este Acordo é mal feito. Nem é preciso ser linguista para lhe detectar as falhas.

Mais importante: Este Acordo é politicamente inútil. Não é a grafia de uma língua que garante a unidade de um património cultural; mas mais, nem sequer é a sobrevivência de uma língua que lhe confere sobrevivência.

Quando Pessoa afirmou: «A minha pátria é a língua portuguesa.» - inventou um slogan porreiro, que daria jeito lá no escritório... deve ter regressado do Abel já com umas terceiras a mais, e deixou-nos uma boutade com estilo, que faz a alegria de tanto iletrado!
Mas as pátrias não são as línguas - são as ideias que produziram e as estruturam e o seu património histórico e étnico, que podem sobreviver noutra língua. Não é o que acontece com Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Príncipe, Timor?? Falarem Português (e isto é um bocado mito, porque se circunscreve à população urbana - e tantos séculos em Macau e deixámos os chinas a falar Inglês!) não os torna europeus!

Esta coisa do Acordo, poderia até fazer-se (embora tal nunca ocorresse a Britânicos, Americanos, Australianos, etc), mas teria que ser menos anedótico e nunca um atentado à grafia da Língua Portuguesa, que não é uma arbitrariedade de falares, mas deriva da sua etimologia (há alterações que se percebem, outras surgem porque assim é no Brasil, nada mais, não há critério linguístico!). Além de que o Acordo vai ser inútil: África acabará por evoluir para «outros portugueses», em Timor não se fala o Português e o Brasil já tem várias grafias internas, segundo as regiões; os poetas apropriam-se delas e dão-lhe forma culta... e o Brasil político está-se a lixar para o Acordo, o Brasil não quer saber da Europa, está-se a virar para a preponderância no continente Sul Americano, para África (a grafia é de pouca monta, os Angolanos já falam com algum sotaque brasileiro) e para o Oriente (o Japão tem sido um dos recentes destinos do fluxo migratório brasileiro).

As comunidades de povos são, fundamentalmente, um capital de afectos. E fazemos muito má figura a metermo-nos aos ombros do Brasil... do género: «a Língua agora é vossa, mas não esqueçam que fomos nós que a inventámos... tá?...».

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Não falámos esta Língua neo-latina desde sempre... e quem negaria, sem mais, que em nós ainda sobrevive muito da Alma Lusitana??

Klatuu o embuçado disse...

P. P. S. O poder dos números é o poder da turbamulta acéfala!!

Rogério Maciel disse...

Portugal, que nunca fez e continua não fazendo rigorosamente nada para divulgar sua língua e cultura no mundo, e que deve ao Brasil a internacionalização da língua portuguesa, tem inveja do poder criativo brasileiro. Em vez de trabalhar para ampliar a expansão de sua língua, colaborando com o Brasil, prefere ficar quietinho no seu canto bem acomodado, insistindo em preconceitos contra seu irmão brasileiro. Para além de serem preguiçosos, os portugueses são uns mal-agradecidos.

(AO PRÉ-VISUALIZAR OLHEI MELHOR E VI A MANEIRA COMO ESCREVE ...AGORA PERCEBI .VOCÊ É BRASILEIRA . DAQUELAS QUE ODEIAM OS PORTUGUESES E PORTUGAL ... VÊ-SE PELA RAIVA CONTIDA NAS SUAS PALAVRAS ...)

Cara Isabel do Carmo , para quê tanta subserviência ?
Ser Português(a) é Ser Consciente do momento histórico , mas é também ter FÉ de que , por muito escuro que o mom,ento pareça , Lá á Frente o Sol voltará a Brilhar ! Não seja tão pequenina ! Não se Ame tão miserávelmente ! ... e já agora , porque não vai viver para o Brasil já que ama tanto o desinteresse geral do Brasil por Portugal...
União Lusa sim ,mas não estamos á venda !Alma Lusa Está Viva !

Fred disse...

Comparar o acordo ortográfico com Vichi?
E só lembrando, a ortografia do Brasil também será alterada com o acordo. O acordo não é para abraseleirar nada, é para conversão, dos dois modos de escrever, separados nos acordos de modernização da lingua de 1940 e de45.

O acordo só tenta resgatar a desunião que estes acordos de 1911 e o posterior de 1940/45 fizeram, criaram uma ortografia do português no Brasil e uma outra em Portugal.

O Brasil já está mudando a ortografia oficial nos livros didáticos para o ano letivo de 2009.

E Ninguém é obrigado a seguir o acordo.

Pode-se sempre ficar no cais vendo as velas sumirem.
afinal, "Sic transit gloria mundi"

Paulo Tomás Neves disse...

«Comparar o acordo ortográfico com Vichi?»

De forma alguma, nem conheço esse "Vichi" .

A ortografia do Brasil também será alterada com o acordo, pois será, mas apenas porque o Brasil decidiu não seguir o acordo de 1945.

O actual acordo não será para abraseleirar, mas é certamente para abrasileirar a língua portuguesa. Basta ler e escutar quando no Brasil se diz e escreve que, tirando o trema, está tudo pronto e de acordo com o "acordo". Pois está, naturalmente que para estar é porque as alterações na grafia brasileira são insignificantes. E como em Portugal não está, é porque as alterações são significativas.

Concordamos numa coisa, o acordo não é obrigatório, Portugal pode sempre fazer a este acordo o que o Brasil fez ao anterior, o de 1945.

E se ficar no cais é não renegar a Pátria não querendo ser colonizado pelo Brasil, nem sequer preciso ver quaisquer velas, ide, «para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
»

De uma coisa tenho a certeza, se esta matéria chegar a referendo, não passa.

Fred disse...

Vichy foi o acordo dos nazistas com a França ocupada. Ao meu ver uma comparação um tanto forçada.

Concordamos com outra coisa, com certeza não passa em um referendo, nem em Portugal, nem no Brasil. Mas dai a dizer que isso é bom já discordamos.

Esta informação que tirando o trema acabou a alteração no Brasil está errada. Serão alterados entre 1,5 a 2% do vocabulário Brasileiro com o acordo.

Fique com Deus ou vá com ele.

Forte abraço

Paulo Tomás Neves disse...

Fred,
espero que tenha percebido que nada tenho contra o Brasil ou contra o povo Brasileiro, muito antes pelo contrário. Agora tenho muito contra uma unificação ortográfica que considero desnecessária (que nem sequer unifica coisa alguma) e que é manifestamente prejudicial para a compreensão da raiz da própria língua. E ainda mais adversário deste acordo sou perante os argumentos que têm sido esgrimidos a favor.
Um abraço (sem necessidade de ortografias unificadas)

Fred disse...

ah, ia esquecendo

"Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta."

Forte abraço!

Fred disse...

Eu também gosto do Pessoa.

Claro que entendo sua posição Paulo. E a respeito! Mas que isso até, admiro quem defende seu ponto de vista!

Apenas discordo de alguns de seus posicionamentos, pois aqui a ortografia também vai mudar! E tem muita gente do contra aqui também!

É como alguem mencionou, toda multidão é cega!

Sabe meu consolo? Daqui a 60 anos haverá quem diga que algum futuro acordo unificador que tentará corrigir os enumeros erros do atual estará a conspurcar a verdadeira língua lusa de então!

Foi assim em 11, em 40/45 e é assim agora.

Fazer o que?

Por pior que seja o acordo agora, no futuro seus resultados se farão presentes e com boa colheita para a comunidade lusófona.

E também não tenho nada contra Potugal e seu povo, muito pelo contrário sou até casado com uma portuguesa! :)

Klatuu o embuçado disse...

Fala-se de tudo, anda-se para aqui com Portugal e o Brasil à reboleta, e coisas ainda mais desagradáveis, mas pouco se fala do que está em causa: a Língua Portuguesa.

As alterações à grafia, etc, de uma Língua nunca foram o produto de convénios políticos, mas de transformações próprias enquanto entidade viva que os tempos alteram, e que cabe à racionalidade fixar de novo nas melhores soluções.

Se Portugueses, Angolanos, Brasileiros, etc, não usam exactamente o mesmo Português isso se deve ao uso vivo que fizeram da língua, em circunstâncias diversas, culturais, étnicas, históricas, geográficas, etc... e por mais que se façam acordos essa diversidade vai continuar.

Nunca tive dificuldade em ler a grafia da língua de uso no Brasil, etc, mas quanto à expressão fonética já é outro assunto.

Ou seja: adoptamos uma grafia única para o Português - belo! - e agora ponham um Algarvio de Monchique, um Acoriano do Pico, um Guineense de etnia Felupe de para além Cacheu e um Brasileiro do Pantanal a ler Camões uns aos outros!

P. S. Também não seria má ideia que muita gente que por aqui anda fosse ler o Acordo.